Capítulo 2

5.2K 247 125
                                    

Lorena: Oi prima! Que saudaaadeeee - Dou um abraço apertado na minha prima, que há tanto tempo não vejo. Geralmente ela vai pelo menos uma vez por ano na cidade que moro, no final de ano ou no carnaval, pra passar férias, mas já fazem 2 anos que ela não aparece.

Carol: Também senti sua falta sua louca, confesso que não acreditei quando você me disse que estava vindo para o Rio, ainda mais tão em cima da hora. Me conta o que aconteceu. Foi algum problema por lá? - Perguntou após nos separar.

Lorena: Vou te contar tudo, só preciso primeiro fazer o que eu vim fazer. Me empresta seu celular, por favor?!

Carol: Claro, toma. - Ela me entrega seu celular com uma dúvida estampada no rosto, e eu até entendo. Acabei de chegar, não conheço ninguém aqui no Rio, como quero o celular dela para fazer uma ligação?

Mas o que ela ainda não sabe é que eu conheci uma pessoa há alguns meses, e vim aqui exatamente por causa dele. Pego então o celular de sua mão, que me estende ainda sem entender nada. E disco o número que vejo na tela do meu celular. Sabendo que ele não quer falar comigo, e correndo o risco dele não querer me ver, e ter feito uma viagem tão cara e de tão longe em vão.

No 4° toque a chamada é atendida, e eu quase não acredito que estou ouvindo essa voz novamente, e rapidamente lembro de todos os áudios dele rindo das minhas piadas sem graça, que apenas ele sorria, das vezes que conversei com ele até adormecer no meio da ligação. Essa voz que fez por tantas vezes querer abrir mão de tudo o que eu tenho lá na minha cidade, e vir atrás dele. E que ironia, estou aqui exatamente pra isso, pra vir atrás dele.

Saio do meu momento nostáugico, com o timbre da sua voz grossa e rouca perdendo a paciencia.

- VAI FALAR QUEM.. - Não permito que ele termine de gritar, e tenha a chance de encerrar a chamada, e o interrompo com minha voz o mais macia e sexy possível.

Lorena: Oi, sou eu.. prometi a mim mesma respeitar qualquer que fosse sua decisão, mas eu não consegui ficar longe por tanto tempo. Preciso te explicar tudo o que aconteceu e te mostrar que tudo foi uma grande brincadeira de mal gosto.

- Lorena? É você? - Sua voz era pura surpresa e incredulidade.

Lorena: Sim, sou eu. Eu sei da promes.. - Não consigo terminar a minha fala.

- Que número é esse? É daqui do Rio. O que você faz aqui?

Lorena: Calma Pedro, eu vim pra o Rio, na verdade, acabei de descer do avião. Escuta. - Então me calei, para que ele pudesse ouvir a voz que saia pelos auto-falantes. 'Última chamada para os passageiros do voo 7443, com destino a São Paulo, por favor queiram se apresentar no local de embarque.'

Lorena: Então, será que eu poderia ir até onde você tá? Ou você vir até onde vou ficar? Eu realmente quero muito me explicar, e dizer tudo o que preciso te dizer. Por favor não me negue isso. Vim de Natal até aqui para isso. - Tornei a andar com a minha prima, rumo a saída do aeroporto.

Pedro: Não posso ir. - Nesse momento eu suspeirei derrotada, imaginando que de fato não iria conseguir ver ele, e colocar os pingos no I's, mas então ele continua. - Onde tu vai ficar?

Lorena: Na casa da minha prima, em copacabana.

Pedro: Sei, a gente pode conversar amanhã, beleza pra tu? Tu vem pra cá de tarde e 'nós' bate um papo reto, e 'vê' no que dá. Hoje não dá, é dia de baile. E lá é impossivel de papear.

Lorena: Tá certo, não quero incomodar, amanhã você liga nesse número e a gente combina?

Pedro: Beleza, até amanhã. - E desligou.

Um Traficante Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora