𝐀𝐥𝐥 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬 𝐈 𝐇𝐚𝐭𝐞 𝐀𝐛𝐨𝐮𝐭 𝐘𝐨𝐮, 𝗗𝗘𝗞𝗨𝗕𝗔𝗞𝗨

Capítulo II

»All Things I Hate About You«

Três dias.

Izuku estava lidando com aquele humor mortal a três dias.

E nesses três dias, dormiu no sofá porque o loiro havia tido uma crise de ciúmes.

Não sabia o que fazer com aquele ômega cabeça dura.

—Você já tentou conversar com ele, Deku? – Ochako questionou

—Tento isso todos os dias, ele está cada vez pior, nem me ouvir ele não quer – choramingou

Quem via o esverdeado, sequer pensava que ele era um alfa e um herói profissional, estava derrotado.

Estava com o rosto deitado na mesa da lanchonete, enquanto a sua frente Uraraka tentava ajudar o “melhor amigo” — lê-se paixão platônica e super mega ultra unilateral — de alguma maneira.

—O Katsuki está meio instável no último mês, será que o heat dele está próximo? – dessa vez quem perguntou foi Iida.

Que havia se sentado ao lado do alfa Midoriya. Colocou as latinhas de refrigerante na mesa em frente aos amigos.

—Não, na verdade, o heat dele atrasou esse mês, e quando o heat dele está próximo, ele não fica com um humor mortal, ele fica bastante manhoso, na verdade – pontuou o alfa

—Ele deve estar meio mau humorado por causa do castigo que o Aizawa-sensei deu para ele, vamos esperar – Ochako chutou.

Todos ficaram em silêncio.

Deveria ser isso.

Já no apartamento, confinado no quarto, estava o Bakugou, encolhido na cama, em posição fetal, e também tinha uma peça de roupa do alfa em mãos.

—Maldito nerd – xingou, colocando a peça mais rente ao nariz, sentindo o cheiro intenso na peça.

Odiava ser tão dependente do cheiro do alfa.

Bakugou Katsuki era um ômega recessivo. Visto pelo mundo como um ômega defeituoso.

Apesar do teste dar positivo para ômega, o corpo do loiro não havia mudado durante o colegial, e também não mudou até o segundo ano que estudava na U.A, então, pensou ser um beta. Apesar de não se importa com o Gênero Secundário, quando seu corpo deu sinais de mudanças, a causa havia sido o próprio Midoriya Izuku.

Nunca havia ficado muito exposto aos feromônios de Izuku, então nunca teve problemas reais com aquilo, mas no momento em que ficou exposto aos feromônios do alfa, Izuku havia entrado no hut e estava muito mais intenso.

Bakugou foi ajudar, afinal era um quase beta, mas no final, ser exposto aos feromônios dele causou mudanças em si.

Seu corpo havia o traído.

Foi ao médico, e isso inclui Recovery Girl. Eles disseram que, provavelmente, havia sido exposto aos feromônios alfas que instigaram o seu Gênero Secundário a se manifestar.

Até o final do segundo ano, foi um completo inferno, não sabia lidar com os próprios feromônios ou heat's, não sabia como regular os heat's, ou como controlar os próprios feromônios, e então, no início do terceiro ano, passou um heat com o portador do One For All.

Dali não parou mais, e então começou aquela estranha relação.

E isso já tinha alguns anos.

Ouviu batidas na porta de entrada, resmungou palavrões, jogando a blusa do alfa no guarda-roupa e indo até a porta de entrada.

—O que foi, cabelo de merda? – bufou, de braços cruzados ao ver o alfa a sua frente

—Nossa, bro, que grosseria com seu melhor amigo – fez biquinho – vim fazer companhia. Posso entrar? – ia dizer não, mas o ruivo entrou mesmo assim.

Ficaram na sala, assistindo filmes aleatórios, comendo besteiras, o que não era nem um pouco bom para a saúde dos dois.

—Kacchan, cheguei! – a voz do Midoriya se fez presente.

Katsuki franziu o cenho, encarando o próprio alfa confuso.

Que porra? Entregou a tigela com pipoca doce para Eijirou, que encarou o amigo tão confuso quanto.

Katsuki andou até o namorado, que encarou o mesmo amedrontado.

—Kacchan, eu não quero brigar – tentou acalmar o menor, tocou o ombro do ômega, mas levou um tapa na mão.

Suspirou. E lá vamos nós.

Sentiu o colarinho ser puxado, e o ômega fungar seu pescoço, não muito próximo, mas o suficiente para cheiras sua blusa.

—Que cheiro é esse? – ok, Deku encarou o loiro confuso, cheiro? Do que ele estava falando?

—Que cheiro? – franziu o cenho

—Você tá fedendo a ômega, e não é meu cheiro – ele estava sério – quer saber? Esquece. – deu as costas e voltou para o próprio quarto.

Se trancando novamente lá.

—Cheiro? Ei, Kacchan, volta aqui – foi atrás do namorado, confuso demais.

—Vai se ferrar, seu merdinha – gritou, a voz abafada tanto pela porta quanto pelo fato de estar estirado entre os lençóis bagunçados.

Katsuki estava com o olfato mais sensível. E sentia qualquer cheiro em qualquer lugar daquele maldito apartamento.

E assim que Izuku cruzou a divisão da cozinha e da sala, um cheiro enjoativo de margarida com mel se fez presente, era tão forte e doce que, sem sombras de dúvidas, era de um ômega.

Sim. Katsuki estava fodidamente inseguro consigo mesmo.

—O que aconteceu? – Kirishima perguntou, Deku suspirou

—Ele está assim nos últimos tempos, faz quase um mês – resmungou o alfa, choramingando

—Já levou ele no médico? – perguntou o alfa ruivo

—Ele não pode sair de casa nessa semana – pontuou

—Ir no médico é mais importante do que manter esse castigo num adulto de vinte e dois anos – o Kirishima falou, vestindo a própria jaqueta e se despedindo do alfa esverdeado.

Teria que levar o ômega no médico, pelo visto.