𝟯𝟮 - 𝗘𝘂 𝗻ã𝗼 𝘃𝗼𝘂

304 24 1
                                    

𝐂𝐞𝐜𝐢𝐥𝐢𝐚 𝐀𝐦𝐚𝐫𝐚𝐥

Acordei no meio da noite e vi que Gavi ainda dormia. Peguei o celular e vi que eram quatro e meia da madrugada. Ótimo, nunca mais eu durmo. Fiquei mexendo no celular e assim que eu abri o instagram, vi o que eu menos queria ver. Um post da choquei quando o Gavi me abraçou no jogo. Agora mesmo que eu fico famosa.

A legenda dizia: "NAMORO? O jogador espanhol @pablogavi foi visto abraçando uma menina Brasileira chamada @ceciamaral

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A legenda dizia: "NAMORO? O jogador espanhol @pablogavi foi visto abraçando uma menina Brasileira chamada @ceciamaral. Os dois ja foram vistos no passado juntos mas nunca confirmaram nada. Será que eles estão se vendo? Vamos ver onde esse casal chega. Ceci, representa o Brasil!" Revirei os olhos ao ler a legenda, essas paginas de fofocas são boas só quando a fofoca não é sua. De resto é uma merda.

Eu não queria fechar nada com o Gavi no momento. Embora eu ame muito ele e eu e ele juntos é lindo, eu não queria namorar ele. Aquelas fãs insuportáveis que ele tem iriam ficar me mandando mensagem me xingando toda hora, eu não ia poder fazer nada que eu faço hoje sem ter que ir com seguranças igual o Gavi faz. Deve ser uma merda isso tudo.

Desliguei o celular pra ver se eu conseguiria dormir naquele momento. Odeio quando eu começo a pensar demais. Tudo fica ruim e da ultima vez que isso aconteceu eu tive uma crise de ansiedade. Foi zero legal. Eu virava e revirava naquela cama mas nada do sono bater e eu conseguir dormir.

- Cecilia? - ouvi Gavi me chamando

- Oi. - respondi

- Tá acordada? - esse menino é idiota?

- Sim.

- Vai dormir. - ele disse rouco por conta do sono

- É isso que eu tô tentando fazer porra. - disse grossa e senti ele me puxando para mais perto dele, envolvendo os braços dele ao redor da minha cintura.

- Te amo. - ele disse e deu um beijo no meu pescoço enquanto alisava minha cintura. - Dorme bem. - agora que eu durmo e nunca mais acordo.

Respirei fundo vendo que não tinha como eu não dormir e meus olhos começaram a pesar, até que eu cai em um sono profundo só porque o Gavi me segurou. Esse menino tem que ter uma magia sobre mim.

(...)

- Oi pai? - disse ao atender o telefone que não parava de tocar - Desculpa a demora, acabei de sair do banho.

- Qual é o numero do seu quarto na faculdade? - ele perguntou e o meu coração veio parar na boca

- Que? Por que? -

- Eu estou na recepção e estão pedindo o numero do seu quarto. Anda. Fala. - caralho, não não não. Eu não quero encontrar ele, não hoje. Não agora.

- Sabe o que é pai. Eu não tô na faculdade. - menti

- Ah é? - ele disse sarcastico - Então você tá onde que eu vou ai te encontrar? - Merda.

- Tô em uma cafeteria mas eu já estou voltando. Tava terminando de fazer um trabalho. - menti de novo.

- Estou esperando você na recepção dos quartos, não demore. - ele disse e desligou.

Pronto! Como que eu vou da um jeito de sair do meu quarto e ir até a recepção sem que ele me veja se eu moro no nono andar e o elevador da direto?

Já sei! Peguei uma bolsa e coloquei o computador pra minha mentira ficar mais acreditável e coloquei um casaco. Desci até a garagem dos prédios onde ficavam os carros e onde ficava a passagem perfeita pra fingir que eu estava na cafeteria. Fiquei uns cinco minutos dentro do meu carro pra gasolina gastar um pouco e sai, na maior naturalidade. Peguei o elevador e primeira coisa que eu vi quando cheguei na recepção era meu pai olhando para a tela do celular. Não dava pra acreditar que ele tava aqui, não queria ver ele. Não queria ele na minha frente.

- Oi pai! - tentei ser simpatica quando cheguei perto dele

- Oi minha filha. - ele me abraçou - Como que você tá? - agora ele é simpatico né?

- Eu tô bem, e o senhor?

- Ótimo. - ele disse - Vamos subir? Quero conhecer seu quarto e quero saber de tudo que você arrumou fazendo nesse tempo que ficou aqui. - tinha nenhum pingo de animo em seu tom de voz.

Subimos até meu andar e andamos até a porta do meu quarto. Ainda bem que ele tava arrumado e só eu que estava lá. Como eu disse Amanda foi para outra escola, Olivia voltou pra Australia e a Rafa pro Brasil. Agora eu tô sozinha.

- Bom quarto. - ele disse - Mora aqui sozinha? - meu pai perguntou

- Morava comigo mais três meninas mas uma foi pra outra escola e as duas outras voltaram pra casa. - disse

- É pra isso que eu vim. Pra te levar pra casa. - assim que ele disse aquelas cinco ultimas palavras senti meu almoco todo voltando, mas engoli tudo que estava sentindo.

- Eu não voltarei para casa. - disse

- E quem é você pra decidir isso?

- Pai, eu paguei os cinco mil euros para acabar minha faculdade aqui. Fiz amigos maravilhosos e...-

- E um namorado? Boa merda Cecilia. - se ele continuar assim eu juro que eu surto.

- Merda porque você vive sozinho! Eu tenho vinte e três anos e eu mereco poder fazer minhas próprias escolhas e não ter você de babá sendo que eu não preciso. - aumentei o tom de voz - Eu vou arrumar um emprego para conseguir fazer minhas coisas sem apoio algum seu, você não precisa nem mais saber meu nome, Carlos. - fudeu, chamei ele pelo nome.

- Meu nome não é Carlos. Pra você é pai. - ele disse mas eu dei de ombros.

- Fodasse. - disse, agora que o capeta pegou meu pé, só falta me puxar pro inferno.

- SUA MENINA INGRATA! FILHA DA PUTA! EU SEMPRE TE DEI TUDO, SEMPRE FIZ TUDO POR VOCÊ E VOCÊ ME RETRIBUI ASSIM? - quem tava gritando agora era ele, só que ele me dava medo, eu não dava medo nele. - VOCÊ É A MINHA FILHA E VOCÊ QUERENDO OU NÃO VAI SIM VOLTAR PRO BRASIL! -

- Não! Eu não vou voltar! - reprimi o choro - Eu não quero voltar. -

- Você não tem escolha. - cuspiu as palavras - Iremos embora depois de amanhã. Sem descussões, já está tudo decidido. - ele se virou e foi embora do meu quarto.

Eu não posso ir embora. Eu não vou embora. Eu não vou deixar o Gavi mais uma vez. Eu vou ficar em Barcelona.

Notas finais:

Oii gentee! Como prometido esse é o 2/3 de hoje! Mais tarde eu posto mais um. Beijocas, não esqueçam de votar eu amo vocês!!

Três Meses- 𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora