O que se seguiu foi confuso. Gordon encarou o alto-elfo intensamente, como se compartilhassem segredos mentais e Barba gritou novamente que não havia porque continuar ali se em outra cidade havia um homem se vangloriando por ser um beberrão. O draconato, que apresentou-se a El-Minster como Balasar, recebeu o brinco do mago como presente para ajudar na tal missão. Mesmo que nós não soubéssemos qual era ainda.
O companheiro de El-Minster tomou a frente:
— Eu sou Tallariel, muito prazer em conhecê-los — olhou o mago de nosso grupo e continuou: — Vejo que já escolheu este para a missão. Eu escolhi aquele — apontou para Gordon.
— Algum motivo em especial?
— Não.
Claro.
Barba berrou sobre o ultraje de terem escolhido o amigo dele para uma missão que ele não sabia qual era. Meus ouvidos chiavam.
— El-Minster, antes de prosseguir, que todos neste grupo estejam ébrios, por favor — eu disse sem olhar para trás.
— Oh, é claro — disse, estalando os dedos.
Praticamente um gênio da lâmpada concedendo um desejo. O anão deixou de tontear, a voz perdeu o tom arrastado.
— Me agradeça mais tarde — respondi, mais incomodado do que fiz parecer.
— Agora, vejam isso — El-Minster projetou uma ilusão de uma ruína em sua mão. — Meu amigo anão deve saber que estrutura é essa. Esta é a Torre Sombria. Feita por anões, foi invadida e destruída no processo. É a motivação que fez os anões ajudarem na construção de Pedra Lascada.
— E quem destruiu? — questionei.
— Um mau poderoso. Não sabemos ao certo.
— Como é que sabe disso, mago? — Barba cruzou os braços.
— Sei porque é este mau que estamos buscando. A história veio junto de nossas pistas. Acho que vocês podem ser de grande ajuda nesta tarefa. Estão interessados?
O grupo se entreolhou. Balasar fez como se soubesse mais do que nós, por isso prendi meus olhos nele.
— Fiz uma oferta a El-Minster — ele comentou. — Mentalmente.
— De fato — o mago confirmou.
— Caralho! — Barba abriu uma bocarra. — Gordon, achei que só você podia fazer isso!
O amigo deu de ombros.
— Existem mais como você, então? Nossa...
— Quatrocentos anos... — o draconato negou, decepcionado.
— Inclusive, eu estava conversando com ele — o drow apontou o alto-elfo que respondeu com um aceno.
Segredos mentais, como eu havia previsto. Meus parentes, como patronos de inúmeros bruxos, concediam esses poderes aos seus melhores pupilos.
— Você consegue matar esse mau, El-Minster? — Barba perguntou.
A pertinência da pergunta surpreendeu-me.
— Estou caçando ele. Aparentemente aquele olho tem algo a ver com isso. Eu mal consegui detectar com meus poderes. Inclusive, obrigado Gordon — o Mago Lendário bateu palmas e uma cortina de fumaça estendeu-se de suas palmas. Dela, um serzinho atarracado, raquítico, com garras no lugar das mãos e dos pés e asas de morcego voou para o ombro de Gordon. Mais um presente do grande e lendário idoso. Deveriam chamá-lo de Noel. — Você é dele, agora.
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Relatos de Um Viajante Chifrudo
Phiêu lưu"Desde que me juntei a este grupo, percebo o que não aprendi com mais de vinte e cinco anos de castelo. As estradas, as fazendas, as metrópoles - todas são diferentes vistas daqui, do chão onde pessoas comuns pisam. Observo-os brincar e jogar como s...