- Por hoje você não precisa vir até aqui. Seguiremos a sua ideia e ficaremos em casa, bem, pelo menos eu ficarei. - A tristeza era notável em seu tom de voz.
- Está bem. - Por fim seguiu seu caminho.
Não muito longe de onde o Andarilho se foi, entre os arbustos, eremitas se escondiam apenas para vigiar os jovens. Eles se entreolharam como se estivessem concordando com algo e então desapareceram como fumaça.
Sayuri fechou a porta atrás de si e encostou-se nela, deixando seu corpo deslizar para o chão. Retirou a venda, finalmente se permitindo expressar o que estava sentindo, ela não se importava se alguém a veria assim, sua mente e seu corpo precisavam disso.
Diana acabara de sair da cozinha e caminhava em direção à lavanderia, mas seu corpo congelou quando seu olhar pousou na jovem de longos cabelos azuis, seu coração apertou e ela se aproximou. Não houve resposta quando ela chamou pela garota, suspirou desistindo de chamar sua atenção e a abraçou. Ficaram ali até que ela acalmasse tudo que a incomodava, até que seus olhos queimassem de tanta força que gastava chorando.
E esse não foi o único dia em que ela não saiu de casa.
❖
- Diga-me, Sayuri, acredita que isolar-se no seu quarto por tempo indeterminado resolverá algo na sua vida?!
- Não ouse levantar a voz para mim, está na minha casa! Mostre o mínimo de respeito.
- É hilário como uma garota que dizia saber sobre tantas coisas, ousou ir contra um... contra mim, se trancar no seu próprio mundinho esperando que as coisas se resolvam por si só. Você é uma decepção como portadora.
- O que você quer hein, Andarilho?!
- Até quando pretende agir como uma criança?!
- Desde quando se preocupa comigo?
- Não desvie do assunto garota!
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Os pés cobertos pela sandália preta praticamente arrastavam o corpo sonolento de Scara para a casa da azulada. Havia acordado mais tarde que o habitual, aquela noite tranquila que teve há dias não havia aparecido na noite anterior, então a insônia foi sua companheira até pelo menos às três da manhã.
Cobriu a boca abafando um bocejo e focou as íris azuis no caminho até a casa branca. Parou em frente a porta e tocou a campainha. Estranhou a demora para lhe atenderem, uma vez que sempre lhe atendiam com poucos segundos de espera, então apertou aquele botão uma segunda vez. No tempo em que esperava, acabou se distraindo com algumas flores da porta de entrada, conhecia-as apenas pelas cores já que quase sempre as via por toda Sumeru.
Quando estava prestes a tocar aquele botão pela terceira vez, a porta foi aberta e uma cabeleira castanha se fez presente em sua frente.
- ... E Sayuri?
- Desculpe, a senhorita Sayuri não gostaria de ser incomodada hoje. Volte amanhã.
No dia seguinte fora a mesma desculpa, e nos posteriores também. Sua paciência estava morrendo gradualmente e a vontade de entrar naquela casa e tirar aquela garota de lá vinha crescendo com o tempo.
Buer andava tranquilamente pelas ruas sendo saudada por qualquer um que a visse, sorria e lhes desejavam um bom dia ao qual era retribuída gentilmente pelas pessoas. Após deixar o ex Fatui aos cuidados da jovem portadora dendro, estava curiosa para saber como ia o progresso daquela amizade, esperava profundamente que bem, mesmo que ele tivesse se apagado da Irmesul e reencarnado como outra pessoa, ainda mantinha suas memórias passadas e um pouco do Scaramouche ainda residia em si, o que poderia ser uma situação trabalhosa para a menina. Todavia ela confiava na azulada, sabia que faria um ótimo trabalho.
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Lírio de Vidro
FanfictionJá ouviu aquela frase, o que os olhos não vêem, o coração não sente? Se encaixa perfeitamente aqui. "Olha por onde anda garota" "Andarilho.." "Hunf" - Quando seus olhos pousaram no rosto da garota, sua expressão havia mudado completamente, de irrit...