𝗡𝗔𝗢 𝗘𝗥𝗔 𝗡𝗢𝗩𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘 que Carolina Hopper era uma garota complicada. Um pai abusivo e um irmão tão problemático quanto a menina deixavam a situação evidente. Do outro lado, Finney Blake era quieto, tímido e poderia ser considerado até invis...
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POV NARRADOR | | North Denver, Colorado - 1978 ⠀⠀
─ Finn, eu sei que ele é burro mas ele também não é cego! É óbvio que ele vai notar esse buraco no meio do corredor. ── Lina disse ao jogar mais excesso de terra pelo vaso sanitário ⠀⠀
Finney franziu o cenho, saindo do buraco e terminando de jogar a terra fora. ⠀⠀
─ Mas o Bruce disse... ── ela o interrompeu
─ Eu sei o que o Bruce disse, só que assim ele... ── ela fez uma pausa ⠀⠀
O garoto a encarou confuso, vendo ela andar até mais a frente, pegando um dos tapetes e o desenrolando em cima do buraco. ⠀⠀
─ Não vou te deixar morrer por uma besteira dessa. ── disse e o menino sorriu leve com a preocupação da garota ⠀⠀
Cansados de tanto cavar, os dois se sentaram encostados na parade, ao lado do colchão; Lina encarava o telefone, ponderando se ele tocaria de novo. Finney, no entanto, encarava a menina. ⠀⠀
─ Você já pensou em alguma jeito de matar ele? ── ele perguntou e ela então desviou o olhar para o menino
─ Nada ainda. Estava pensando mais no telefone. ── disse se levantando, indo até o objeto
─ O que tem ele?
─ Como assim o que tem? ── se virou para Finney de novo ── Finn, os cabos do telefone estão cortados. Fora que a gente literalmente conversou com o Bruce. E ele não está vivo! ── ela respondeu, começando a andar de um lado para o outro
─ E você ainda conseguiu ver ele...
─ Nem me lembra dessa parte.
─ Por quê você consegue vê-los? ⠀⠀
A menina parou no lugar, encarando o Blake quieta por um segundo. ⠀⠀
─ Eu não te falei dos outros meninos. ── Finn arregalou os olhos, percebendo que havia falado demais ── Como você... ── ela se interrompeu, respirando fundo em seguida ── Gwen. ── disse fechando os olhos, voltando a andar
─ Ela soltou em uma conversa. ── ele explicou ── Desculpa, não achei que fosse um problema...
─ Não, tudo bem. Eu só não queria que você me achasse maluca. ── riu anasalado
─ Eu jamais pensaria isso, Lina, que besteira. ── disse se levantando e indo até a menina
─ Eu não te julgo, não sei se acreditaria em alguém que afirmasse ter visto os garotos desaparecidos.
