capítulo 12

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                           Lucien

Se alguém, no passado, me contasse que eu teria uma parceria, que me rejeitaria pra ficar com um guerreiro, que tinha um romance com a minha filha desconhecida, que estaria grávida desse guerreiro, que eu mataria meu melhor amigo, viraria grão senhor e que estaria na minha nova mansão planejando matar o meu pai - que não é meu pai - com os meus irmão, eu com certeza iria pedir pra me darem um pouco do vinho que eles tomaram, porque uma merda dessas não seria possível.

Mas é.

Era impressionante a forma como Eris era uma cobrinha traiçoeira, o plano dele era bom. Rhys cometeu um erro em achar que tinha controle das atitudes do filho mais velho do Beron.

Queria fazer parte da morte daquele desgraçado, mas eu precisava ver como isso afetaria os meus planos.

Eu precisava acabar de uma vez por todas com Koschei e iria precisar da ajuda de três irmãzinhas Archeron.

Se o Deus da morte está em "aliança" com o meu… padrasto, então Beron sabe dos planos dele. Que envolve Elain, Gwyn e os bebês. Talvez, até mesmo Nestha.

Não confio em nenhum dos Vanserras à minha frente. Eles podem muito bem estar aqui a pedido do Beron.

- Quando vai ser sua cerimônia de posse? - Eris questiona balançando o vinho em sua mão.

- Eu decido isso amanhã. - Dei de ombros, não dando muita importância ao assunto. - E vocês não estão convidados.

- É obrigatório você convidar todos os grão senhores, irmãozinho. - Mael, arremessa um objeto de decoração pra cima e o pega novamente. Tomara que caia nessa testa gigante. - Nós estaremos lá.

- Já terminaram? - Me encosto na almofada. - Podem ir embora.

- Claro. - Eris se levanta, sendo seguido por Ithel e Mael. - Até logo, grão senhor. - Sorri cinicamente para o mesmo, enquanto os dispensava com a mão.

- Diga a Gwyn, que o titio Ithel mandou um beijo.

E Eris os atravessa. Antes que eu possa arremessar essa taça na cara dele. Vagabundo sortudo.

Quando chegar o dia do Beron se despedir desse mundo, irei buscar minha mãe antes de toda a tragédia. Ela não ficaria mais perto daquele monstro. Eu não iria permitir.

Olho para a janela e vejo que o sol está quase se pondo. Me aproximo da janela.

A vista era tão linda e relaxante que eu nem me preocupava com o fato daquele mestre espião desgraçado não ter trazido a Gwyn ainda.

Mas tudo bem, Gwyn era adulta. E grávida.

Pelo menos Azriel não a abandonou da mesma forma que meu pai biológico fez comigo.

Era quase inacreditável essa história. Beron não era o meu pai. Isso me alegrava da mesma forma que me entristecia. Eram tantas perguntas que eu sinto que nunca terei resposta. E eu não sei se as quero.

Eu já não estou velho demais para ter problemas com o papai?

Forço minha mente a parar com esses pensamentos de merda e foco no sol se pondo.

Olhar o sol sempre me acalmava. Luz do sol me acalentava nos meus momentos mais complicados.

Me lembro quando era criança e corri para longe depois do Beron ter me humilhado por uma coisa que eu nem me lembro, eu corri para dentro da floresta, ignorando os chamados da minha mãe e fui parar perto de um lago cristalino. Eu meio que me perdi.

Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora