CAPÍTULO 1

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Eu encontrei um diário hoje, e bom, já que a pessoa que escreveu estava morta do lado do diário, eu resolvi pegá-lo. Sentei no chão sujo dessa casa velha, e resolvi folhear algumas páginas. Já está tarde, mas vou ter que ficar aqui até amanhã de manhã, então eu tenho algum tempinho. Enquanto lia, uma página me chamou muita atenção.

"Olá mundo, hoje é quinta feira 17/08/2033."

Faz dois meses que ela morreu.

"Eu sou a Max, tenho 7 anos e adoro a cor azul.
Hoje me veio na cabeça que nascer no meio de tudo isso é estranho. Com apenas 7 anos luto para sobreviver, deveria ser cedo demais para uma criança ter que matar essas coisas.
Queria tanto ter conhecido o mundo como era antes. Meu pai sempre fala que as pessoas eram humanas."

Merda! As folhas estão rasgadas. O que ela quis dizer com "as pessoas eram humanas?" não somos todos humanos? Provavelmente estava falando dos infectados não é?

- Ellie! Temos que ir, não é seguro aqui.

- Por que?

- Tem uma horda de infectados vindo. Achei um walkie talkie e avisaram eles. - Joel aponta para os ossos.

- Então tá... - Fecho o diário e guardo na mochila. Sinto muito pelo que aconteceu com você Max.

Termino de colocar as coisas. Joel é o tiozão que tá em uma missão de me levar até os vagalumes porque eu talvez seja a chave para achar uma cura. Tess estava junto com a gente, mas infelizmente ela foi infectada e fez o Joel prometer que me levaria. Ou seja, eu sou uma carga. Pelo menos é o que ele sempre diz.

- Vamos logo garota.

Ah, e ele também é bem mandão "faça o que eu disser, quando eu disser."

- Estou indo.

Ele coloca uma arma em cada mão, e uma nas costas.

- Posso levar uma?

- Claro! - Ele estica a mão para me passar a arma. - Que não! Tá maluca?

Reviro os olhos.

- Por que eu ainda tento né?

- Também não sei! Vamos!

Saímos da casa e começos a caminhar. Nós já estamos na estrada há alguns dias, a comida é pouca, faz um dia que não comemos nada para guardar quando a fome for insuportável. Mas o estômago vai acostumando com a fome. Eu odeio esses infectados! Mas ainda posso salvar o mundo.

Depois de algumas horas andando, escutamos barulhos de tiros, mesmo não vendo as pessoas.

- Vem, abaixa! - Joel me puxa pelo braço para trás de um carro.

- Devem estar só procurando comida. - Falo despreocupada.

- Pessoas nunca estão só procurando comida Ellie.

Não entendo o medo que o Joel tem dos humanos, eles fazem coisas idiotas às vezes mas não são piores que os infectados.
Enquanto estamos abaixados, vejo duas pessoas passando pela estrada, provavelmente não escutaram os tiros. Tem uma menina que aparenta ter 14 anos, e um menino que provavelmente tem uns 5.

- Ei! Vocês são doidos? Cuidado com os tiros, se abaixem! - Me levanto de trás do carro para avisá-los.

- Doida é você! - Joel me puxa pelo braço de novo. - Você nem os conhece.

- Tem dois aqui pai. - A garota grita e cinco homens aparecem atirando com armas enormes nas mãos.

- Pai? Mas que porra?... Eu só estava tentando avisar.

A ÚLTIMA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora