04. Saudade

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𝗖𝗮𝘀𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗪𝗮𝗻𝗴, 16:35

Syn chegou em casa, a encontrando completamente vazia, como já era esperado pela conversa que teve mais cedo. Correu para "seu" quarto e jogou suas coisas no chão, pegando o celular no bolso de seu uniforme e olhando para a tela atentamente, andando de um lado para o outro.

Só conseguia pensar em uma forma de conseguir respostas sobre o que estava acontecendo ao mesmo tempo que não sabia se as queria. 

Seu dia havia sido tão feliz, cheio de amigos e… 

Syn suspirou frustrado, seu dia foi ótimo e o do outro devia ter sido horrível, já que sua vida era miserável. Não era justo deixar isso acontecendo com ele.

Discou seu próprio número e ligou, mordendo a ponta do polegar em ansiedade.

— Alô… — ouviu a voz receosa do outro lado da linha.

— Nuer?

— Syn?

— Sim… sou eu. O que quer dizer que… você está vivendo a minha vida mesmo…

— Isso tá tão esquisito. O que você acha que está acontecendo? — Nuer voltou a jogar-se sobre a cama, olhando para o teto — A gente se conhece de algum lugar? Participamos de algum pacto? Pegamos biscoitos da sorte enfeitiçados? O que? — ouviu uma gargalhada do outro lado da linha e fechou a cara.

— Não, eu acho que não. Nenhuma teoria de filme, com certeza. Mas por algum motivo nós fomos escolhidos. 

— Você acha que o quê? Você fez um pedido para uma estrela cadente e ela trocou a gente de corpo? — disse rindo debochado e isso fez a memória de Syn despertar.

— Você… você fez um pedido para uma estrela cadente?

Syn! Já tomou banho? Papai está esperando lá embaixo. — ouviu a Voz de Venice.

— Venice está me chamando, chamando você… não sei. Eu preciso desligar, falo com você depois. — disse e desligou, deixando Syn completamente frustrado.

— Já vi que tô sozinho nessa… — murmurou para si mesmo e sentou na cama, olhando o celular — O que eu devo fazer agora?

Casa dos Theerapanyakul, 17:00

Nuer desligou o celular e foi direto para o banho, colocando uma roupa confortável em seguida descendo para o jantar em família, onde "seus" pais e seus irmãos já estavam sentados à mesa.

Sentou-se na mesa no lugar vago entre Venice e Win, vendo Vegas sentado na porta da mesa e Pete ao seu lado e ao lado dele Mek.

— Eu fico feliz quando todos os meus bebês estão em casa. Eu fiz o prato favorito de cada um hoje. — sorriu.

— O do Syn não precisava, você faz tudo o que ele quer o tempo todo, papai. — disse Mek, fazendo uma careta e recebendo um olhar reprovador de Vegas — Olha. Olha como tá me olhando, pai. Vocês só ligam pro Syn. — fez um bico e os outros irmãos riram.

— Do nada isso? Você já está velho, faça sua própria família e deixa eles cuidarem do pirralho aqui. — disse Win, servindo seu prato.

— Aqui, o seu favorito. — Venice serviu o prato do irmão.

— Obrigado. — disse e começou a comer, tentando conter a vontade de chorar que sentiu naquele momento.

Fazia tanto tempo que Nuer não comia uma comida caseira, não sentia-se acolhido pela família, amado.

Foi naquele momento em que, claramente, todos estavam ali para amar Syn, que percebeu que não podia magoar Pete, não poderia estragar a vida daquele garoto enquanto estivesse ali e, tendo isso em mente, tomou a decisão de chamar Pete de pai. Afinal, não era isso vida, então não era como se estivesse traindo a memória de seus verdadeiros pais, certo? Estava apenas agindo como Syn deveria agir.

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