Labyrinth | Avatrice [ShortFic]

Unavailable

Mais uma semana se arrastou e Ava parecia mais infeliz a cada minuto que passava. Estava sendo torturada. Pensou que talvez se desse mais um tempo, as coisas dentro de si mudariam. Mas quando jantava sozinha em seu sofá, lembrando dos momentos e conversas que tinham antes do sexo maravilhoso, a distância só tornava seu próximo passo mais necessário.

Ava andou variando entre a certeza de que falaria com Beatrice e vacilando sobre isso. Dificilmente seria buscada depois do que disse, então se quisesse retomar o que tinham, teria que dar o próximo passo.

Assim que desceu do elevador, encontrou a mulher de cabelo rosa anotando algo que Beatrice falava, enquanto dividiam o sofá de dois lugares na sala de espera. 

— Bom dia. Beatrice, posso falar com você? — Ava as assustou ao se aproximar sem aviso e avaliou a situação, fuzilando a mulher com os olhos. Beatrice assentiu, levantando em um pulo.

— Claro. Te passo o resto por e-mail, Beth, não se preocupe. — Ava saiu andando depois de revirar os olhos, "Beth".

— Interrompi alguma coisa? Você ia sair com ela? Ou sei lá. — Perguntou como quem não se importa.

— Não. — Respondeu sem muita paciência. Estava chateada por Ava ter demorado tanto para procurá-la. 

— Certo. — Beatrice podia sentir o coração acelerado em ansiedade. Ava mal a olhou por duas semanas, que foram o inferno na terra e agora finalmente queria falar com ela. 

A arquiteta estava disposta a ter um diálogo de verdade, não uma pegação ou outra briga. Aproveitou para reafirmar isso para si mesma. 

— Então? Sobre o que quer falar? — Perguntou impaciente.

— Nós fomos bem imaturas em Brighton, podemos concordar nisso? — Beatrice assentiu positivamente e ela soltou o ar. Também tinha algum orgulho, não estava disposta a agarrar toda a culpa só porque sentia saudade. A CEO também disse coisas que a desagradaram. 

— Eu deveria ter me expressado melhor, certamente passei a ideia de que poderia existir um Eu e Bethany. — Se apressou em dizer, apesar de acatar a vontade de Ava e não procura-la, se sentiu culpada e tentada a esclarecer isso todos os dias que passaram separadas.

— E-e não pode? — Ava perguntou quase gaguejando. 

— Ava, eu não costumo me relacionar com o pessoal da empresa.

— Você vai dizer isso pra mim? — Riu sem humor e Beatrice bufou, ainda mais irritada. Era como se estivessem falando idiomas diferentes, já que as duas sempre censuravam as próprias frases antes de verbalizar, tornando a comunicação ruidosa.

— Vamos brigar novamente? Me chamou pra isso?

— Não, te chamei porque sinto muito por ter sido imatura e não quero continuar trabalhando com você assim, não é saudável.

— Concordo, então, sinto muito por não ter escolhido as melhores palavras, não queria me afastar de você. — Disse a última frase quase em um sussurro, finalmente abaixando a guarda de vez.

— Eu também não. — Admitiu e se aproximou da mais alta. — Você não está mesmo com ela? Não quero atrapalhar nada. — Beatrice sorriu, constatando que a mulher mais bonita do mundo estava com ciúmes dela.

— Não estou disponível. Estamos juntas. — Disse firme. — Quer dizer, se você ainda quiser. — Soou séria, tentando passar credibilidade.

— Eu quero. — Sorriu, encarando os lábios, tentando se controlar para não beijar a engenheira. 

— Mas eu posso ouvir o mesmo quanto ao JC? Vejo que estão próximos e tenho certeza que já sabe das fofocas sobre nós duas.