Você em minhas lembranças

Cap 1 - Destino

Às vezes estamos destinados a viver experiências intrigantes em nossas vidas. Talvez se soubéssemos antes como iria ser, e se nos fosse mostrado por qual caminho iremos passar, com certeza muitas pessoas desistiriam de suas jornadas. Se fosse perguntado se ela faria tudo novamente, não pensaria duas vezes para responder:

— Com toda certeza!

Sua experiência no momento é morar sozinha, planejou isso por anos e enfim aconteceu, organizou tudo para hoje, dessa vez foi preciso dar um grande passo caso quisesse decolar em sua carreira.

— Filha? Está tudo pronto?

— Sim pai, mala pronta. — apareceu na porta do banheiro.

— Vou levando essa, te espero no carro.

Havia chegado o momento de partir. Entrando no carro a viagem foi oficialmente iniciada.

— Vou sentir falta daqui. — observou sua casa pela última vez.

— Sabe que pode voltar quando quiser.

— Claro que sei. Mas não será tão cedo.

— Se despediu dos amigos?

— Sim!

Como se tivesse alguém importante para se despedir.

— Falou com seu irmão? Está tudo certo com o apartamento? — Já estou com as chaves.

Abrindo a bolsa conferiu. Retirando os fones os colocou, encostada na janela parecia estar em uma cena de filme.

Morava em Detroit desde pequena. Sua mudança veio depois do resultado da bolsa de estudo que demorou o suficiente para lhe fazer odiar um pouco mais sua cidade, não propriamente ela e sim as pessoas que ali moravam. Trabalhou como professora de arte, e amou cada segundo do que fazia, por isso sua escolha em Artes Visuais. Agora seguia rumo à cidade dos ventos, a querida Chicago.

Seu irmão Matias tinha um apartamento na cidade, atualmente escolhendo morar em Dublin, o que a deixava feliz por saber que teria um canto só para si. Precisava de um pouco de liberdade e novos ares.

— Quando começa suas aulas?

— Próxima semana, ainda tenho alguns dias para me organizar.

A viagem havia começado após o almoço, estava previsto chegar no início da noite. George passaria aquela noite na cidade, mas voltaria no dia seguinte. Ele viajaria para visitar Matias em alguns dias, já que não parece querer voltar para casa.

Uma família composta por três, no entanto um dia foram quatro, aos cinco anos sua mãe faleceu. Ela tinha alguns problemas de saúde, foi guerreira até o último dia. Trice tinha ela como inspiração.

Há alguns quilômetros em Chicago no quartel 21 do Corpo de Bombeiros, August estava em mais uma escala de serviço. Aquele dia estava calmo, sem nenhuma ocorrência grande, alguns dos chamados foram resolvidos via telefone. Pós-almoço junto a equipe organizava e fazia a vistoria dos seus equipamentos.

— Já conferiu a mangueira? — perguntou Theodoro.

— Sim acabei de trocá-la, e essa escada está bem colocada? — August jogou o pano que segurava no amigo.

— É claro que está, tudo o que faço é com cuidado. Diz aí, tem planos para amanhã de noite?

— Ainda não, mas tenho certeza que você vai me arrumar algo. — sentou-se no degrau do caminhão.

— Vou mesmo, Esther planejou um jantar com algumas amigas, então viu que seria uma boa oportunidade de apresentar você a alguém. — encostou-se no caminhão.