Capítulo VI

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»All Things I Hate About You«

Essas são todas as coisas que eu odeio em você. – apontou para o ômega.

Bakugou arregalou os olhos, levemente com as palavras ditas.

Apertou a barra da camisa que usava, e sim, era uma camisa do alfa, dando dois passos para trás.

—Eu odeio que quando brigamos, e você não me deixa falar – o ômega apenas apertou com mais força a barra da blusa – você sempre desconta tudo em mim.

O esverdeado aumentou o tom de voz, sem nem mesmo perceber, assustando o ômega levemente.

—Você é muito inseguro, e é agressivo para um caralho – enquanto dizia, andou alguns passos em direção ao ômega, esse que recuava – eu também odeio os ciúmes excessivos que você tem, você é muito rancoroso, e sempre joga tudo na minha cara.

É. Bakugou sabia disso. Sabia muito bem disso.

—Você não conversa comigo, não se abre para mim, e é tão possessivo que chega a ser tóxico, de vez em quando. Você não confia em mim, e isso fode com toda o nosso relacionamento.

Encurralou o ômega contra a parede, esse que agora deixava mais algumas lágrimas escorrerem pelo rosto pálido.

—Sabe o que mais eu odeio? – perguntou retórico, ouvindo um soluço do menor

—Para... Para com isso – pediu, agora apertando as mãos contra a barriga

—Eu odeio ainda mais o fato de amar cada um desses seus defeitos... – o menor abriu os olhos, que tinham se fechado, e encarou o mesmo.

Perdendo total força nas pernas, Katsuki escorregou as costas pela parede até se encolher completamente no piso gelado.

O silêncio predominou o apartamento inteiro, a única coisa que cortava o silêncio como uma faca eram os soluços que o ômega soltava, junto da respiração ofegante.

—Eu odeio você... Eu odeio. Odeio. Odeio. Odeio! – o ômega replicou várias vezes, ainda soluçando.

—Eu também, Katsuki. – olhou o ômega, e então se abaixou até ter o menor a sua frente – olha para mim... Por favor – pediu, sendo obedecido em seguida – eu juro por tudo nesse universo, eu não traí você, aquela mulher apenas me agarrou, eu nem sei quem ela é – explicou calmo – só um idiota trairia um ômega incrível como você, Kacchan – acariciou a bochecha do loiro

—Mentiroso... Você acabou de dizer tudo o que mais odeia em mim, você basicamente definiu minha personalidade inteira nas coisas que mais odeia – desviou do toque do mesmo

—Eu te amo, Katsuki, eu sempre amei e sempre vou amar – replicou, ignorando a fala anterior do menor

—Eu... – respirou fundo – desculpe... Por ser assim – soluçou outra vez, agarrando o alfa com força, e escondendo o rosto na glândula odorifera do esverdeado.

Aquele cheiro delicioso de grama molhada e pimenta invadiram seu olfato.

—Tudo bem, amor... Só nunca mais duvide de mim, confie mais em mim, por favor – acolheu o mesmo no próprio colo.

—Izuku... – chamou, afastando o rosto do mesmo, para poder olhar o alfa nos olhos – eu... Eu tenho que te contar uma coisa – respirou fundo, tentando arranjar coragem

—O que foi? É aquela coisa que estava te deixando aflito esses dias?

—É... Eu confio em você, você é a pessoa que eu mais confio no mundo, Deku – explicou – mas... Eu não sabia como dizer isso, e você sempre chegava em casa tarde e cheirando a outros ômegas... – segurou as lágrimas, um suspirou saiu dos lábios do alfa, que abriu a boca para rebater mais foi calado – deixa eu terminar – repreendeu, apertando os ombros largos do alfa – como você sempre chegava fedendo a outros ômegas, eu pensei que... Pensei que não estava sendo bom o suficiente para você, pensei que talvez você não quisesse mais saber de mim – levou uma das mãos a bochecha do alfa, tocando levemente as sardas que tinha no rosto dele – você queria me levar no médico, mas eu não quis... Só que daí eu comecei a ficar muito enjoado – a frase deixou o alfa preocupado, não havia notado isso – eu, normalmente, vomitava muito quando estava longe de você – explicou dando de ombros – eu fiquei preocupado, mas não queria preocupar você... E tinha as minhas inseguranças – suspirou – então eu fui com o Eijirou – viu o esverdeado franzir o cenho

—Espera... Você preferiu contar para o Kirishima que estava mal ao invés de falar para mim?

—Não, imbecil. Eu só disse para o cabelo de merda que eu precisava ir no médico para ele me receitar um inibidor diferente, e disse que não queria te incomodar com isso. Ele acreditou e foi comigo – explicou impaciente – bem... Eu fui no hospital e fiz uns exames – saiu do colo do alfa, e se levantou.

Puxando a mão do mesmo, andou até o quarto, e abriu uma das gavetas da cômoda, tirando um papel do fundo da mesma.

Entregou para o mesmo, que apenas abriu e se pôs a ler o que tinha escrito.

—Deku, eu estou grávido – replicou, tendo os olhos arregalados do alfa em si – o médico disse que, pelo tamanho do feto, já faz um mês e meio... – desviou o olhar.

—Eu vou ser pai? – deixou a folha de lado, e segurou o rosto do ômega, que concordou levemente – meu Deus, Kacchan... – abriu um sorriso, abraçando o ômega – e eu falei todas essas merdas, Jesus – arregalou os olhos

—Tudo bem, nerd idiota – sorriu de lado – eu... Eu sou insuportável, né? – deu de ombros, fingindo indiferença, mesmo que pequenas lágrimas quisessem fugir

—Eu amo você! – repetiu – Kacchan, vamos ser pais – falou animado, pegando o menor no colo, esse que com o susto, agarrou o pescoço do mesmo – eu estou tão feliz.

Bakugou sorriu aliviado, vendo a expressão do seu alfa, abraçou o pescoço do mesmo, e beijou ele lenta e calmamente.

𝐀𝐥𝐥 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬 𝐈 𝐇𝐚𝐭𝐞 𝐀𝐛𝐨𝐮𝐭 𝐘𝐨𝐮, 𝗗𝗘𝗞𝗨𝗕𝗔𝗞𝗨Onde histórias criam vida. Descubra agora