Capítulo 8

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CAROL

Ao acordar, depois desse turbilhão de acontecimentos, percebi que estávamos agarradas. Sim, estávamos bem abraçadinhas! Rosamaria estava aconchegada na curva do meu pescoço, exatamente como sempre foi. Aquela sensação familiar era reconfortante, como se uma parte de mim estivesse de volta ao lugar certo.

Fiquei olhando para seu rosto que tinha algumas expressões porém continuava linda. Naquele momento minha mente não parava tentando ligar todos os pontos de tudo que puvi e sneti até agora.

Decidi levantar sem acordá-la e peguei meu celular para pesquisar sobre Júlia. Fiquei chocada ao perceber que a data de nascimento batia com a de nossa filha, e todas as outras informações também. Seria ela mesmo? Meu Deus!!! Precisava me acalmar e não criar expectativas em vão. Tudo estava incerto e eu iria desvelar todo esse mistério mas para isso precisava me manter focada.

 Todas essas informações de minha mente e com meu coração inquieto, voltei mais uma vez ao passado  doloroso, relembrando o amor que compartilhávamos quando éramos tão jovens. Pensei em como Rosa havia passado por tudo sozinha, desde o momento em que fomos separadas por uma armação até este reencontro, depois de 20 anos, e agora essa possível descoberta de nossa filha.

Enquanto refletia sobre isso, percebi que Rosa me olhava.

"Oi! Por que está me olhando tanto?" perguntei, sentindo um leve rubor em minhas bochechas.

"Oi! É bom te olhar... sempre foi!" ela respondeu, sustentando o olhar.

Nessas nossas conversar ela flertava e eu também. Isso era bom, sorri, levantei-me e me aproximei dela, meu coração batendo um pouco mais rápido.

Contei sobre o que descobri, sobre a Fanfic que os fãs criaram nos considerando mães e filha, sobre os comentários sobre a semelhança das três e sobre Júlia já ser considerada uma prodígio no esporte, tendo até os meus trejeitos.

"Eu sei que pode ser que ela não seja, mas seria tão bom se fosse! Ela é muito parecida com você, Carol!" Rosa disse, com os olhos brilhando de esperança.

"Rosa, eu sei que você está sensível. Eu também estou. Mas você mais do que eu sabe que não podemos nos iludir... ela pode não ser nossa filha," respondi, fechando os olhos para conter a dor que sentia.

"Eu sei! Eu quero conhecê-la mais. Ela estava tão sorridente se apresentando, e eu, caí que nem uma banana quando ela estendeu a mão," Rosa disse, revirando os olhos.

"Antes de você tirar mais sarro de mim, vamos almoçar, Caroline Gattaz?" Rosa tentou uma expressão brava, mas acabou me fazendo rir.

"Vamossss!" respondi, sentindo um misto de emoções me inundar.

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