CAPÍTULO 15

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Saio do quarto com falta de ar, e não consigo entender o porquê. Joel tenta me segurar, mas eu o empurro e saio da casa com a visão turva, me ajoelho no chão. Sinto o Joel me chamando, e mesmo estando perto, a sua voz está distante.

- Ellie? O que houve?

- Eu... Não estou conseguindo
respirar. - Falo com dificuldade.

Joel se ajoelha e me abraça forte, muito forte mesmo.

- Está tudo bem! Vai ficar tudo bem criança.

Depois de alguns minutos com o Joel me apertando em seus braços, minha respiração e visão começam a se estabilizar. Ao perceber que estou calma, Joel me solta e segura meu rosto.

- Como você fez isso? - Pergunto com o coração voltando as suas batidas normais.

- Quando a Sarah tinha uma crise, era assim que eu acalmava ela, eu li uma vez em um site. Agora me explica o que aconteceu!

- Eu também não sei, eu estava lá dentro com o David e quando saí, parece que estava com o ar preso o tempo todo.

- Ellie, eu escutei tudo daqui de fora e o que você fez não foi algo leve. E eu sei que mesmo você querendo muito que ele pague por tudo que fez, você não é assim. Você não é uma pessoa ruim pra conseguir torturar alguém, e sair de lá como se nada tivesse acontecido.

- Como você sabe sabe que eu não sou ruim?

- Uma pessoa ruim não resgata uma menina e um garotinho, uma pessoa ruim não lê histórias em quadrinhos pra uma criança. E você fez essas coisas e mais infinitas outras, e uma delas, é acreditar que um homem velho e rabugento, pudesse amar de novo... Obrigada por me fazer acreditar no amor de novo. Então, você está longe de ser uma pessoa ruim Ellie.

- Eu te amo Joel! - Eu não sei de onde saiu eu te amo, eu não estava esperando falar eu te amo. Abraço ele de novo, e consigo ouvir seu coração disparado.

Ele retribui o abraço, e dessa vez é um abraço leve e cuidadoso, como se estivesse com medo de que eu quebrasse.

- Eu também te amo criança.

Saio dos braços dele e vejo seus olhos marejados.

- Você está chorando Joel Miller? - Dou um sorriso fraco.

- Eu não choro!

- Você está mesmo amolecendo. - Dou um soquinho no braço dele.

- Shhh! - Ele coloca a mão inteira na minha cara e isso me faz rir.

- Bom, acho melhor a gente ir pra casa. As janelas e portas de onde o David está, estão bem trancadas, não tem como ele fugir.

- É, vamos pra casa.

- Estou morrendo de vontade de tomar um banho. E você também vai tomar! Por que sinceramente... Daqui a pouco vem um urubu em cima de você achando que é carniça.

- Bocó!

Dou risada e ele também.

- Aí! - Resmungo ao sentir dor no meu machucado.

- É o seu ferimento na barriga né?

- Relaxa, a Kate cuidou disso.

- Sabe... Eu acho lindo o jeito que vocês cuidam uma da outra. Eu era assim com a Tess... Eu fazia o possível e o impossível pra mantê-la a salvo. Mas não adiantou muito no final das contas.

- Joel, eu sinto muito.

- Está tudo bem meu amor. Agora vem,
eu vou te levar de cavalinho até em casa, você deve estar cansada e morrendo de dor, mesmo querendo ser durona e não demostrar isso.

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