Oie, mais um capítulo reescrito pra vcs.
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**AZRIEL**
Assim que vi Morrigan seguir Lucien, uma sensação de desconforto se instalou no meu peito. Conhecendo Mor, sabia que não seria uma simples conversa amigável. Esperei pacientemente até que Lucien saísse da festa, e então segui Morrigan até o telhado, onde ela estava sozinha, olhando as estrelas com uma expressão de irritação.
— Mor — chamei, minha voz firme, mas calma. Ela se virou para mim, o brilho nos olhos mostrando que sabia o motivo da minha presença. — O que você falou para Lucien?
— Falei a verdade, Azriel — ela respondeu, com um tom afiado. — Ah, por favor, não me diga que você se importa com o Vanssera agora.
Ela soltou uma risada sarcástica, o deboche estampado em seu rosto. Eu mantive minha expressão neutra, lutando contra a raiva crescente.
— Não me importo — menti, tentando convencê-la e a mim mesmo. — Mas não acha que pegou pesado dessa vez?
— Ah, me erra, Azriel! — ela retrucou, virando-se para sair, sua frustração evidente.
Ela se afastou, me deixando sozinho no telhado. Fiquei ali por um momento, a brisa noturna fria contra minha pele, enquanto tentava entender por que a situação com Lucien me afetava tanto. Senti um vazio estranho quando percebi que ele não estava mais na festa. Algo dentro de mim se revirava de forma inquieta, um desejo que não queria admitir. Será que era só uma atração física?
Desci silenciosamente e saí sem que ninguém notasse. Voltei para meu apartamento, tentando afastar os pensamentos sobre Lucien. Amanhã seria um dia longo, com a chegada da general do Reino Druun, e eu precisava me concentrar. Mesmo assim, a imagem de Lucien não saía da minha mente. Quem era ele para me afetar assim?
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**ELAIN**
A festa acabou, e todos foram para seus respectivos quartos ou casas. Estou no meu quarto, segurando o presente que meu "parceiro" me deu. Não menti quando disse que adorei, mas há algo mais profundo que me deixa tranquila. Desde que tive aquela visão, algo mudou dentro de mim.
Sinceramente, não consigo imaginar um futuro com Lucien. Não que ele não seja agradável — ele é gentil, simpático e atencioso. Mas não o vejo como um amante, e, desde a visão, essa atração minguou completamente. Na visão, eu o vi... com Azriel. Eles estavam juntos, felizes. E, estranhamente, isso me trouxe paz.
A visão também me mostrou alguém para mim, uma figura indistinta, mas com cabelos negros e pele escura. Quem será essa pessoa? A ideia de um futuro ao lado dessa figura misteriosa me intriga, e ao mesmo tempo me dá um estranho conforto.
Apesar das dúvidas e incertezas, sinto que algo grande está por vir. Algo que mudará tudo. Não posso falar nada ainda, não até entender melhor o que está acontecendo. Venho treinando secretamente com as gêmeas Nuala e Cerridwen, aprendendo o que posso. Os livros que Cothô me indicou também têm sido úteis.
É tarde, e a exaustão finalmente começa a pesar sobre mim. Vou me preparar para dormir, sabendo que o amanhã trará suas próprias batalhas.
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**LUCIEN**
Estou tão bêbado que o mundo ao meu redor gira sem parar. Não faço ideia de onde estou ou como cheguei aqui. Cansado, desabo debaixo de uma árvore, os galhos acima me oferecendo um abrigo mínimo. O céu está claro, as estrelas brilhando como pequenos pontos de luz no vasto firmamento. Não sei quando, mas acabo adormecendo, o mundo se apagando ao meu redor.
Sou despertado por uma voz suave e uma mão sacudindo meu ombro.
— Moço, ei, moço! Se dormir aqui, vai acabar doente — a voz feminina insiste.
Abro os olhos e vejo uma jovem de cabelos negros e pele escura, seus olhos castanhos me observando com preocupação.
— Quem é você? — pergunto, minha voz rouca. — E não fico doente.
— Ah, você é um feérico, não é? — ela responde, reparando nas minhas orelhas pontudas. — Bom, você não parece muito bem. Meu chalé é aqui perto, pode passar a noite lá, se quiser.
Olho para ela com desconfiança, minha mente ainda nublada pelo álcool.
— Não querendo ser indelicado, mas o que faz você achar que preciso da sua pena? — pergunto, minha voz mais dura do que pretendia.
Ela sorri, uma expressão surpreendente de suavidade e compreensão no rosto.
— Não estou oferecendo minha pena — ela responde, com um brilho de desafio nos olhos. — Estou oferecendo um bom banho, uma cama quente, um vinho melhor do que o que você bebeu, e uma ótima ouvinte, caso queira desabafar.
Eu a estudo por um momento. Ela não parece ser uma pessoa má; pelo contrário, há algo nela que desperta minha curiosidade. Ela é bonita, com curvas elegantes e uma força que é evidente pelos músculos em seus braços. Tenho certeza de que ela poderia me matar sem muito esforço, mas algo em sua postura me faz confiar nela.
— Se eu não for incomodar... — murmuro, aceitando a oferta com uma inclinação de cabeça. Talvez seja a Mãe me ajudando de alguma forma.
— Imagina. Sou Astha — ela diz, estendendo a mão para me ajudar a levantar.
— Lucien — respondo, pegando sua mão firme.
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A caminhada até o chalé de Astha é curta, e o silêncio entre nós é confortável, mas carregado de mistério. Chegamos a uma pequena cabana aninhada entre árvores, uma luz suave brilhando pelas janelas. O lugar exala calor e segurança, um contraste com a frieza do mundo exterior.
Ao entrar, sou recebido pelo calor do fogo crepitante na lareira, o cheiro de ervas e vinho no ar. Ela me conduz a um pequeno quarto, simples, mas acolhedor.
— O banheiro está ali — diz ela, apontando para uma porta. — Tome seu tempo. Vou preparar algo para você comer.
Agradeço com um aceno e me retiro para o banheiro, onde a água quente alivia a tensão em meus músculos e limpa a sujeira do dia. Quando saio, sinto-me um pouco mais humano, mais presente.
Ao retornar à sala, encontro Astha servindo duas taças de vinho. Ela me entrega uma e se senta à minha frente, um sorriso intrigante no rosto.
— Então, Lucien... o que traz um feérico para uma noite de bebedeira e desespero? — ela pergunta, seu tom leve, mas seus olhos revelando uma curiosidade sincera.
Eu a encaro por um momento, considerando o quanto revelar. Há algo nela que me faz querer confiar, mas o que mais me surpreende é que, ao pensar nisso, a imagem de Azriel me vem à mente. O vazio que senti ao deixar a festa parece ser preenchido por essa lembrança, e de repente, não sei o que isso significa.
— Apenas... problemas de coração — respondo finalmente, uma meia-verdade que esconde o turbilhão de emoções dentro de mim.
Astha sorri, um sorriso compreensivo e cheio de empatia.
— Bem, estou aqui para ouvir, se você quiser desabafar — diz ela, levantando sua taça em um brinde silencioso.
A noite avança, e nós dois conversamos, a estranha atração entre nós permanecendo indefinida, mas crescente. No entanto, mesmo enquanto estamos juntos, é Azriel quem ocupa meus pensamentos, como um enigma que preciso resolver.
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Um final feliz? (luriel)
Fiksi PenggemarElain sabe a verdade? Uma parceria falsa? Quem é você? Finalmente encontramos a felicidade? Lucien se encontra com bastantes perguntas, será que a felicidade chegou para ele? oq acontecerá? oq aconteceu? mentiras, verdades, revelações.