Capítulo 14

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Capítulo 14


Vithor


Eu estava prestes à tirar uma "soneca" quando vi o tumulto do lado de fora. Muita gente fez uma espécie de roda, e suas expressões eram de preocupação.


"Karina deve estar naquele meio, sempre tão curiosa..." Pensei, enquanto vestia uma blusa, para olhar de perto o que aconteceu.


Primeiro, foi praticamente impossível ir até lá. Eu já estava prestes desistir quando finalmente vi um garoto ajoelhado do lado de uma garota que parecia inconsciente... Eu só não sabia que era a minha garota.


Karina estava esparramada no chão, com os olhos fechados. O garoto estava freneticamente surtando, a todo segundo colocando a mão em seu rosto e dando tapinhas de leve. E foi ai que eu surtei. Eu estava em êxtase quando a vi sem reação, no chão sujo e frio. Eu não me movia. Mas, quando o estúpido garoto começou a dar tapinhas nas suas bochechas, eu acordei. E definitivamente surtei.


Eu fui até lá e o empurrei. O mais forte que pude. A minha vontade era de quebrar a cara dele. Mas, eu tinha alguém muito importante para salvar: Karina. Na esperança, comecei a beijar seu rosto, como se ela fosse acordar, como nos contos de fadas. Depois comecei a chorar, enquanto mais e mais gente ficava olhando para mim, e outras até me disseram que já ligaram para a ambulância, e que era para eu me acalmar. Me acalmar? Eu estava prestes à surtar, eu não conseguia me imaginar sem ela. E foi ai que meu coração se apertou, e eu já não respirava direito.


Depois de uns 5 minutos, a bendita ambulância chegou. Eu entrei junto a ela, enquanto as enfermeiras lhe imobilizavam e tentavam lhe reanimar. Para minha surpresa, o garoto, que a atropelou entrou também.


-Xx: Desculpa...


-Vithor: Desculpa? Você acha que pedir desculpas vai trazer ela de volta? Que se foda suas desculpas.


-Xx: Ela também nem olhou a rua direito... Me chamo Theo, e olha, não importa, eu vou ficar aqui até ela melhorar.


Chegamos ao hospital, e eu informei que, eu era o "responsável" por ela. Mas a secretária disse que precisaria falar com o pai dela, e meu coração novamente se espedaçou. Como seu Arthur reagiria a tamanha desgraça? Bem, como eu imaginava: Ele viria o mais rápido possível paro o Brasil. E pior ainda: acompanhado dos meus pais, que, com certeza me dariam a MAIOR bronca do mundo, e eles estariam certos. Ele entrou em desespero, e até me xingou. E disse que viria o mais rápido possível.


A culpa foi inteiramente minha, e não das estrelas. Eu deveria ter cuidado dela melhor, e, com certeza, eu tinha que estar no lugar dela. Eu deveria estar passando por este perrengue todo, não ela.



Foi ai que eu me desesperei ainda mais. Mas eu não chorava. Eu tinha vontade de bater na minha cara, até aquela dor passar. Eu tinha que ligar para Sophia, Carla, para os amigos mais próximos. Eu sabia que eles me ajudaria de alguma forma então, com as mãos tremulas eu peguei meu celular e digitei algumas palavras:


Venham para o hospital que fica perto do Subway, na rua 35. Uma emergência.


Mandei essa mensagem somente para Carla, Sophia, Gustavo e Vinícius. E o tal Theo, bem ele deixou um número, e pediu 3.000 desculpas. Mas ele foi embora e eu achei melhor assim. Eu não conseguia olhar na cara dele sem ter vontade de bater.


Em fração de minutos eles estavam lá, me perguntando o que aconteceu; e eu tive que relembrar tudo de novo... Sophia e Carla começaram a chorar, e não sabiam o que fazer. E eu só sabia orar...


Deus, anjos, Jesus, todo mundo daí de cima, por favor ajudem a Karina a sair dessa. Nem que eu morra para salvar a vida dela. Por favor?


Até que Vinícius resolveu me dopar. E eu aceitei, eu queria qualquer coisa que me fizesse parar de sentir dor, culpa, ódio, raiva, decepção, negação... e tristeza.


- Gustavo: Vithor, para cara. Você tem que ter esperança de que ela vai acordar. Os médicos vão fazer uma pequena cirurgia, e já encontraram sangue compatível com o dela. Ela perdeu muito sangue, mas é uma garota forte. Vai conseguir sair dessa. Eu tenho certeza.


Aquelas palavras me fizeram pensar bem e jogar os remédios fora. Eu não podia desistir assim... Eu estava sendo um fraco, de pensar que tudo ia acabar mal, e que a garota que eu tanto amo, iria morrer. De jeito nenhum. Ela vai conseguir, claro que vai!


Mas, uma pessoa que eu pensei que não veria nunca mais, apareceu: Luck. Eu acho que ele aproveitou que os meus amigos foram embora ( com muito custo, pois eles queriam muito ficar ali). Eu juro que pensei que ele ia me consolar, mas eu estava enganado. Ahhh, como eu estava.


-Luck: Ai Vithor como você é bobo. Sofrendo por uma garota que não está nem ai pra você.


Ergui meus olhos e o encarei, voei em seu pescoço.


-Vithor: Para sua informação, a gente tava namorando. Eu acho que o bobo não correspondido aqui, é você.


Então o soltei e ele disse, sem medo nenhum:


-Luck: Quem você acha que armou esse acidente? Eu me prometi que se ela não fosse minha não seria de mais ninguém. Agora sim, eu posso viajar em paz.


Sem mais delongas, saiu do corredor com um ar de vitória.


Permaneci intacto no mesmo lugar. Eu não podia acreditar. Eu não queria. Aquilo foi a gota d'água. Me senti fraco, e tudo ficou escuro. Desejei morrer no mesmo instante.


Estou quase chorando aqui. Mas, eu prometi, não prometi? Ta aí... Talvez eu não consiga suportar até o próximo sábado para matar a curiosidade de vocês então: Amanhã, eu acho, que eu continuo... Beijões!


Continuem comentando, please! Amo, amo , amo muito quando fazem isso. Se não for pedir muito, eu queria que comentassem suas opiniões e divulgassem a fic. Até ❤❤❤❤❤






KarinaWhere stories live. Discover now