Quando passei pelos portões da minha casa, fiquei logo ansiosa para entrar, Johnny do meu lado, ria da minha animação. Claro, não era ele que ia conhecer o irmão mais novo hoje, ele já tinha passado dessa parte.
Assim que meu irmão parou o carro, eu saio com minha mochila nas costas dando a volta nos carros, seguindo até a porta que leva para o corredor da casa e assim para sala. Entrei na sala esperando vê-lo, porém os únicos que encontrei foram meus pais sentados no sofá em frente a lareira acesa e em frente a ela estava um Hector de pé olhando pros meus pais.
— Emma! Que bom que chegou... — Exalta minha mãe. — Estávamos esperando você, sente-se.
Dei a volta na poltrona largando minha mochila no chão e me sentei de frente para eles, então escutei alguém descendo as escadas e na expectativa de ser o Denial olho por entre a porta da sala para a escada, mas logo desanimei percebendo ser só a Hannah. Ela veio até nós se sentando conosco do lado dos nossos pais.
— Onde está o Denial, Hannah? — Pergunta meu pai.
— Ele foi pro quarto dele. Papai, ele conversando sozinho dá medo. — Ela fala se encolhendo no sofá.
— Como assim, conversando sozinho, Hannah? — Pergunto curiosa e confusa.
— Ele tem amigos imaginários, Emma. — Fala meu pai. — Fomos avisados sobre isso no orfanato. Ele era uma criança excluída das outras e por isso criou amigos para brincar. Mas achamos que isso irá desaparecer com o tempo. E ser incluso em suas brincadeiras vão ajudar Hannah.
É triste pensar que ele se sentia tão excluído entre as outras crianças que teve que criar um amigo imaginário para brincar. O quão ruim tem que ser a socialização de uma criança para chagar a isso.
Pela fresta da escada vejo o Johnny colocar minha mala ao pé da escada e vir em nossa direção se sentando na outra poltrona de frente para mim. Seu rosto um pouco triste, acho que ele ouviu um pouco a conversa e deve pensar o mesmo que eu em relação ao que o Denial passou.
— Aproveitando que todos estão aqui, quero lembrá-los de manter em segredo os seus dons. Denial passou por muita coisa, vamos com calma com ele — Diz minha mãe. — Agora, Johnny e Hannah nós queremos falar sozinhos com a Emma. — Meus irmãos assentem a saem porta afora para nosso jardim. Me viro pro meus pais temendo o que seja que eles forem falar.
— Emma, nós queremos saber se você ainda está sem sonhar ou teve mais alguns desmaios recentemente?
— Não desmaiei desde a última vez e os sonhos, continuo a não os ter. Vocês descobriram alguma coisa do meu sangue? — Questiono.
— Não. — Eles dizem juntos.
— Pelo menos não mais do que já sabemos. — Fala meu pai.
— Como assim? — Os dois se olham e meu pai assente para minha mãe que se vira para mim.
— Seu sangue é especial, Emma. Bom, pelo menos o seu, do seu pai e dos seus irmãos. O sangue de vocês não é igual ao meu ou das pessoas em geral. — Tanto eu quanto Hector nós olhamos tentando entender o que estamos ouvindo. — As pessoas têm tipos sanguíneos, sendo eles A, B, AB e O, tanto positivo quanto negativo, mas o de vocês, eles mudam o tempo todo.
— Não entendi. — Admito.
— Quando fazemos o teste do nosso sangue para dizer qual é, ele diz ser A depois diz ser O e assim por diante, sempre trocando o tipo sanguíneo e isso torna um pouco complicado saber o que está acontecendo ou o que aconteceu com você. Porque não sabemos o que pode mudar ou está errado.
— Como isso é possível?
— Não sabemos. Desde que descobri, busco entender e sua mãe sempre me ajudou, porém, não conseguimos muita coisa.
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Emma Brook - A Biblioteca Encantada
FantasíaEmma é uma garota anormal e assim como sua família, ela possui um dom que carrega no sangue, herdado de seu pai. Mas esse dom não é o único que ela possui, com a habilidade de ver os mortos desde pequena, ela tenta seguir a vida como sua família. Em...