" Tenha já fim a malícia dos ímpios; mas estabeleça-se o justo, pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os rins.
O meu escudo é de Deus, que salva os retos de coração " - Salmo 7:9-10______
____
___
♡Ainda apavorada, temendo o que poderia acontecer, Emma lembrou-se de quão confiantes e encorajadoras fora as palavras de Levi antes de adentrar a sua casa.
" — Não se preocupe, seu pai não vai lhe fazer mal algum. "
" De alguma forma suas palavras me passaram confiança, então, seja o que tiver de ser " – pensou antes de adentrar o escritório de seu pai.
Sem querer olhá-lo, prosseguiu de cabeça baixa, e ficou em pé esperando que ele a mandasse sentar, ela sabia que não poderia cometer a imprudência de sentar-se sem que ele mandasse.
Vincent com sua carranca de sempre, pigarreou e mandou que ela sentasse na cadeira à frente, assim a garota fez, colocou suas mãos entrelaçadas sobre a mesa e suspirou profundamente sem levantar a cabeça.
— Por que somente ao entardecer chegou em casa? – questiona num tom autoritário.
— Bom, eu... – tentando formular as palavras certas a dirigir ao seu pai, Emma resolve que não deve contar que estava com Levi. — quando, o colégio liberou, eu decidi sair sozinha para espairecer – mente, porém ela havia esquecido um detalhe.
— E por que o Levi te trouxe em casa, já que você estava sozinha? – indagou novamente com um tom mais sério.
Emma olhou para os cantos do chão com os olhos arregalados, sentindo sua ansiedade dar sinal, respirou o mais profundo que pôde para recuperar o controle de seus sentidos e achou uma solução.
— Eu o encontrei...
— Levante a cabeça para falar comigo, me olhe nos olhos, sou seu pai, e você não está em um tipo de interrogatório policial. – diz.
" Ao meu vê, é um interrogatório policial " – a jovem pensou antes de respondê-lo.
Obedecendo a ordem dada por seu pai, a moça levantou a cabeça e firmou os seus olhos no do pai, e mentiu na cara dura :— Ele me encontrou no caminho para casa, e me deu uma carona. – por fim, relata.
A fim de enganá-la, fingindo que acreditou em sua mentira esfarrapada, Vincent demora um minuto para respondê-la.
— Quero te pedir algo, Emma – com os olhos suplicantes, começou a lhe falar, Emma não poderia acreditar no que estava ouvindo. Como o seu pai poderia ser tão baixo, ao ponto de lhe pedir isso, depois de tudo que ele fez, assim ela pensava.
Seu coração começou a se encher de fúria pelas palavras que rondavam sua mente uma vez seguida da outra, e outra e outra. Até que uma lágrimas ousadas desceu pelo seu gélico rosto.
— Desculpas? – sussurrou rispidamente. – como pode me pedir um absurdo desses? – seu olhar cerrado fuzilava seu pai, em desprezo.
— EMMA! – exclamou ao bater a mão sobre a mesa e se levantar abundantemente. Vincent indignado pela incrédula resposta da sua filha, antes que perdesse por total controle por está fumegante em raiva, ordenou que ela saísse. Sem questionamento as pernas das moça por controle próprio e medo do que o pai poderia lhe fazer, só parou quando chegou em seu quarto.
Trancando a porta temente que ele pudesse subir para lhe interrogar novamente.
Se encostou na mesma e desceu deslizando até sentar no chão.
Passando a mão sobre seu rosto para aliviar o estresse, uma avalanche de dor se apoderou do seu peito e lágrimas violentas molharam seu rosto.— Desculpas? – se questionou incrédula com voz embargada — UMA OVA DE DESCULPAS! – Gritou perdendo por total o controle. — Como ele pode ser tão baixo assim? Eu queria que essas desculpas fossem sinceras, mas como ele quer que eu acredite? Pois não vou mesmo – disse decidida, não confiaria nem se ele fosse o último homem do mundo que ela tivesse que confiar, não confiaria nem se isso lhe custasse a vida.
— Ah! Se o Levi estivesse aqui – suplicou chorosa.
O desejo em seu coração, era de estar novamente na casa de Levi, com ele e sua dócil mãe, a qual ela considerou ter um apreço inestimável. Era incrível a forma que a tratavam sem nem mesmo a conhecer, com tanta compaixão. Emma queria um dia poder dar para as pessoas o que ela nunca teve, queria dar amor, mas não sabia amar, queria dar carinho, mas para dar, era necessário amar.
E o que era amar? Ela se questionava, sentia seu coração apertar só por um momento pensar, que poderia passar a vida toda e não ter a dádiva, a significância de experimentar, o amar.
O sentimento de incapacidade lhe atormentava, houvera noite que nem dormia, principalmente essas, quando discutia com seu pai.
Se ao menos soubesse o significado do perdão, mas sabia, que também para obtê-lo, era necessário primeiro saber o que é o amor verdadeiro.Seus olhos seguravam a dor que sua alma tentava libertar, seus lábios formavam a máscara da alegria que precisava passar, mas por dentro, seu coração estava dilacerado, era agonizante, como se houvesse se perdido no tempo. Sua vida era uma ilusão, Emma perdera sua verdadeira identidade ou nunca soube qual a mesma era.
Sentindo uma dor latejante em seu braço, onde houvera no momento com a lâmina cortado. Na noite em que sentiu que por se machucar, sua dor por alguns instantes passou-se a aliviar, desde então, não conseguiu parar.
O fardo de uma vida de fachada lhe destruía, sua alma só não se afundou em total escuridão, pois conseguiria se refugiar e descansar por curtos momentos, nos braços, sorriso, conversas, do único que notava sua destruição.
Levi, ele não era a solução, mas ele de alguma forma tinha a solução. Ele sempre estava ali, quando ela pensou em desistir, sempre lhe abraçou, quando sentia dor e sempre sorria, o sorriso que irradiava e iluminava o seu truvo dia.
De alguma forma, ele era a saída, no caso, a sua saída, de uma vida de completa desolação.
__________________________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um lugar passageiro (HIATUS)
SpiritualEmma, uma garota que não conhecia a Deus. Sua vida era só desolação e tristeza, seus familiares não se importavam com ela... Emma não sabia o que fazer, sempre que chegava em casa discutia com sua mãe ou com seu pai. Seus pais estava em um processo...