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Neymar tinha se apresentado ao Paris Saint Germain e tinha sido expulso em seu primeiro jogo.

Alguns dias  tinham se passado desde o encontro com Antony, embora Neymar estivesse afastado, isso não significava que ele não tinha obrigações no clube. Ele continuava treinando todos os dias e digamos que nem o técnico e nem os seus colegas estavam dando moleza para ele. Ele respira fundo, sentindo seu pulmão rasgar com o ar frio que sente, se apoia nos joelhos e olha para o horizonte vendo os seus colegas correrem mais rápido que ele.

— Sem parar, garoto problemas. — Neymar encara Sérgio, seus olhos se revirando e voltando a correr enquanto o outro corre de costas. — Exagerou ontem?

— Vai se foder Ramos. — Fala em português, mas a proximidade das línguas faz com que Sérgio entenda e sorria.

— Você tá legal? — Pergunta correndo normal agora.

— Tô, só um pouco cansado. — Sérgio concordou sorrindo.

— Essa suspensão acabou contigo né!? O técnico tá querendo o dobro de você.

— Ele e o Mbappé, né? — Sérgio se permitiu rir, vendo algumas pessoas encararem eles mas sem de fato entenderem a língua que eles estavam falando.

— Ele ainda tá pegando no seu pé? — Sérgio está poucos centímetros à frente de Neymar.

Seus pés se apressam um pouco, Neymar era bem menor que Sérgio e estando lado a lado essa diferença ficava mais evidente. Por um momento ele pondera em falar da sua relação com Mbappé, a mídia já fazia muito falando sobre os dois. Os craques que se odeiam era um ponto de destaque nos jornais.

— Mbappé é chato demais, não sabe a hora de parar. — Neymar diz e Ramos assente fazendo um barulho com os lábios.

— Ele ainda tá insistindo?

— O céu é azul? — Neymar dá uma fungada.

— Pelo menos ele não tá pedindo sua demissão mais.

Neymar encara o amigo e continua correndo.

— Eu sinceramente queria que ele continuasse, ao invés de estar como está.

— Cara, hoje vai ter o jantar especial do time. Você e ele vão ter que se comportar.

Neymar encara o horizonte, vendo Kylian Mbappé correndo mais à frente. Ele parecia focado, corria mais rápido que todos os jogadores e estava próximo de fazer a curva no gramado, quando olhou para trás e viu Neymar o olhando por breves segundos. O mais velho tentou, mas o camisa sete já tinha o visto encarando.

Sérgio ri ao seu lado encarando o amigo, Neymar o olha irritado.

— Para de rir, ele vai achar que é um convite pra vim aqui.

— Relaxa, ele não vai com minha cara. Também não ia com a sua, né?

Neymar revirou os olhos com o tom que o amigo usou sem de fato dizer o que queria. O treino seguiu de forma intensa, o camisa dez tinha agora entrado no ritmo dos outros jogadores e fazia o esforço necessário para acompanhá-los, sem dar ouvidos para o técnico, pedindo para ele parar de falar com Ramos. Embora Neymar fosse uma estrela, ele precisava entregar o seu máximo para permanecer bem com o time. Incluindo Mbappé.

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O jantar era para sócios, atletas e embaixadores do time. Neymar detestava aquele tipo de festa porque normalmente significava estar presente com pessoas que só queriam saber de novas contratações e novos rumos para o time, isso incluía passar na sua cara que ele estava no mercado para quem pagasse mais por ele. Tirando isso, se é que pode piorar, Neymar também tinha que ouvir conversas nada interessantes sobre o quanto o Paris movimenta com atitudes simples de seus jogadores, em outras palavras isso significava ouvir o que podia e o que não podia ser feito por ele e os jogadores.

Anti-hero | Neymar & Richarlison Onde histórias criam vida. Descubra agora