»All Things I Hate About You«
—Essas são todas as coisas que eu odeio em você. – apontou para o ômega.
Bakugou arregalou os olhos, levemente com as palavras ditas.
Apertou a barra da camisa que usava, e sim, era uma camisa do alfa, dando dois passos para trás.
—Eu odeio que quando brigamos, e você não me deixa falar – o ômega apenas apertou com mais força a barra da blusa – você sempre desconta tudo em mim.
O esverdeado aumentou o tom de voz, sem nem mesmo perceber, assustando o ômega levemente.
—Você é muito inseguro, e é agressivo para um caralho – enquanto dizia, andou alguns passos em direção ao ômega, esse que recuava – eu também odeio os ciúmes excessivos que você tem, você é muito rancoroso, e sempre joga tudo na minha cara.
É. Bakugou sabia disso. Sabia muito bem disso.
—Você não conversa comigo, não se abre para mim, e é tão possessivo que chega a ser tóxico, de vez em quando. Você não confia em mim, e isso fode com toda o nosso relacionamento.
Encurralou o ômega contra a parede, esse que agora deixava mais algumas lágrimas escorrerem pelo rosto pálido.
—Sabe o que mais eu odeio? – perguntou retórico, ouvindo um soluço do menor
—Para... Para com isso – pediu, agora apertando as mãos contra a barriga
—Eu odeio ainda mais o fato de amar cada um desses seus defeitos... – o menor abriu os olhos, que tinham se fechado, e encarou o mesmo.
Perdendo total força nas pernas, Katsuki escorregou as costas pela parede até se encolher completamente no piso gelado.
O silêncio predominou o apartamento inteiro, a única coisa que cortava o silêncio como uma faca eram os soluços que o ômega soltava, junto da respiração ofegante.
—Eu odeio você... Eu odeio. Odeio. Odeio. Odeio! – o ômega replicou várias vezes, ainda soluçando.
—Eu também, Katsuki. – olhou o ômega, e então se abaixou até ter o menor a sua frente – olha para mim... Por favor – pediu, sendo obedecido em seguida – eu juro por tudo nesse universo, eu não traí você, aquela mulher apenas me agarrou, eu nem sei quem ela é – explicou calmo – só um idiota trairia um ômega incrível como você, Kacchan – acariciou a bochecha do loiro
—Mentiroso... Você acabou de dizer tudo o que mais odeia em mim, você basicamente definiu minha personalidade inteira nas coisas que mais odeia – desviou do toque do mesmo
—Eu te amo, Katsuki, eu sempre amei e sempre vou amar – replicou, ignorando a fala anterior do menor
—Eu... – respirou fundo – desculpe... Por ser assim – soluçou outra vez, agarrando o alfa com força, e escondendo o rosto na glândula odorifera do esverdeado.
Aquele cheiro delicioso de grama molhada e pimenta invadiram seu olfato.
—Tudo bem, amor... Só nunca mais duvide de mim, confie mais em mim, por favor – acolheu o mesmo no próprio colo.
—Izuku... – chamou, afastando o rosto do mesmo, para poder olhar o alfa nos olhos – eu... Eu tenho que te contar uma coisa – respirou fundo, tentando arranjar coragem
—O que foi? É aquela coisa que estava te deixando aflito esses dias?
—É... Eu confio em você, você é a pessoa que eu mais confio no mundo, Deku – explicou – mas... Eu não sabia como dizer isso, e você sempre chegava em casa tarde e cheirando a outros ômegas... – segurou as lágrimas, um suspirou saiu dos lábios do alfa, que abriu a boca para rebater mais foi calado – deixa eu terminar – repreendeu, apertando os ombros largos do alfa – como você sempre chegava fedendo a outros ômegas, eu pensei que... Pensei que não estava sendo bom o suficiente para você, pensei que talvez você não quisesse mais saber de mim – levou uma das mãos a bochecha do alfa, tocando levemente as sardas que tinha no rosto dele – você queria me levar no médico, mas eu não quis... Só que daí eu comecei a ficar muito enjoado – a frase deixou o alfa preocupado, não havia notado isso – eu, normalmente, vomitava muito quando estava longe de você – explicou dando de ombros – eu fiquei preocupado, mas não queria preocupar você... E tinha as minhas inseguranças – suspirou – então eu fui com o Eijirou – viu o esverdeado franzir o cenho
—Espera... Você preferiu contar para o Kirishima que estava mal ao invés de falar para mim?
—Não, imbecil. Eu só disse para o cabelo de merda que eu precisava ir no médico para ele me receitar um inibidor diferente, e disse que não queria te incomodar com isso. Ele acreditou e foi comigo – explicou impaciente – bem... Eu fui no hospital e fiz uns exames – saiu do colo do alfa, e se levantou.
Puxando a mão do mesmo, andou até o quarto, e abriu uma das gavetas da cômoda, tirando um papel do fundo da mesma.
Entregou para o mesmo, que apenas abriu e se pôs a ler o que tinha escrito.
—Deku, eu estou grávido – replicou, tendo os olhos arregalados do alfa em si – o médico disse que, pelo tamanho do feto, já faz um mês e meio... – desviou o olhar.
—Eu vou ser pai? – deixou a folha de lado, e segurou o rosto do ômega, que concordou levemente – meu Deus, Kacchan... – abriu um sorriso, abraçando o ômega – e eu falei todas essas merdas, Jesus – arregalou os olhos
—Tudo bem, nerd idiota – sorriu de lado – eu... Eu sou insuportável, né? – deu de ombros, fingindo indiferença, mesmo que pequenas lágrimas quisessem fugir
—Eu amo você! – repetiu – Kacchan, vamos ser pais – falou animado, pegando o menor no colo, esse que com o susto, agarrou o pescoço do mesmo – eu estou tão feliz.
Bakugou sorriu aliviado, vendo a expressão do seu alfa, abraçou o pescoço do mesmo, e beijou ele lenta e calmamente.

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𝐀𝐥𝐥 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬 𝐈 𝐇𝐚𝐭𝐞 𝐀𝐛𝐨𝐮𝐭 𝐘𝐨𝐮, 𝗗𝗘𝗞𝗨𝗕𝗔𝗞𝗨
FanficKatsuki estava pior do que normalmente, havia um motivo, logicamente, mas ninguém sabia qual, ou sequer haviam notado as mudanças bruscas no corpo do herói profissional. Seu humor, que não era dos melhores, havia piorado, e quem sempre recebia todo...