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CAPÍTULO TREZE – ❝𝗿𝗲𝘃𝗲𝗻𝗴𝗲❞

POV NARRADOR || North Denver, Colorado — 1978⠀⠀

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POV NARRADOR |
| North Denver, Colorado — 1978
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   Dizem que existem quatro estágios de um pós trauma: negação, raiva, depressão e aceitação. Mas acho importante adicionar mais um: Vingança.

   A vingança, a fúria e a perda são todos motivadores tremendos. Eles conseguem limpar sua mente, lhe deixando pronto para continuar. 

   É um princípio básico do universo: toda ação tem uma reação. Agora, Lina sabia que com o ódio que estava sentindo, fosse ele Sequestrador ou Albert, ela o queria morto.

   E ela faria o que fosse necessário para conseguir o que queria.

   Finney abriu os olhos lentamente quando ouviu o barulho da porta de metal sendo aberta. O nariz do garoto ainda sangrava quando o Sequestrador jogou Carolina sobre o colchão, sem cuidado algum.
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   ─ Que barulho todo foi aquele que eu ouvi? ── Finney pode ouvir a voz de outro homem vindo lá de cima. O menino franziu as sobrancelhas

   ─ Sansão estava latindo para alguma coisa. Não foi nada. Volte para a cama, Max. ── o Sequestrador respondeu encostando a porta atrás de si
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   Finney então desviou seu olhar para Lina. Ela permanecia desacordada.
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   ─ O que você fez com ela? ── o Blake questionou vendo que a garota não respondia

   ─ Nada que ela não quisesse. ── ele respondeu cínico
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   Finney sentiu seu sangue ferver com a fala do homem.

   O Sequestrador então se abaixou e empurrou uma caixa para perto do colchão. O menino ainda estava com a visão turva do soco, mas ele conseguiu perceber que era uma caixa de primeiros socorros.
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   ─ Ajude ela, não ajude, no final vai dar no mesmo. ── o Sequestrador disse, saindo pela porta e a fechando. Finney dessa vez ouviu ela ser trancada
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   O garoto puxou o kit e se aproximou da Hopper, virando-a para ele.
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   ─ Lina? Lina. ── ele balançava a mão da menina na tentativa de despertá-la ── Lina, pelo amor de Deus não faz isso comigo... Por favor, acorda. ── pediu afastando os cabelos do rosto dela, que abriu os olhos levemente. Ela se sentia tonta ── Ei... ── a chamou

   ─ Finn... O corte... ── ela praticamente sussurrou colocando uma das mãos sobre a barriga
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   Foi quando o menino percebeu que o corte, anteriormente feito pelo Sequestrador, agora estava aberto de novo.
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   ─ Merda. ── ele arregalou os olhos

   ─ Ele te machucou? ── a menina perguntou ao ver que o nariz do Blake sangrava. Ela tentava ao máximo se manter acordada

   ─ Lina, você tem um corte enorme na barriga, como você vem perguntar se eu estou bem?! ── o garoto olhava para os lados sem saber o que fazer

   ─ Finn... ── ela chamou e o menino tornou a olhar para ela de imediato ── O que aconteceu? ── sua voz era fraca e trêmula

   ─ Shhh, vai ficar tudo bem agora, tá? ── ele passou a mão na cabeça da menina e abriu a maleta de primeiro socorros ── Preciso parar o sangue. ── ele murmurou enquanto vasculhava entre as coisas do kit

   ─ Eu tô cansada...

   ─ Não! ── ele disse de prontidão, largando as coisas e segurando o rosto da garota que fechava os olhos ── Lina, não dorme, por favor. ── falou e voltou a mexer na caixa ── Tá. Beleza. Eu preciso ver o machucado primeiro, o-onde foi? ── ele perguntou retoricamente. Em seguida olhou para a Hopper outra vez ── Licença. ── pediu e a menina corcordou, tirando a mão de cima para que ele conseguisse levantar sua blusa ── O-okay, não precisa de ponto.
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   Carolina sentia a dor ficar cada vez mais intensa.

   Não era só o corte que doía. Suas costas ardiam como se estivessem em chamas, mas ela não queria chorar na frente de Finney; sabia que ele estava em pânico.

   Agora, ela tentava respirar fundo para não desmaiar outra vez.
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   ─ Lina, eu tô desesperado, e-eu esqueci o que devo fazer.

   ─ Finney, calma. ── disse com a voz arrastada ── Pega alguma coisa e pressiona pra parar de sangrar.

   ─ Certo, verdade. ── concordou e procurou pela gaze e pelo soro ── Isso provavelmente vai doer, desculpa.
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   Ele derramou um pouco do soro na gaze, apertando contra o corte. Lina mordeu o interior da bochecha ao sentir o ardor do antisséptico.

   Finney se manteve pressionando até ver que o ferimento já não sangrava mais.
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   ─ Parou de sangrar. Então agora curativo. ── ele murmurou para si mesmo
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   O menino pegou mais gazes e o rolo de esparadrapo.

   Ele limpou mais uma vez a região do machucado e fez um curativo simples, daqueles que você faz no joelho ralado quando é criança.
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   ─ Prontinho, Lina. ── avisou. A menina não respondeu ── Lina? ── Finney a chacoalhou de leve e a viu abrir um pouco os olhos. O garoto respirou aliviado

   ─ Pronto? ── sua voz permanecia fraca ── Você conseguiu, Finn, obrigada. ── sussurrou e sorriu levemente ── Eu tô com sono...

   ─ Descansa, tá bem? ── a menina concordou com a cabeça ── Eu não vou sair do seu lado. ── disse passando a mão nos cabelos da Hopper, que já havia caído no sono ── Nós vamos matar aquele filho da puta, e nós vamos sair daqui. ── sussurrou ── Eu prometo.
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   O garoto permaneceu sentado, quieto, enquanto acariciava o cabelo da menina. A raiva em seu rosto era nítida, mas a culpa também era.

   Ele devia ter atacado o Sequestrador quando ele puxou a garota? Ele devia não ter deixado ela servir de isca quando eles fugiram? Era tudo culpa dele? O garoto não conseguia parar de pensar nisso.

   O vazio e o remorso estavam tomando conta de sua cabeça.

   O que ele não admitiria é que, no momento em que o Blake ouviu Lina gritar e se virou para trás, ele parou.

   O garoto entrou em um estado de pânico que nunca havia entrado, então não conseguia correr. Ele não queria correr. Deixá-la para trás jamais seria uma opção, independente do que aquilo traria como consequência.

   Finney chegou a sentir falta de ar quando viu o Sequestrador enfiar um canivete na barriga da Hopper e em seguida vê-la desacordada no chão. O homem correu até ele, e Finney não fez nada.

   Ele disse que daria um jeito e não deu. Ele disse que a protegeria e não fez. Ela tentou salvar ele, ela o colocou como prioridade, mas quando ele tentou não conseguiu a salvar daquele maldito.

   A sensação de achar que perdeu Carolina foi uma das piores que ele já havia sentido.

   Agora, o ódio consumia Finney. Ele sabia que queria vingança.

   E ele faria o que fosse necessário para conseguir o que queria.
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𝗡𝗢𝗪 𝗢𝗥 𝗡𝗘𝗩𝗘𝗥  ☏  finney blakeOnde histórias criam vida. Descubra agora