09┊rainy day

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Ontem eu passei muito tempo conversando com a minha família que perdi a noção do tempo. Quando paramos de conversar já era tarde, eu só tive energias para comer e me aprontar para dormir.

Hoje está um dia chuvoso, posso escutar trovões de vez em quando, e ver clarões de raios no céu.

Noah mesmo assim não desistiu de vir aqui em casa para ter a sessão de terapia. Eu só vou fazer isso porque estou entediada e também é um treinamento para me ajudar mais quando eu voltar para a faculdade.

Eu acho que Noah se sente culpado por eu ter fraturado meu ante-braço, ele sempre quer estar perto de mim para qualquer coisa, sempre usa desculpas, como essa de querer que eu seja sua psicóloga. Eu aceitei mas estou disposta a parar a qualquer momento se não me sentir bem sabendo dos problemas dele.

Andei do quarto até a sala onde Noah estava e me sentei em uma cadeira de frente para ele que estava no sofá.

— Vamos começar.

— Vou começar te contando desde o início do meu casamento. — ele dá uma pausa — Antes nós éramos mil maravilhas, nós sempre conversávamos sobre ter filhos, sobre planos futuros, viagens. Mas com o tempo eu fui percebendo uma certa frieza da parte dela.

— Ela não me beijava do mesmo jeito, não me tocava do mesmo jeito — Noah continua — e eu sabia que tinha algo errado, mas decidi ignorar, com o passar do tempo ela começava a chegar tarde em casa, não tínhamos relações com frequência e quando eu dizia " eu te amo " as vezes ela não respondia.

— Isso é cruel da parte dela, Noah. — Dou uma pausa e vejo seus olhos marejados — Mas talvez ela não tenha sido a mulher certa para você. Talvez você devesse analisar que as vezes as atitudes de ambos faz o amor esfriar.

— Eu ainda a amo muito e queria muito superar ela de uma vez por todas.

— Não é tão fácil superar alguém, leva um bom tempo, você ainda vai passar por muitos estágios, vai se sentir só, vai ficar carente, vai pensar “e se eu tivesse feito de outro jeito..” “e se eu for atrás dela”, mas tem que se manter firme.

Vou dando conselhos a ele e ele desabafa tudo para mim por mais ou menos uma hora.

***

Depois da sessão nós resolvemos assistir um filme já que estava um clima muito bom para assitir um filme, estava chovendo, as vezes trovejava... E até combinava com chocolate quente, então fiz.

Ele realmente precisava esquecer ela, passar um tempo com alguém que o faça rir, mas a vida cotidiana dele não vai o fazer se divertir e esquecer ela.

Escolhemos assistir um dos filmes da saga crepúsculo, já que chuva combina com crepúsculo.

Noah apoiou sua cabeça em meu ombro ficando bem confortável e deixou Lua subir em seu colo e ficou fazendo carinho em seu pelo.

— Queria muito pipoca — Falei de repente e Noah se desencostou de mim e eu me levantei e fui até cozinha fazer.

— Deixa que eu faço, se senta aí  — Não estava com muita coragem de fazer então deixei ele fazer e me sentei no balcão e fiquei observando ele fazer a pipoca.

Ele deixou a pipoqueira fazendo e se apoiou no balcão de frente para mim.

— Me sinto mais leve, depois de ter conversado com você.

— As vezes é bom colocar tudo o que sente para fora.

Seu brinco de dados me chamou atenção pois tenho um parecido então mexi em seu brinco.

— Tnho um parecido. — Ele sorri quando digo.

— Devíamos usar combinando.

— É brega! — Nós dois rimos e então ele colocou uma mexa da minha franja que estava no meu rosto atrás da minha orelha e aproximou seu rosto mais do meu.

Por um momento achei que ele ía me beijar, estava tão próximo de mim, mas a pipoqueira fez um barulho tão estranho e ele foi até lá ver o que tinha acontecido.

Quando voltou já foi com uma bacia de pipoca nas mãos, então desci do balcão e fomos para sala voltar a assistir o filme.

Não sei o que aconteceu, mas ele agiu tão naturalmente que acho que foi sem ele perceber, talvez a carência a falta de ter alguém fez ele se aproximar tanto de mim. Mas não entendo porque não me afastei.




26.02.2023

Soulmates ⇢ 𝐍𝐨𝐚𝐡 𝐔𝐫𝐫𝐞𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora