Sétimo Capítulo - Invisível

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Não estava mais aguentando a aula. O professor estava passando uma matéria nova, na qual aprendi em um livro ano passado na minha antiga escola. E ficar só observando estava me deixando entediada.

Pela janela, observava o pátio vazio já que todos estavam em aula. Ver as árvores me faziam lembrar da última vez que acampei ou da floresta do lado de fora da biblioteca, na qual ainda não sai para olhar.

Fiquei o tempo todo do lado de dentro perguntando para Encantada o que ela podia fazer e o que eu podia fazer. Descobrindo coisas muito interessantes. Mas o que mais estou fazendo é aprendendo a controlar quem ou o que pode entrar lá e para isso estou usando coisas inanimadas, para depois poder levar o Johnny sem qualquer perigo. Aliás, meu gato de pelúcia continua na biblioteca e decidir deixar lá mesmo.

Descobri também que tecnologia não funciona na biblioteca, tentei usar meu celular para filmar o lugar e mostrar para o Johnny depois, porém quando peguei meu telefone na mão ele estava simplesmente desligado e de forma alguma ligava, só voltou a funcionar quando voltei para casa.

Encantada disse que eu poderia mudar isso se quisesse, só que ainda estou aprendendo como que as coisas funcionam e isso não está na lista de prioridades. Apesar de adorar a tecnologia, quando vou para a biblioteca não fico interessada em mexer no celular. Minha atenção está nas maravilhas a minha volta.

Hector acha engraçado minhas reações em relação à magia, claro, ele viveu com isso no seu mundo. É a mesma coisa quando falo de algo do meu mundo, ele fica todo curioso para saber mais.

Já faz alguns dias que ele fica o tempo todo comigo, nas aulas, em casa, no quarto e na biblioteca. Só sai de perto de mim quando peço ou quando percebe que quero ficar sozinha, o que não acontece muito. E ficar perto dele conversando me faz praticar mais meu dom e depois que descobri ontem a noite porque ele falha, pude me concentrar melhor e contornar isso, porque, aparentemente, meu controle depende muito de foco e das minhas emoções.

No momento ele está do meu lado sentado na cadeira vazia observando o que professor diz. Ele falou que assim, me acompanhando o tempo todo, ele aprende as coisas do meu mundo. Quando vou para a biblioteca peço sempre dois livros para a Encantada, um para mim e outro para ele, mas por Hector não conseguir tocar o livro, eu teria que ficar passando as páginas para ele e para a minha sorte a Encantada podia fazer isso, então é ela que vira as páginas para Hector toda a vez. O mais bizarro dessa situação, é que foi a própria Encantada que se voluntariou para virar as páginas.

— Está entendendo o que ele está falando? — Pergunto bem baixinho.

— Não. — Rimos. — Mas é interessante esse negócio. Como se chama mesmo?

— Matemática! — Cochicho. Ele achar isso interessante que é estranho.

— Isso. Mas confesso que História e ciências me chamaram mais atenção. As descobertas que as pessoas do seu mundo fizeram são incríveis. Me pergunto se seria possível no meu mundo.

O professor na nossa frente para sua explicação e olha para sala, acho que falei um pouco alto. Quando não encontra a fonte da conversa ele volta a explicar a matéria, em quanto a mim, volto a olhar para o lado de fora da janela.

Realmente, olhar as árvores me faz querer estar mais perto de uma floresta. Acho que irei dar uma olhada do lado de fora da biblioteca, conhecer o lugar. Talvez encontre algum animal diferente, o que não é impossível. De acordo com Hector, seu mundo tem vários animais e criaturas magicas, estava curiosa para conhecer algum.

Hector também disse que o local em que a biblioteca está localizada em seu mundo é em uma floresta muito especial. O que me deixou um pouco confusa, já que ele disse que a biblioteca não está em seu mundo nem no meu, está entre os dois.

Emma Brook - A Biblioteca EncantadaOnde histórias criam vida. Descubra agora