08. Amêndoas

239 30 9
                                    

Nuer chegou em casa e jogou-se sobre a cama, pegando seu celular e imediatamente ligando para Syn.

— Oi! Namorado. — debochou Syn e Nuer suspirou — Não vamos estudar hoje. Nem tente. — disse rindo.

— Não vamos mesmo. Não fique bravo comigo, mas eu fui suspenso hoje... Briguei com um babaca da sua escola.

— E você está bem? Se machucou?

— Estou bem, só minha mão dói um pouco, mas ele vai precisar de uma plástica. — disse rindo e ouviu Syn suspirar do outro lado da linha — Eu sinto muito pelo seu currículo escolar, eu-

— Eu não ligo pra isso. Minhas notas são uma merda de qualquer forma. Espero que não esteja fazendo delas algo diferente, senão como eu vou explicar depois? — disse rindo — Ah, eu estou fazendo algo, espero que... Não me mate. Eu precisava.

Syn ligou via facetime para Nuer e virou a câmera, mostrando a parede do quarto do garoto.

— Ah. Você gosta de usar paredes como telas. Não é?! — disse rindo — Me conte o que meus tios acharam quando viram essa obra de arte nas paredes.

— Eu tenho certeza que vão adorar. Seu quarto está bem mais interessante agora, mais iluminado. — disse rindo.

— É claro... Você ilumina tudo que toca...

— Eu... Eu preciso desligar. Mas eu falo com você depois. — sorriu e desligou.

(...)

Syn estava sentindo seu coração acelerado e as bochechas coradas. Não sabia dizer como ou porquê, mas estava apaixonado por Nuer.

Poderia ser pela forma com a qual ele lhe enxergava, as muitas noites que passavam conversando no telefone ou todas as chamadas de vídeo que faziam para estudar, onde ele sempre dizia o quanto estava orgulhoso do seu esforço.

Estava mais próximo de Nuer do que jamais esteve de qualquer outra pessoa da sua família, até mesmo Venice.

Ligou sua playlist de músicas favorita e continuando a pintar, feliz com o rumo que sua vida estava tomando.

Feliz pela vontade de viver que Nuer lhe trazia.

(...)

— Toc Toc. — disse Venice, batendo na porta aberta e entrando no quarto do irmão — Está se sentindo melhor? — perguntou e sentou na cama, jogando seu corpo para trás e ficando deitado assim como o irmão.

— Estou. Eu só queria falar com ele.

— Contou o motivo da briga?

— Não. Mas acho que não é difícil de imaginar... — suspirou.

Venice deu dois tapinhas na perna do irmão e depois pegou o celular dele.

— Faz tempo que não te vejo de fones, deixa eu ver o que anda escutando... — abriu o Apple music, se surpreendendo — Que isso, parece até outra conta. — disse rindo — Cadê todo aquele hard rock? Agora só ouve música do TikTok é? Tsk, essas crianças...

— Cala boca. — disse rindo e pegou o celular de volta, empurrando o irmão para longe — Vai embora.

— Eu vou. Eu chamo quando o jantar estiver pronto.

(...)

Casa dos Wang, 20:31

Quando aquele rock melódico começou a tocar, Syn o colocou nas caixas de som, cantando e remexendo o seu corpo no ritmo da música, ainda dando algumas pinceladas na paredes, sorrindo com isso.

Você está em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora