Capítulo VII

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O café da manhã estava tão quieto que era possível ouvir os batimentos cardíacos e a respiração de todos ali. Jesse havia caçado um coelho e coletado algumas frutas pela manhã antes que todos acordassem, o que caiu super bem para o café e acabou com a fome da noite. Ellie estava anotando algo em sua agenda, o que me chamou atenção mas não demonstrei interesse em saber o que era. Embora estivesse muito curiosa sobre.

— Vamos falar do elefante branco da sala. Que porra tá acontecendo? — Jesse disse encarando nós três, encarei Ellie e dei de ombros ficando em silêncio.

— Só estamos cansadas Jesse. Só isso, não é nada demais. — Ellie deu de ombros me encarando de volta e dando toda a atenção para a agenda.

Dina se levantou do sofá e puxou Ellie pelo braço, dizendo que precisavam ter uma conversa em particular. Revirei os olhos pegando minha mochila que estava no chão e a jogando nas costas, limpando as mãos nas calças e deixando minha atenção cair sobre Jesse.

— Eu preciso resolver uma coisa. É rápido. Prometo. — Falei seguindo em direção a porta e me virando antes de sair. — Fecha a porta?

— Olha não gosto de ser chato mas quando ela descobrir que você decidiu sair por aí sozinha, ela vai te matar e me matar por não ter te impedido.

— É rápido, eu juro.

Jesse me encarou por longos segundos, encarei seus olhos e eles me fuzilaram porém concordou com a cabeça, fechando a porta assim que sai.

Estava chovendo, coloquei minha touca e corri em direção a um ônibus que fechava a avenida principal, escalei o mesmo chegando ao outro lado. Voltando a caminhar com pressa para tomar o máximo de distância possível antes que percebam que não vou voltar.

Não quero que me levem a mal mas essas garotas são emocionalmente instáveis e eu preciso distância disso. Dina quer ficar com suas duas opções. E a Ellie, eu a odeio. Aquela maldito sorriso e piadas de mal gosto. Ela realmente se acha engraçada? Maldita hora que me afastei de Abby. Quero voltar o mais rápido possível para WLF, pois é. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas sinto saudade da academia, da comida e de algumas pessoas.

Passei longas horas andando pela estrada, verificando casas, lojas e trailers atrás de suprimentos para me manter até que chegasse ao meu destino. Às vezes, encontrava um infectado mas deixava passar, não queria deixar rastros que passei por ali, seria apenas mais uma dica que alguém esteve ali e não quero ser encontrada por eles.

Ouvi um assobio ao longe que se tornou intenso ao longo que me aproximava do prédio a frente, me escondi atrás de uma caçamba de lixo pegando minha pistola e certificando que estava carregada. Outro assobio surgiu no ar, mas esse era mais agressivo. Isso é uma porra de comunicação agora?

Ouvi passos próximos a mim e me preparei para atirar, com a mão no gatilho me levantei morando na pessoa que estava próxima. Um garoto apontou o arco para mim e ordenou para largar a arma, porém estava paralisada demais para isso. Abby estava a minha frente, ela correu em minha direção quebrando a distância que estava entre nós e me abraçou forte. Não pude dizer uma palavra, eu não conseguia. Apenas retribui seu abraço na mesma intensidade, ela me tirou por alguns segundos do chão e me soltou de volta como se fosse uma pena. Ela segurou meu rosto entre suas mãos.

— Achei que tinha te perdido caralho. Onde você estava porra? — Abby me puxou para um novo abraço, me sufocando desta vez.

— Eu... Respir... — Falhei em tentar pronunciar as palavras, mas ela entendeu o recado me soltando.

— Fala! Aonde você estava porra?

Pensei bem sobre tudo que passei nesses últimos dias, as pessoas que conheci e os laços que criei. Não acho que seja algo importante para Abby afinal, estou viva e isso importa.

Not The Last Of Us ( Tlou II ) Ellie Williams x Fem Reader Onde histórias criam vida. Descubra agora