PASSANDO POR REVISÃO
❝ Instável❞
𓍝 ᴠɪɴᴄᴇɴᴛ ʜᴀᴄᴋᴇʀ
↳ ᴼʳⁱᵍⁱⁿᵃˡ
❝ Eu odeio não conseguir te odiar. Você foi a pior e ao mesmo tempo,a melhor coisa que poderia me acontecer, Hacker.❞
--- : : 𝗢𝗡𝗗𝗘 um divórcio pode...
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— Estou esperando — disse ele, com os braços cruzados, parado no mesmo lugar em que Adam havia me abordado minutos atrás.
— Elisa... na verdade, ela é sua filha — soltei de uma vez só, como quem arranca um curativo. Antes que ele tivesse tempo de reagir, já continuei, atropelando as palavras: — Eu tive motivos pra esconder, tá? Meu plano sempre foi te contar, juro. Mas quando finalmente criei coragem, você e a Sofie anunciaram o relacionamento... eu fiquei completamente perdida. Como eu ia simplesmente chegar e dizer “ei, a Elisa é sua filha”? Ainda mais porque eu nunca quis ser—
— Um empecilho — ele me cortou, enfiando as mãos no bolso da calça, o olhar fixo no chão. — Eu já sabia que Elisa é minha filha.
— Como assim? Quem te contou? — perguntei, sentindo o estômago gelar.
— Ninguém. Eu lembrei. Quando ainda estava em coma... ouvi a sua voz me falando sobre ela.
Quis me enfiar num buraco. Num daqueles bem fundos.
—... Por que não falou nada, então? — perguntei, com a voz baixa.
— Porque eu esperei que você me contasse. Mas tudo o que você fez foi mentir, S/n — disse, e a primeira lágrima escorreu antes que eu pudesse conter. — Porra, que se foda essa merda de casamento. Você nunca seria um empecilho. E a minha filha muito menos.
— Você poderia ter me dito isso antes! Como é que eu ia saber que você ia aceitar ter uma filha de alguém que você nem ama?! — rebati, já com a voz trêmula de raiva.
— E quem caralhos te deu a certeza de que eu não te amo, S/n? Será que você ainda não entendeu que você sempre foi a minha primeira escolha?
—... Desculpa por ter escondido por tanto tempo — murmurei, jogando o cabelo pra trás como se isso pudesse conter o caos dentro de mim.
— Me dói saber que você só tá me contando isso agora, depois do que aquele médico disse. Me diz a verdade, você teria me contado?
— Honestamente... — encarei o fundo dos olhos dele, sem desviar — eu não sei.
— Então eu também não sei se consigo te perdoar.
Outra lágrima escapou. Eu não lutei contra ela.
— Só te peço que me dê um tempo... pra contar pra Elisa do jeito certo — supliquei.
— Assim como você contou pro resto do mundo, né? Aposto que implorou pra todo mundo esconder isso de mim.
— Eu não pedi isso — defendi-me, sentindo o coração disparar.
— Claro que não. Você obrigou. Fez todos eles mentirem por você. Mas dessa vez, não. Elisa não sai desse hospital sem saber que eu sou o pai dela.