45 - ELISA

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Capítulo 16
P.O.V[ S/N]


Assim que acordei, tratei de arrumar a Elisa e a Luna com todo cuidado. Dei banho, penteei o cabelo das duas com delicadeza e borrifei perfume nelas.

Iríamos passar mais tempo em Londres, e eu precisava voltar a Brighton para buscar algumas roupas e documentos. A casa do meu pai ficava agitada com tanta gente, e eu preferi deixar as meninas aqui, do que levá-las em uma viagem que seria cansativa e monótona.

— Mamãe, você volta ainda hoje? — Elisa perguntou, enquanto eu descemos as escadas

— Se eu conseguir, volto sim — respondi, beijando sua bochecha rosada, que ainda cheirava a sabonete infantil.

— Você vai trazer um presente? — Luna perguntou logo em seguida, surgindo ao lado de Elisa com os olhinhos brilhando de expectativa.

— Se eu achar alguma coisa bonita, trago sim, meu amor — falei, abaixando um pouco para dar um beijo na testa dela também.

— Você não vai me deixar né?— Luna perguntou

Meus olhos se encheram de lágrimas quando vi o medo nos seus olhos tão inocentes.

O que você fez com ela, Ana?

— Prometo. Vai ficar bem sem mim aqui não é?— Eu perguntei

— Não tão bem, mas a Virgínia e o Erick são bem legais— Ela falou sorrindo. Sorri de volta e me levantei

— Eles realmente são. Agora vão brincar que o Liam deve ter preparado algo para vocês— Falei. Não precisei falar duas vezes e as meninas já estava longe de mim

— Vai agora? — Adam perguntou

— Vou aproveitar que ainda está cedo. Quero estar de volta antes do anoitecer

— Que Deus te acompanhe, filha — meu pai disse, me abraçando forte e beijando minha testa com aquele carinho silencioso que só ele sabia dar.

— Tenha uma boa viagem, S/n — Virgínia disse, empurrando de leve meu pai para o lado e me envolvendo num abraço caloroso.

— Obrigada, Virgínia — murmurei, sorrindo.

— Se você não voltar hoje, eu mesma vou te buscar — gritou Vitória, ainda esparramada no sofá com um travesseiro no colo.

— Certo, Vitória — revirei os olhos.

Foi quando ouvi passos lentos na escada e me virei. Lá estava ele.

Vincent. Descalço, de moletom e sem camisa. Aquele desgraçado ainda tinha coragem de aparecer assim pela manhã. E com aquele ar de quem acabou de sair de um bom sono.

— Será que vocês poderiam calar a boca? Eu quero dormir — ele resmungou com a voz rouca.

— Você não acha que dormiu demais, cunha? — Vitória provocou com um sorriso malicioso.

— Depois sou eu quem começo, sua barata nojenta — ele respondeu mostrando o dedo do meio antes de desaparecer escada acima.

𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋||  ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.Onde histórias criam vida. Descubra agora