Pov's Narradora
Jason a estava beijando. Camila sentia muita dor nas costas pelo movimento inesperado. Colocou as mãos no peito do rapaz, para empurrá-lo para mais longe. No entanto, assim que ele afastou os lábios dos dela, sentiu outra pontada de dor que a fez segurar-se no rapaz e fechar os olhos, tentando controlar um grito que ameaça sair de sua boca.
Ao abri-los novamente, deu de cara com Lauren, que tinha saído do escritório e estava em pé no hall, olhando-a com uma expressão gelada. Ela se limitou a balançar a cabeça e entrou novamente na sala onde estava.
— Quer mais um beijo? — Jason perguntou baixinho, sentindo que Camila não se afastava dele.
— Não... não... não — Só então notou que ele ainda a abraçava.
— Esse foi o bastante. — Ela se soltou, embora Jason quisesse conservá-la nos braços.
— Está bem... por enquanto. — Jason a olhou com carinho. — Mas não vai ser o último.
Camila subiu o mais depressa que a dor o permitia. Chegando no quarto, foi direto para a mala, onde tinha guardado os comprimidos. Tomou um, embora achasse que aquelas pontadas deviam ser passageiras, por terem sido provocadas por um mau jeito. Tratou de lavar as mãos e o rosto e penteou o cabelo, que estava revoltado por causa do vento.
Camila precisava descer para tomar chá com eles. Se não fosse por Dinah ficaria preocupada e subiria para ver o que havia acontecido. Só esperava que Lauren não estivesse presente, pois sabia que a boa vontade que ela estava demonstrando, tinha sumido depois da cena que presenciou. Lauren tinha sido bem clara quando a prevenira que ficasse longe do irmão. Não tinha tido culpa, mas Lauren jamais acreditaria nela.
Camila respirou fundo várias vezes, antes de abrir a porta do quarto. Começou a descer a escada e já estava quase chegando ao hall quando Lauren se aproximou, o mesmo brilho frio no olhar.
— Gostou do passeio, caçadora?
Camila queria se defender, mas sabia que não havia o que dizer, pois, para Lauren, ela não passava de uma moça que ia a bares para conseguir a companhia de qualquer pessoa. Gostaria de subir de novo e se trancar no quarto, mas isso também não ia resolver. Não podia ficar trancada o resto dos dias que tinha para ficar ali. Precisava enfrentá-la, de igual para igual.
Desceu os últimos degraus, a cabeça erguida, sem responder o insulto. Lauren estava em seu caminho e não se afastou para que ela passasse.
— Já lhe disse que ficasse longe de Jason. — Lauren falava com voz dura, segurando o braço dela, para impedi-la de prosseguir.
— Não foi bem isso que me disse. Recomendou apenas que eu ficasse longe da cama dele, não está lembrado? — Enfrentou Lauren com calma. Se ela podia ser sarcástica e insuportável, ela podia usar a mesma técnica. Se ela a acusava de ser o que não era, ia fazê-la temer sua presença perigosa. Camila puxou todo ar, e continuou - Já que está tão preocupado com a moral de seu irmão, saiba que não cheguei nem ao quarto dele... ainda.
Assim que acabou de falar, Camila percebeu que tinha ido longe demais. O olhar frio se transformou em ódio e Lauren agarrou-a com as duas mãos.
Mais uma pontada de dor fez com que fechasse os olhos. Lauren achou que ela agia assim por puro medo e apertou-a mais contra o seu corpo. Nunca tinha estado assim tão perto dela e por um segundo sentiu medo da força física que sabia existir em Lauren.
— Não adianta ficar assustada agora, sua vagabunda. Preste atenção no que lhe digo, mantenha-se longe de Jason, ou vou fazer sua vida ficar tão difícil que jamais conseguirá entrar num lar decente outra vez.
De onde Lauren pensava que Camila havia vindo? Não havia lar mais decente que o seu nem companhias melhores do que a sua. Seu lar tinha sido muito bem formado e ela era uma moça direita! O que Lauren dizia era um insulto para seus pais! Uma onda de fúria incontrolada tomou conta de Camila e sua mente, e num gesto de revolta contra tantos desaforos, Camila levantou o pé e tornou a acertá-la na canela, que ainda devia estar dolorida.
Lauren soltou um grito, mas não a largou. Pelo contrário, cada vez a apertava mais, como se quisesse esmagá-la, como se ela fosse um verme nojento.
— Você está me machucando! — Camila gritou, sentindo muita dor.
— É isso mesmo que quero, mocinha à toa! — Lauren a apertava cada vez mais, o rosto muito próximo do dela.
Camila entrou em pânico. O que Lauren queria? Matá-la? Depois, como um jato de luz, a ideia penetrou em sua mente. Não, ela não queria acabar com ela, queria beijá-la! Desesperada, levantou uma das mãos e colocou-a sobre a boca de Lauren.
— Não! Não quero que me beije! - Lauren afastou a cabeça surpresa.
— Essa é muito boa! Você é tão pródiga na distribuição de seus favores e no entanto, fica apavorada com a ideia de que eu possa querer beijá-la? – Lauren a encarava.
— Não... não quero relembrar velhas histórias.
— Relembrar o quê? Responda, Srta. ninfomaníaca.
Camila ficou em dúvida, e um choque percorreu todo o seu corpo.
Será que Lauren não a tinha beijado naquela noite? Será que tinha partido direto para a cama sem maiores carinhos? Por que não conseguia lembrar de nada? Ou seria melhor que sua mente continuasse no escuro, para não lembrar de momentos terríveis?
— Por favor. Por favor, não me beije! — implorou.
— Acha que vou deixar esses dois pontapés sem resposta? Acha que pode me deixar aleijada sem que eu reaja? Você fica apavorada com a ideia de que eu a beije, não é? Bem, acho que já é hora de sentir medo de alguma coisa. Quem sabe, depois de um beijo meu, até desista de ser promíscua?
Lauren aproximou mais o rosto. Camila estava hipnotizada, incapaz de se defender, o medo crescendo até deixá-la sem ação, os olhos pregados naquela boca, cada vez mais perto... sensual... exigente... até que os lábios entreabertos cobriram os seus.
Inconscientemente, Camila só esperava o momento desagradável em que aquele beijo a fizesse recobrar a memória, mas não aconteceu. Sentia os lábios de Lauren contra os seus, não rudes e cruéis, mas gentis, persuasivos, fazendo-a ansiar pelo contato que a tinha deixado apavorada pouco antes.
Contudo, Camila recebeu o beijo parada, dura, sem corresponder. Lauren levantou a cabeça, surpresa. Olhou-a profundamente, tentando adivinhar o que se passava. Depois, abraçando-a mais, ela tornou a beijá-la, dessa vez sem ternura ou gentileza, mas com selvageria e exigência, forçando-a abrir os lábios para recebê-lá.
Lauren comprimia o corpo contra o dela, para que ela pudesse senti-la, enquanto suas mãos lhe agradavam as costas, em movimentos suaves e ondulantes. Ela baixou a mão até pousá-la nos quadris de Camila, tornando o contato mais íntimo.
Se permitisse que Lauren continuasse assim, ela apenas iria comprovar o que já pensava dela, isto é, que era uma conquista fácil, Camila baixou a própria mão e colocando-a sobre as de Lauren, trouxe-a de volta para a cintura. Para sua surpresa, ela não insistiu.
Seus rostos se afastaram e por um longo instante elas se olharam profundamente, Verdes no castanho. Era uma batalha intensa!
Quem ganharia.
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É isso!! Como estamos ?
Até a próxima...
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Só por uma noite (Camren) - EM REVISÃO
FanficEla não tinha nada a perder! O acidente que acabou com a vida dos seus pais havia deixado Camila Cabello a definhar sozinha em um hospital, certa de que tinha apenas alguns meses de vida. O desespero levou-a a um encontro romântico com uma mulher a...