Capítulo 25

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Liz

Chegamos a casa depois das cinco da manha. Nunca tinha saído com minha mãe assim, de ficar bebendo loucamente até altas horas. Foi tudo muito divertido, muito mesmo, todo mundo conversando animadamente como amigos de muitos anos... E por incrível que pareça pela primeira vez minha mãe me tratou como uma pessoa mais velha e não como uma criança de sete anos... Foi tudo bem engraçado, minha mãe estava bêbada, e a Lauren também... Não posso deixar de lembrar que pela milésima vez eu senti um clima bem entranho entre minha mãe e minha sogra. Mas eu já to me acostumando com essas coisas, nunca vou descobrir o verdadeiro motivo mesmo. Ao chegar em casa subimos correndo para o quarto, eu precisava de um banho e de uma boa cama, é uma pena que essa noite agente vai dormir no sofá-cama, mas tanto faz, eu estou anestesiada pelo álcool mesmo, vou literalmente apagar quando deitar.

Abrimos a porta do quarto e a batemos bem atrás de nos fazendo aquele barulho, espero que não tenhamos acordado ninguém. Nós quatro já entramos tirando sapato, tirando a blusa, desabotoando as calças. Não ficamos eu e Sophia não ficamos peladas na frente do Manuel, mas calcinha e sutiã sempre rola. Ainda mais que agente é gay, ele trata agente como irmãos dele e agente o trata como igual. Não tem essa de olhar um para o outro com maldade. E ele é namorado da Nina, e a nina é como uma irmã para mim.

Nina: Ai gente eu to seriamente enjoada, acho que vou vomitar! – Ela disse colocando a mão na boca em seguida.

Sophia: Também né, você bebeu sem comer nada!

Nina: Não comi porque aquela comida estava estranha e o cheiro me deu ânsia de vomito. – Ela estava andando de um lado para outro com o rosto erguido olhando para o teto e abanando-se.

Manuel: Acho melhor você vomitar meu amor, vai se sentir bem melhor depois!

Liz: Também acho vomitar é sempre o melhor remédio.

Nina: É, eu sei... – Ela parou de andar abaixou a cabeça e colocou a mão na boca mais uma vez respirando fundo em seguida. – É eu vou vomitar! – Correu para o banheiro.

Sophia: Não suja a privada ok?

Nina estava mesmo mal, acho que depois de hoje ela nunca mais bebe sem comer nada antes. Ela vomitou até o que não tinha dentro dela. Manuel e Nina tomaram um banho rápido e logo se deitaram na cama abraçados de conchinha e apagando quase que instantaneamente. O céu já estava claro quando eu e Sophia fomos tomar nosso banho. Mesmo exaustas, bêbadas, com sono, sede e fome, foi inevitável não tocar aquela menina que era tão minha, não aproveitar aquele corpo que implorava para ser tocado. Trocamos longos beijos e maravilhosas caricias. Ficamos tanto tempo no banho que o efeito do álcool já tinha passado quase por completo... Deitamos no sofá-cama, nos abraçamos com força nos beijamos lentamente, trocamos algumas juras de amor e dormirmos com nossas testas coladas uma na outra.

Camila

Quase cai na cozinha tropeçando na mesa. Ou a mesa estava mesmo no meu
caminho, ou eu estava realmente bêbada... Prefiro acreditar que a mesa estava
mesmo a minha frente... Fui até a geladeira e olhei bem para a garrafa de água,
mas a latinha de cerveja me chamou mais a atenção. A peguei e a abri
calmamente... Eu ficaria ali sentada naquela cozinha por horas, sozinha, bebendo
mais e mais... O dia já estava nascendo, as pessoas logo iriam acordar. Eu não
queria ser a maluca alcoólatra por beber pela manha. Então sentei na bancada e
tomei a cerveja o mais rápido que pude, assim que terminei joguei a latinha
dentro da pia mesmo, foi o que achei de mais parecido com uma lixeira... Por
alguns segundos um flash de lembrança veio em minha mente. Era eu Lauren,
naquele mesmo lugar onde eu estava, conversando coisas que iríamos fazer no
futuro, conversando sobre os filhos que iríamos ter, sobre nossa casa, sobre
nossos netos... Nos beijávamos o tempo todo, dizíamos que nos amávamos com
frequência, nos acariciávamos com todo o amor que poderia existir no universo
inteiro. Nossos olhares muitas vezes diziam muito mais do que as palavras,
sabíamos ler o olhar da outra tão bem, que às vezes até nos assustávamos... Acho
que o flash durou apenas alguns segundos, o suficiente para eu me irritar ainda
mais com essas coisas... Foi ela que me traiu quando namorávamos, ele deu para
outro cara, ela que ficou grávida, ela que mentiu para mim, eu sempre fui a
vitima, não tem porque eu correr atrás dela agora, não tem mesmo! Vivi todos
esses anos sem ela, posso viver o resto de minha vida também... Porque
sinceramente eu acho que algumas pessoas não mudam, porque se ela tivesse mesmo
mudado ela não trairia o marido dela comigo, ela não faria isso com ele já que
diz que o ama tanto. Lauren sempre foi uma vadia e sempre será. Fui andando
calmamente para não tropeçar em nenhum lugar novamente, sai da cozinha, passei
pela sala de jantar e logo entrei na grande sala principal que já estava
começando a ficar iluminada pelo novo dia nascendo. Foi como algo cronometrado
assim que olhei para o outro lado da sala eu vi Lauren fechando a porta de
entrada bem atrás dela... Nossos olhares se cruzaram, cada uma de um lado da sala
paralisadas... Meu corpo tremeu só de pensar em que ele tinha mesmo indo embora...
Nossos olhares se voltaram para a escada e sem dizer nada fomos caminhando até
a mesma. Meus olhos fixos no andar de cima, sentindo toda a vibração vinda dela
que estava bem atrás de mim, a apenas alguns degraus abaixo. Não podia olhar
para trás, já disse a mim mesma que não posso ficar correndo atrás de uma
pessoa que não me merece que nunca me mereceu, mesmo meu coração sendo um
retardado quando esta perto dela ou longe dela... Seja onde for ele é louco por
ela... Caminhei lentamente pelo corredor, sentindo o olhar de Lauren em minhas
costas queimar minha pele por completo. Eu posso esta bêbada, mas ainda sei
como ela respira e anda quando ela esta olhando para mim. Tive que me segurar
ao máximo para não virar e agarrá-la ali naquele exato momento, mas não posso
mais fazer isso comigo, não posso mais me ferir assim... Como ela mesma disse o
amor e a amizade já acabou há muito tempo. Cheguei a meu quarto e abri meia
porta lentamente, respirei fundo e olhei para Lauren que acabava de colocar a
mão na maçaneta de seu quarto, que era bem na frente do meu, a mais ou menos
dois metros e meio de distancia. Nossos olhares fixos um no outro, seus olhos
ardendo, sua respiração já estava visivelmente ofegante, sua mão apertava a
maçaneta com tanta força que fazia seu braço ligeiramente tremer. Ela respirou
fundo fechando os olhos com força, os abriu lentamente mirando a maçaneta
girando a mesma lentamente em seguida, abriu cerca de dois palmos e com pressa
a fechou novamente... E como em um filme ela veio em minha direção me empurrou
quarto adentro, batendo e trancando a porta com muita rapidez. Eu estava parada
olhando para ela achando que além de eu ser louca ela também era... Lauren não
esperou nem mais um segundo, me puxou pela nuca, empurrou meu corpo contra a
parede, fixou seu olhar no meu por meio segundo e beijou minha boca como louca.
Seu corpo completamente grudado ao meu, uma de suas pernas entre as minhas
fazendo a maior pressão possível. Fiquei parada, sem reação, apenas retribuindo
o beijo na mesma intensidade. Suas mãos correndo pelo meu corpo como se o mundo
fosse acabar naquele momento, e que ela precisasse da minha pele em contato com
a sua para poder viver. Meu coração estava a mil, minha mente parecia uma
verdadeira montanha russa, porque a vida é tão complicada de se entender? Porque
uma hora ela me diz não e na outra faz tudo ao contrario. Mas eu acho que já
entendi, aquele corno não deve da conta do recado, e como ela é uma vadia, esta
procurando por um sexo melhor e eu devo ser a única disponível no momento. Uma
verdadeira cachorra, sem coração, apenas sexo por sexo. Se for isso que ela quer
é isso que ela terá... Seus beijos totalmente quentes e maravilhosos já me
tiravam totalmente o ar, minhas mãos já estavam por baixo de sua blusa alisando
intensamente suas costas. Uma de suas mãos acariciava meu seio ainda por cima
da blusa e a outra em meu sexo sobre o jeans. Sua boca desceu pelo meu pescoço,
o beijando, lambendo e mordendo, me deixando arrepiada da cabeça aos pés, me
tirando gemidos baixos. Enquanto ela lambia cada pedacinho de meu colo suas
mãos subiam minha blusa pela lateral de meu corpo, me arranhando com suas
poucas unhas. Ela parou de me beijar apenas por dois segundo que foi a
velocidade que ela arrancou minha blusa voltando ao meu pescoço, o chupando tão
intensamente que acho que iria ficar com uma enorme mancha depois, mas o desejo
e o prazer daquele momento não me deixavam faze-la parar.

Um passado no presente (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora