Capítulo 23

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11 dias depois:

Ontem fez duas semanas que minha mãe está aqui. E 11 dias que não tenho NENHUMA notícia do Pedro. Ligo pra ele TODOS OS DIAS, mando mensagem e nada de conseguir falar com ele.

Já estou preocupada e nervosa.  Pra completar, minha mãe não teve nenhuma melhora. A quimioterapia está deixando ela ainda mais fraca e debilitada. Cada dia que venho fico ainda mais arrasada.

Hoje é dia dela ir. Os dias de quimio coincidem com o meu dia de ficar com ela. Ela vai pra sala e eu fico aqui no quarto.

Me deito no sofá pra dormir um pouco, já que não tenho dormido bem devido a preocupação com o Pedro.

Quando estou dormindo, sonhando que estou no Rio, com aquele pedaço de mal caminho, peladinhos na cama dele. Chega alguém no quarto.

É um enfermeiro, visivelmente preocupado e abalado.

Enfermeiro: Você é a acompanhante da paciente Liane?

Lorena: Sim. Sou eu, o que aconteceu com a minha mãe??

Enfermeiro: Preciso que venha comigo.

Lorena: O que houve com a minha mãe??

Enfermeiro: Ela estava passando pela sessão da quimioterapia, o médico responsável irá lhe explicar, só fique calma.

Ele me pedir calma foi a pior burrada da vida dele, eu já tava entrando em desespero. Fomos pela escada por ser No andar a baixo da gente, e ser mais rápido. Ele me olhou com uma pena tão grande. Que no fundo eu já sabia o que tava acontecendo..

Paramos sob uma porta cujo a placa estava escrito assistência social, e eu já sabia. O pior estava por vim.

Entrei na sala sem bater na porta. E tinha uma mulher muito bem vestida e elegante.

Lorena: O que aconteceu com a minha mãe? Cadê ela?

XXXX: Boa tarde querida. Me chamo Maria Helena, sou assistente social desse hospital. Por favor sente. - Falou me indicando a cadeira a frente da sua mesa.

Lorena: pronto, agora me fala, cadê minha mãe? Por que não me levaram para ver ela??

M° Helena: Quero dizer primeiramente que sua mãe foi muito forte. Ela fez tudo o que podia para ficar entre nós. Sua mãe sofreu um choque anafrilatico devido a medicação da quimioterapia. Eu sinto muito.- Eu já entendi tudo, mas a ficha não caiu ainda. Não quero acreditar nisso.

Lorena: Eu quero a minha mãe. Cadê ela? - Sai procurando por minha mãe na sala e nos corredores. Procurando pela minha vida. Me sinto como se um buraco tivesse aberto sob meus pés, e eu estou em queda livre. Mas esse buraco parece não ter fim.

Meu corpo está aqui, mas minha mente não está. Estou no modo automático, não sei o que me perguntam, também não faço questão de responder.

Na minha mente só me vem os momentos felizes e alegres que vivemos.

Em algum momento minhas irmãs chegaram e estão ao meu redor me abraçando e chorando muito.

Laura: Vamos resolver a questão do enterro.

Lorena: Vamos na casa de mainha pegar os documentos da funerária que ela paga há alguns anos. Ver se tá em dias e o que eles cobrem.

Fomos embora no carro com meu cunhado. Acho que ele saiu no meio do expediente para vir. Ao chegarmos em casa, procuramos todos os documentos, e fomos pra funerária. A partir dali, seriam eles quem iriam resolver.

Tomei um banho, onde mais chorei do que me banhei. Lembrando de tantos momentos juntas, das festinhas em casa que eu tive, de todas as vezes que ela cuidou de mim. Eu queria tanto que não fosse verdade. Que não fosse a minha mãe quem morreu. Eu não quero imaginar a for que ela sentiu.

Lorena: MÃAAAAAAEEEEEEEEEEEEEEEEEEE - Gritei com toda minha voz, minha força e todo ar que tinha em meus pulmões. Não quero imaginar como vai ser no enterro.

Ao sair do banheiro, a vontade que eu tinha era de morrer, para não sentir essa dor, esse vazio, esse aperto no meu peito. Mas minha mãe sempre dizia que quando ela ficasse velha e morresse, não queria a gente triste, pois já éramos crescidas e podíamos nos virar sem ela.

Mas a realidade é tão dura, que não me deixa pensar assim. Só penso que não terei mais ela pra tomar café juntas, que não a terei me gritando e brigando comigo, não vou mais dar a benção a ela.. e isso tá doendo muito.

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Capítulo pequeno, mas preparem os lenços.. os próximos, mas principalmente o próximo será muito pesado..

Um Traficante Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora