𝟮𝟰 - 𝗤𝘂𝗲𝗿𝗼 𝗲𝗹𝗲 𝗱𝗲 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮

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𝐂𝐞𝐜𝐢𝐥𝐢𝐚 𝐀𝐦𝐚𝐫𝐚𝐥

Eu e Raphinha estávamos aproveitando nosso tempo naquele restaurante. Jogamos todo o papo fora e fizemos o pedido. Assim que a comida chegou percebi que estava na hora de fazer a pergunta que mais tava me prendendo esse tempo que estávamos nesse restaurante. Tomei coragem e soltei a bomba.

- Raphinha? - o chamei

- Fala. - ele me respondeu antes de colocar um tanto absurdo de macarrão na boca.

- Eu preciso te fazer um favor muito importante mas que se você não quiser aceitar fazer não precisa. - disse

- Pode falar, Ceci. - ele disse e bebeu agua, claramente para descer aquele tanto de macarrão.

- Eu preciso de mil euros. - disse

- Tudo bem. - ele deu de ombros

- Só isso? Você não vai nem perguntar porque eu preciso desse dinheiro? - perguntei em indignação.

- Não ué. Mil euros eu faço em uma postagem no meu instagram. - ele pausou e colocou mais comida na boca - Mas já que você tocou no assunto. Porque você precisa de mil euros? -

- Bom. Na verdade eu preciso de cinco mil. - disse e ele me olhou com as sobrancelhas arqueeadas

- Ué? Eu te do cinco mil Ceci. - ele disse

- Não precisa. Eu quero ficar mais alguns meses aqui pra tentar voltar a ter alguma coisa com o Gavi sabe? Eu não quero voltar ainda pra Curitiba, ainda tenho tanta coisa mal resolvida aqui e não quero voltar pra casa com esse peso. - confessei

- Tá, mas porque você precisa de cinco mil pra focar em Barcelona. Achei que você tava na faculdade aqui. - ele disse

- Por isso mesmo. Hoje quando eu fui perguntar quando eu teria que ir embora, ela me deu a opção de pagar mais cinco mil euros e renovar minhas aulas e dormitório para mais três meses. - disse

- Mas como é que você tem quatro mil se você não trabalha? - ele tava fixado nessa ideia de dinheiro mesmo.

- Meu pai me dava uma "mesada" semanal de mil euros. Eu acabei gastando mais que eu devia com roupas, festas e tudo mais e acabou que um dia ele parou de me dar mesada. Quando e fui ver eu estava com apenas quatro mil, me faltando mil euros para poder continuar aqui em Barcelona. - pausei para respirar já que eu estava falando muito rápido - Como você é meu melhor amigo e é rico, eu pedi pra você mas eu juro que eu te pago de alguma forma. -

- Não precisa meu anjo, eu tenho muito dinheiro, confia em mim. Mas se você quiser eu posso te arrumar um trabalho bacana aqui em Barcelona para você não ficar sem ganhar nada. - ele disse

- Sim! Por favor! Eu faço qualquer coisa para poder ganhar dinheiro.

- Mas antes disso tudo você precisa ver se o seu pai deixa né? - puta merda. Ainda tinha isso

- Verdade. Mas a Adriana disse que eu não preciso da autorização dele para nada. -

- Precisa sim. Você é adulta mais ainda tem que avisar sabe. Vai que ele tá te esperando, ele tem que saber das coisas Cecilia. - ele disse e me deu o choque de realidade que eu precisava

- Tem razão. - disse - Eu vou falar com ele hoje a noite e te ligo avisando a resposta independente a que for, ok? - disse

- Claro.

- Ah! Quase me esqueci e não conta pro Gavi nada que eu te contei amanhã no treino hein. - disse

- Como você sabe que a gente tem treino amanhã? -

- Eu sei todo o calendário de 2023 de vocês querido. Gavi me passou tudo a um tempo atras para que eu e ele pudéssemos sair nos dias que não teria treino. - sorri e o mesmo sorriu negando com a cabeça.

- Tá sabendo hein pequena. - ele disse - Mas aproveitando que a gente ta nesse papo de o que é dito aqui daqui não sai eu, eu tenho uma coisa pra te contar. - ele disse

- Pode falar agora! - eu disse pra ele

- O Gavi tá indo muito mal tanto nos treinos tanto nos jogos. Ele nunca chega na hora certa, coisa que ele nunca fez, ele não tá tendo os mesmos desempenhos nos jogos muito menos nos treinos. Não sei se você é muito de assistir os jogos mas ele não jogou as nossas ultimas três partidas. O Xavi colocou ele no banco. - assim que ele terminou meu coração subiu e eu achei que fosse vomitar

- Isso é tudo minha culpa. - disse em tom baixo mas ainda era possível que o Raphinha me ouvisse

- Claro que não é sua culpa. - ele disse passando a mão no meu cabelo - Você fez o que era melhor para você. Não existe certo ou errado, ambos entraram em um acordo, não tem a quem culpar.

- Eu quero ele de volta Raphinha. - confessei - Eu sinto falta do abraço dele, do frio na barriga toda vez que chega uma notificação no meu celular dele, quando ele me fala que ia me buscar na faculdade e eu sabia que iria criar uma memória inesquecível ali com ele. Eu ainda amo ele. - comecei a chorar no meio do restaurante

- Eu sei que você ainda ama ela, e ele também te ama. Ele fala toda hora do quanto que ele sente falta do seu beijo, do cheiro do seu cabelo, do jeito que o nome dele saia da sua boca. Vocês dois são apaixonados. - ele dizendo tudo aquilo foi como um gatilho

- Eu quero ir para casa. - disse

- Vou pedir a conta. - ele disse e estendeu o braço chamando o garçom e pagando a conta. - Vamos. - ele disse e eu me levantei e o abraçei

- Muito obrigada por ter conversado comigo e ter concordado em pagar mais três meses na minha faculdade. Te amo. - disse e o abraçei mais uma vez - Eu não sei o que eu faria sem você Rapha.

- Eu também te amo Ceci, se fosse por mim eu pagava sua vida inteira aqui só pra continuar tendo esses jantares com você. Mas agora vai pra casa que amanhã você liga pro seu pai por conta do fuso e todos os nossos desejos vão virar realidade. - ele disse me fazendo sorrir

- Você é o melhor! - disse e entrei no meu carro com um sorriso enorme

Agora era só esperar e ver se o meu pai concordaria com mais três meses adicionais em Barcelona. Se Deus estiver do meu lado tudo vai dar certo. Coloquei umas musicas no caminho de volta para ver se eu parava de pensar muito longe, o que deu certo. Cheguei em casa e tomei mais um banho, dessa vez foi relaxante. Terminei e vi que as meninas já estavam adormecidas. Em silencio eu fui até minha cama e me deitei, mandei mais uma mensagem pro Raphinha agradecendo por tudo e dormi também.

Três Meses- 𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora