"𝗩𝗼𝗰𝗲̂ 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗲𝘁𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮̃ 𝘃𝗮𝗶 𝘃𝗶𝗿 𝗱𝗲 𝗻𝗼𝘃𝗼?"
"𝗦𝗶𝗺, 𝗲𝘂 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗲𝘁𝗼."
Chenle aguardava ansiosamente pela entrega de sua pizza, mas ao abrir a porta, é surpreendido por um jovem suspeito e visivelmente assustado...
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Chenle estava em uma corrida contra o tempo naquela manhã. A ansiedade o consumira na noite anterior, preocupado com a prova de modalidades que teria na faculdade, o seu nervosismo foi tanto que só conseguiu dormir por quatro horas.
Cada segundo que passava era precioso, sabia que o seu professor era extremamente rígido em relação a horários, então acelerava todas as suas ações para não chegar atrasado.
Sentado à pequena mesa na cozinha, Chenle tomava seu café, enquanto digitava uma declaração especial para Jisung, lembrando que estavam fazendo um mês de namoro, mas estranhamente, Jisung não o respondeu. Não era a primeira vez que isso ocorria; pelo contrário, suas mensagens das últimas 48h permaneciam sem resposta. Jisung não respondia, e sequer aparecia em sua casa para jantarem juntos. Ele estava completamente pensativo sobre o paradeiro do rapaz.
Tentava manter a calma, sabia que a qualquer momento Park atravessaria aquela porta e lhe contaria como foi seu dia no trabalho, ou até mesmo lhe mandaria uma mensagem.
Porém, a falsa sensação de tranquilidade que fingia ter em seu corpo foi interrompida pelas insistentes mensagens de sua mãe, seguidas de uma ligação. Por que raios ela estava tão agitada? Chenle atendeu, um tanto apressado:
— Diga, mãe. Estou atrasado.
— Ligue a televisão no canal 11, é urgente.
— Ok, espere um pouco.
Ele foi até a sala e sintonizou o canal indicado, esperando encontrar uma notícia trivial.
— Está passando jornal, essa era urgência?
— Assassinaram alguém bem perto da casa onde você mora.
— Quê?! — Chenle aumentou o volume da TV, e passou a prestar atenção na repórter que relatava a notícia que estava sendo exibida.
— Estamos aqui ao vivo no lugar onde a fatalidade aconteceu. O jovem, identificado como Park Jisung foi brutalmente assassinado a facadas na noite anterior.
O estrangeiro havia entrado em pânico naquele momento.
— Acredita-se que a causa do assassinato tenha sido um acerto de contas entre o jovem e um procurado da polícia de longa data, Nakamoto Yuta, que é o chefe que comanda o fluxo de drogas no bairro.
Chenle já havia esquecido que estava atrasado para ir à universidade. Agora, ele só conseguia manter os olhos vidrados no que passava na TV, implorando mentalmente para que o Jisung que havia falecido não fosse o seu namorado.
— As informações que obtivemos através de um ponto da câmera de segurança da região foi que todo o crime se deu a partir de uma tentativa de acerto de contas. O período estipulado pelo procurado para o pagamento de suas dívidas havia chegado ao fim, porém o coreano não tinha o valor integral, ocasionando em uma briga e assim, a fatalidade ocorreu.
Não podia ser verdade. Jisung dissera que estava quitando suas dívidas. O garoto não mentiria dessa forma para ele...
Desesperado, ele continuou a assistir, até que viu algo que o fez desabar emocionalmente.
No fundo da cena, um par de sapatos sujos capturou seu olhar. Um All-star roxo com estrelinhas amarelas, um presente cuidadosamente escolhido para Jisung depois que ele compartilhou o sonho de tê-lo.
A ideia surgiu em uma tarde qualquer, quando Chenle passou por um sapateiro próximo à faculdade e perguntou se seria possível personalizar um daqueles pares que estavam na vitrine. Era exclusivo, ninguém tinha um igual.
O mesmo par que ele reconhecia agora, parecia estar perdido em meio ao cenário sombrio.
As lágrimas inundaram os olhos de Chenle. Uma dor avassaladora tomou conta de seu peito. Não teve a chance de se despedir, de dizer o quanto amava Jisung.
