Capítulo 20

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- Não pode ficar sem comer! Está agindo como uma menina mimada! Abre essa porta! - berrou meu pai do outro lado da porta, esmurrando-a. 

Não respondi. Apenas enterrei mais a minha cabeça no travesseiro.

- Karina... Abre... - pediu meu pai, com batidas mais leves.

Suspirei. O que eu posso fazer? Levantei, e cuidadosamente abri a porta. Atrás dela está um homem cansado e triste. Um homem que não me entende... Um homem duro, gelado. Por que tão rude? E por que eu me importo, afinal? Por que passei em torno de 24 horas, trancada, choramingando? Alguém pode me explicar como se pode amar uma pessoa que não se lembra, mas, o coração bate acelerado só de ouvir o simples nome Victor? Talvez, nunca terei respostas. Talvez. 

Meu pai sorriu tristemente enquanto eu lhe olhava séria. Depois me abraçou forte, mas o que eu mais queria era sair daquele abraço.

- Pode me responder uma coisa? - perguntei me afastando, dando passagem para ele entrar em meu quarto.

- Sim - respondeu vagamente, entrando no meu quarto ficando agora, frente a frente à mim.

- Por que faz isso? 

Ele respirou fundo e eu interrompi a passagem para que não fosse embora.

- Eu estou falando sério! - gritei - Ai dentro tem um coração ou uma pedra?

- Você não se lembra de nada... Certo?

- Nada - choraminguei.

- Como pode dizer amar uma pessoa, que não se lembra? - perguntou pondo as mãos gélidas sobre os meus ombros. - Filha... Dê tempo ao tempo. 

- Está pedindo desculpas? - perguntei enxugando umas lágrimas com o dorso da mão.

- Não. Sim... Não e sim. Eu só quero que... Você seja feliz. Por mais que eu não ache certo agora, no seu estado. Mas, eu só te peço uma coisa Karina... Espere as lembranças virem à tona. Tenho certeza de que... De que vai ser melhor pra você. - suspirou e esbarrou em mim, me deixando pensativa e parada no mesmo lugar. Um lado meu estava contente por meu pai não estar sendo tão rude, outro lado, impaciente por essa cabeça dura não lembrar de nada.

Tomei um banho gelado e rápido. Vesti uma calça jeans rasgada e uma blusa regata preta. Coloquei uma sapatilha também preta e deixei o cabelo solto. Escovei os dentes e peguei minha bolsa.

Sai de casa às pressas, com um certo medo do meu pai estar por perto. Peguei um táxi e dei o endereço da casa de Vithor. Na minha cabeça, o plano está extremamente bom. Só falta colocá-lo em prática.


Oi gente! Vocês querem me matar né?! Desculpa. Acho que amanhã tem mais! Prometo que vai ser bem grande. Beijos

Karina_TheBest


KarinaWhere stories live. Discover now