𝐀𝐥𝐥 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬 𝐈 𝐇𝐚𝐭𝐞 𝐀𝐛𝐨𝐮𝐭 𝐘𝐨𝐮, 𝗗𝗘𝗞𝗨𝗕𝗔𝗞𝗨

Capítulo VIII

»All Things I Hate About You«

Bakugou sentiu a madeira da porta contra as próprias costas, enquanto as mãos ásperas do esverdeado passeavam pelo seu corpo.

Fazia um tempo que não sentia aquilo, até porque seu humor instável fazia com que a proximidade entre si e seu próprio alfa fosse mínima.

Todas suas inseguranças batiam em si como um belo soco no estômago.

Não ligou tanto para aquela listinha do alfa, na verdade, entendia o mesmo, sabia melhor que ninguém naquele mundo o quão insuportável conseguia ser.

Sempre foi instável, mas não imaginou que isso iria ficar pior com uma gravidez.

Porém, Katsuki sempre foi muito inseguro com tudo relacionado a Midoriya Izuku, até porque, a simples existência dele já o deixava inseguro para um cacete.

Mas suas inseguranças atuais não eram com aquilo. Não eram por conta do seu maldito segundo lugar como herói, não era por conta de sua péssima personalidade que, a qualquer instante explodiria, e com isso faria seu alfa o deixar, e também não era por conta de sempre vê-lo rodeado de bons ômegas e que, ao menos, tiveram o primeiro heat com a idade correta.

Suas inseguranças eram consigo mesmo, não era nada com o seu maldito medo de ser abandonado, quer dizer, em partes eram. Sua insegurança agora era simples, e definida com uma simples palavra. Corpo. Seu corpo.

Nunca fora do tipo que se importava com aparências, e sempre teve seu ego muito inflado quando relacionado a sua beleza, mas agora, esse ego parecia nada frente a sua imensa insegurança.

Engravidar... Isso está longe de ser um conto de fadas ou algo romantizado, é uma droga.

Um ser começa a crescer no seu útero, fica nove meses criando cada órgão, célula e membro, é algo lindo e assustador.

E então vem as mudanças, sua pele estica, sua coluna dói por conta do peso da barriga, seus pés começam a latejar e inchar, e então o bebê nasce, e não é como se fosse culpa do bebê seu corpo ficar feio, mas ainda assim, é algo que afeta muito um ômega.

E era sempre por esse motivo que, desde que descobriu a gravidez, quando ia se trocar Katsuki ia para outro cômodo, e quando transavam, o ômega insistia em usar uma das blusas do alfa.

Seu corpo estava mudando. Poxa, nem estava tão avançado na gestação, mas mesmo assim sentia a mudança, e tinha tanto medo, uma hora Deku iria ver que não era o suficiente ficar consigo.

E era isso que rondava a cabeça do ômega quando se tratava de insegurança.

Tinha se tornado tão dependente do mesmo, então tinha medo de perdê-lo. Não que fosse falar isso em voz alta, seria humilhação demais.

Mas sentindo as mãos do alfa entrarem em contato direto com sua cintura, por baixo da camisa, aquilo o assustava um pouco.

— Deku... – chamou, mas saiu tanto como um gemido que aquilo apenas fez o citado continuar a estimular o pescoço do loiro – me escuta... – apertou os ombros do mesmo, descendo para os braços, até conseguir afastar as mãos do mesmo da sua cintura

— O que foi, baby? – o esverdeado foi gentil, tocando o rosto do mesmo em seguida

Bakugou mordeu o lábio, desviando o olhar das duas esmeraldas de maneira nervosa.

— Kacchan, sabe que se não quiser nós não iremos fazer nada – afirmou, confortando o loiro

— Eu quero, mesmo, mas... – suspirou, se deixando levar pelos hormônios e abraçando o alfa, escondeu o rosto rente ao ombro do mesmo – não estou muito confiante no meu corpo agora – confessou, tão baixo que se não fosse pela proximidade do rosto do menor com o ouvido do alfa, Deku não teria ouvido.