Chapter 05 - Conquer

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Capítulo com um tom açucarado para vocês, simplesmente uma boiolagem descabida.

Enfim, gosto muito desse capítulo em específico e, pasmem, ele é de extrema importância para a estória.

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Narrador POV

"O garoto de blusa branca, agora parcialmente vermelha pelo sangue que a fazia grudar em seu corpo, chorava com dor pelo tamanho do ferimento que havia em seu abdômen. Ele não fazia ideia, mas seu estômago já estava perfurado a ponto de não conseguir sequer restaura-lo caso conseguisse chegar a um hospital.

Tentou tatear as paredes na esperança de achar o caminho para a porta principal do ginásio, mas infelizmente a perda de sangue contínua tirava dele a capacidade motora de conseguir correr sem deixá-lo tonto em questão de segundos. O local estava escuro devido, é claro, do horário em que se encontrava naquela escola, a iluminação interna da quadra já havia sido desligada há horas atrás.

Que tipo de aluno poderia estar em uma escola às nove da noite?

O rastro de sangue espesso que marcava o piso liso da quadra de basquete era enorme, deixando nítido o estado significantemente grave do garoto de cabelos loiros. Com a visão completamente turva pela dor expressiva e o escuro cegante, se deixou sentar na lateral da quadra, recostando-se contra o pé de uma das cadeiras que os times destinavam aos jogadores reservas. Suas mãos trêmulas se dirigiram para a mesa perto de si, tentando encontrar qualquer arma que pudesse utilizar contra seu agressor, entretanto, em cima da mesa só tinha um marcador de pontos em uma prancheta e um gravador de voz que os narradores usavam em dias de jogos para animar o público que assistia.

Ele precisava de provas, precisava deixar marcado que esteve ali para que fossem atrás dos culpados de sua iminente morte. E então, não pensou duas vezes antes de ligar o aparelho e deixar gravando o que quer que aconteceria a partir daquele ponto.

De repente, as luzes centrais foram acesas, bem onde ele estava sentado. O som de passos se aproximando o deixou em estado de alerta, como se estivesse alucinando naquele momento. Queria rir com ironia do que iria acontecer nos próximos minutos, mas só a menção de forçar o corpo para respirar mais fundo já causava uma dor tão lancinante que chegava a fazê-lo arrepiar de pavor.

Quando finalmente a pessoa que o havia esfaqueado se colocou à sua frente, o loiro fez questão de subir o olhar para encarar de frente a armadilha que havia caído tão estupidamente.

Havia sido enganado, assim como outros antes dele.

— Eu não queria precisar fazer isso, me perdoe, por favor. - A pessoa que segurava a faca de cor cromada falou com a voz trêmula e baixa, praticamente em um sussurro íntimo para o garoto ensanguentado.

— Então por que você vai me matar? O que eu fiz? - O garoto disse em um fio de voz, sentindo sua garganta queimar como brasa ao proferir as palavras curtas. Cada fôlego que puxava era como um lampejo aterrorizante de que iria morrer a qualquer momento.

— Você não entenderia, nenhum deles compreendeu e... - Outro som de passos firmes ecoou no local, o tênis esportivo raspava no chão criando um ruído horrível, anunciando a chegada daquele que não sentia compaixão alguma.

— Por que a demora? Acabe logo com isso, quero ir para casa. - Sua voz fria cortou o ar como uma lâmina, fazendo um ódio incomum se instalar no peito do garoto sentado no chão.

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