Linhagem

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Na manhã seguinte Lucien já havia saído e me preparei para encontrar Aine na biblioteca, Helion não veio me buscar, então eu acabei indo sozinha.

Bati na porta e ela a abriu para mim.

- Você encontrou o caminho com facilidade. - Ela disse voando em direção as mesas e se sentando sobre uma pilha de livros. - Eu pensei que poderíamos estudar a história de Prythian, o que acha?

- Eu acho bom - Puxei uma cadeira a me sentei cruzando as pernas.

- Sem querer parecer invasiva, mas não deveria andar por aí exalando o cheiro do filho do grão-senhor, o mundo não mudou tanto assim.

- Como sabe que ele é filho de um grão-senhor? - Essa fadinha era o que a Baba Vanga?

- Acha que eu não reconheceria minha própria linhagem? - Minha mente só pensou uma coisa, ela podia ser velha, mas era miniatura.

- Você sabe que isso deveria ser crime né. - Falei baixinho e soltou uma gargalhada alta.

- Eu já tive pernas mais longas que a suas querida, eu tenho mais de dez mil anos. Eu fui presa nessa minha forma. - Ela bateu as asinhas e se sentou no meu ombro.

- Então, Helion sabe que você é parente do Beron? Só pra te atualizar, ele é um lixo de pessoa. - Coloquei o indicador na boca, fazendo cara de nojo.

- Eu não tenho nenhum parente chamado Beron, bom, eu não sei. Eu só conheço o Helion.

- Então você está louca. - Afastei ela do meu ombro - Vamos lá, me ensine a ocultar meu cheiro.

Aine voou entre as prateleiras, a procura de alguma coisa que pudesse subverter a minha situação, assim que encontrou me gritou para que eu pudusse pegar os dois livros.

- Isso é magia básica, coisa que as crianças geralmente aprendem, mas tem uma magia aqui que vai servir exatamente para você.

Coloquei o livro na mesa e ela o abriu, folheando as páginas até achar um tipo de coisa pra ocultar o cheiro.

- Isso deve servir. - Ela me explicou basicamente como deveria funcionar a minha magia, mas eu nunca tinha a usado de fato.

Minha magia em sua forma mais pura, era uma coisa desconhecida pra mim, que eu não sabia expressar, então eu tinha dificuldade até com a coisa mais simples.

Aine debochava de mim vez ou outra, mas no final das contas acabei conseguindo disfarçar o cheiro e controlar a parte básica da minha magia.

- Talvez eu não seja boa nessas coisas. - Respondi - Existem feéricos inferiores, não é?

- Você não parece um tipo de feérico inferior. - Isso foi um elogio? Sorri involuntariamente, essa fadinha absurdamente rude havia me elogiado?

- Se isso foi um elogio, muito obrigada.

- Não fica se sentindo, foi apenas observação.

- Então você é bem velha... - Ela levantou as sobrancelhas fazendo careta - Sem ofensas, quando você nasceu já existiam as Cortes?

- Não, elas foram definidas depois de muita guerra, minha família era uma das mais poderosas, na verdade existiram oito cortes, uma delas se desfez.

- A que pertencia a ela, não ele. - Respondi com sarcasmo e Aine revirou os olhos se sentando sobre os livros.

- Sim, ela tinha muitos nomes, mas ficou conhecida popularmente como Júpiter. - Então esse era o nome da mulher capaz de abrir fendas.

- Tipo o planeta Júpiter? - Ela assentiu. - No meu mundo em algumas culturas ele representava uma divindade.

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⏰ Última atualização: Mar 25, 2023 ⏰

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