Um final feliz? (luriel)

LOBA NEGRA

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**ASTHA**

— Bom dia, Lucien — digo, quando ele entra na cozinha.

— Bom dia — responde ele, a voz rouca, com um olhar cansado. — Vou embora assim que tomar café, se não se importar.

— Não estou te expulsando, mas já que vai, vou com você — digo, um sorriso brincando em meus lábios.

Lucien levanta as sobrancelhas, desconfiado.

— Tenho que ir para Prythian o mais rápido possível, então já deixo você em casa — completo com um tom divertido.

Ele ri e balança a cabeça.

— Não sabia que tinha ganhado uma babá.

— Não, Lucien — digo, gargalhando. — Ganhou uma irmã.

Ele me olha com simpatia e uma leve gratidão, como se estivesse recebendo algo que sempre desejou, mas nunca teve. Uma amizade fraternal se fortalece entre nós, uma ligação que sinto que vai além das palavras. Algo me diz que nossos destinos estão entrelaçados de uma forma mais profunda do que podemos compreender.

**(Horas mais tarde)**

— Já estamos chegando — Lucien comenta, seu tom calmo, mas atento. — A mansão fica um pouco mais para frente.

Olho pela janela e sou recebida por uma vista deslumbrante. A mansão é muito mais imponente do que ele havia deixado transparecer. O terreno ao redor é vasto, com árvores antigas que parecem sussurrar segredos esquecidos pelo tempo.

— Lucien! — Ouço uma voz feminina e vejo uma mulher com cabelos cor de fogo correndo em nossa direção.

— Vassa... — Lucien começa, mas antes que ele possa dizer mais, a humana me lança um olhar surpreso. Lucien rapidamente faz as apresentações. — Esta é Astha... — Ele hesita por um momento, como se buscando a palavra certa. — Minha irmã.

Vassa nos olha com surpresa, mas sorri e nos convida a entrar. Não disfarço o sorriso em meus lábios. A casa por dentro é aconchegante, mas há algo mais, uma sensação de mistério que paira no ar. Sinto um arrepio percorrer minha espinha.

De repente, uma voz masculina ecoa pela sala, uma voz que reconheço imediatamente.

— Jurian? — Falo, surpresa, virando-me para a direção da voz.

Todos na sala me olham, principalmente Jurian, que parece ter visto um fantasma.

— Astha? — Ele balbucia, incrédulo. — Pensei que estivesse morta...

Solto uma gargalhada e corro para abraçá-lo.

— Eu tinha certeza de que você estava morto! — digo, soltando-o do abraço. Percebo que Vassa e Lucien nos olham, claramente confusos e surpresos.

— Lutei ao lado de Jurian na guerra — explico, percebendo as expressões curiosas deles. — Nunca imaginei que o humano que voltou pelo Caldeirão fosse você.

— Pois é, surpresa — responde Jurian com seu tom característico de deboche, soltando uma gargalhada alta que preenche o ambiente.

— Bom, tenho certeza de que Jurian irá responder todas as suas perguntas, assim como Lucien — digo, olhando para Vassa e Lucien. — Preciso ir.

— Vai para onde? — Jurian pergunta, com uma nota de preocupação.

— Prythian — respondo, com firmeza. — Até mais, Lucien. Foi bom conhecê-la, Vassa. E Jurian, foi bom te rever.