The King's promise | Yoonmin

Nossa loucura

Escrito por: RedWidowB 

Notas Iniciais: Boa leitura!

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A chuva que atingiu as terras de Autumnrise era ácida e fétida.

Enquanto Yoongi era acorrentado à cruz no pedestal a céu aberto, localizado em uma velha construção religiosa, as pessoas fugiam do local, afugentadas pelas queimaduras que os céus lhe proporcionaram. No entanto, por algum motivo, a água ácida não havia chegado ao local onde o Min estava.

Os homens desconhecidos que o puseram ali balbuciavam loucuras e pedidos, como se suas palavras fossem ficar impregnadas na pele do rapaz entregue aos deuses. Talvez realmente acreditassem nisso.

Apenas quando trovões e relâmpagos surgiram, clareando e barulhando entre as nuvens escuras, Yoongi foi deixado para trás, sozinho com seu desespero.

Não sabia se era pior ser deixado para morrer ou ser morto. Não sabia o que esperar, principalmente ao se lembrar das blasfêmias que pensou. Se os deuses existiam, como ele poderia ser um sacrifício digno? Como sua falta de fé poderia trazer algo para aquela maldita cidade?

Inutilmente, tentou se soltar das correntes que prendiam seus pulsos no alto, em cada lado de seu corpo. O chacoalhar dos metais o fez franzir o cenho, incomodado com o barulho mesclado aos trovoares de fora da capela onde fora deixado.

Não queria chorar mais, porém a imagem de Jimin veio a sua mente e ele se deixou levar novamente pelo medo e desespero. Ele nunca mais veria o Park? Nunca diria ao rapaz sobre como seus dias eram melhores ao lado dele?

Nunca diria que a descrença de Jimin o fizera finalmente viver?

Os deuses eram sádicos o suficiente para esperar que sua vida fizesse sentido para, enfim, tirá-la?

De repente, a água finalmente passou a cair sobre seu corpo. Os primeiros pingos machucaram levemente seu rosto e ele o abaixou para o chão, deixando que a acidez caísse em sua nuca e costas. Seu choro passou a ser sobre as dores física e emocional que sentia de uma só vez, e ele passou a gritar, externando a angústia que enchia seu peito.

Seu bramido ecoava pelas paredes em ruínas e retornavam a seus ouvidos, relembrando-o que estava sozinho, esperando a morte certa, enquanto suas roupas começavam a grudar em seu corpo, começando a derreter em contato com sua pele.

Apesar de toda desesperança e dor que o corroía, Yoongi ouviu quando as portas da capela foram abertas e viu o momento que Park Jimin adentrou o lugar correndo, muito provavelmente fugindo de quem cercava a capela. Um resquício de fé surgiu em seu íntimo, de que o loiro seria capaz de o ajudar, e suas pernas tremeram, sem forças para se manter de pé.

Seus olhos se encontraram no instante em que Jimin chegou ao altar e começou a bater no pino que prendia a corrente contra a estrutura da cruz. Nada falaram, ou resmungaram, ainda que a chuva ácida corroesse vagarosamente suas peles, deixando rastros vermelhos e em carne viva.

A pedra na mão de Jimin tintilava contra o pino, mas em nada adiantava. Sua palma já estava machucada, e os dois evitavam se encarar, para não vislumbrarem o que seus corpos estavam se tornando pelas feridas.

— Vá embora, Jimin — Yoongi suplicou. — Você não precisa morrer junto a mim.

O Park não respondeu, ainda batendo contra o pino.

— Jimin...

O loiro soltou a pedra e abraçou-o pelas costas, machucando a ambos.

— Você não morrerá sozinho — afirmou contra o pescoço do Min. — Você não está sozinho.