Cap 36

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É início de noite e como combinado Henry veio até minha casa após muita conversa, aparentemente não apenas o Eddie tem medo do Hopper, como a cidade inteira. Estamos na varanda conversando, o clima está agradável e o céu está lindo.

— Mas você está bem, Denna? -Henry diz me tirando de meus pensamentos.

— Tô, sim, não foi nada.

— Não foi nada? Ele te machucou, Hopper prendeu, teve que prender ele, você teve um dia de cão, querida.

Dou de ombro, realmente isso não importa muito agora, a adrenalina do dia já passou e eu só consigo pensar no quão cansada eu tô 

— Pelo menos o Eddie estava com você esse tempo todo

— Ele queria vir aqui hoje, mas você sabe né 

— Ele não gosta de mim. -concordo com a cabeça. — Não consigo entender o porquê que ele não gosta de mim, mas tudo bem.

— Eu não sei Henry, talvez ciúmes, talvez ele só não goste mesmo. Eu já tentei fazer ele mudar de ideia, mas não consegui.

— Está tudo bem, mas como anda vocês dois? Se acertaram de vez?

— Sim, eu entendi que ele é completamente diferente do Billy, que ele nunca me faria mal, muito pelo contrário e isso me fez enxergar que eu realmente amo ele.

— A, uau, você disse que ama ele... Eu nunca vi você falar de ninguém assim… E o que ele disse? Por favor, me fala que ele correspondeu 

— Henry, o Eddie nunca desistiu de tentar me fazer gostar dele desde o momento em que nos conhecemos, o que você acha?

— Tá ok, pergunta estúpida. E qual foi a reação do Hopper com isso?

— Muitas ameaças, chingos, os dois se irritando como crianças, mas no fim deu tudo certo, até demais.

— Espera como assim até demais?

— Agora os dois tem segredinhos para todo lado, o Eddie fica conversando com ele no telefone e não me conta o que é e isso me irrita. -Henry ri.

— Você queria que eles se dessem bem, agora aguenta.

— E você está do lado de quem?

Rimos e conversamos por mais algumas horas. Decido perguntar um pouco mais sobre a vida do Henry, eu não sei quase nada sobre ele.

— Henry? Posso te perguntar uma coisa?

— O que você quiser 

— Por que você nunca me falou sobre sua vida pessoal? Sempre conversamos sobre a minha apenas.

— Porque você nunca perguntou, simples.

— Justo, me fala sobre sua vida, sobre seus pais, por exemplo.

— Na verdade, eu não tenho muito o que falar sobre eles, eles eram maravilhosos, os melhores que qualquer criança poderia querer. Eu os idolatrava igualmente.

— E quando você foi morar sozinho?

— Quando eles morreram eu resolvi tentar a vida longe de tudo, não queria me apegar a um lugar só.

— Me desculpe, não sabia que eles tinham morrido

— Tudo bem, faz muito tempo já.

— E você tem irmão ou irmã?

— Sim, uma, mas não mantivemos contato desde que fui embora.

— Entendi 

— Acho que é por isso que eu gosto tanto de você, você me lembra ela, esse seu jeito todo dona de si, durona que passa por diversas coisas, mas não conta para ninguém. Por isso eu gosto de você como minha irmã, vocês se dariam bem…

— Fico feliz com isso. -abro um sorriso sincero.

Antes que possamos continuar a conversa, o carro de Hopper para em frente a nossa casa.

— É melhor eu ir embora, você tá cansada. -Henry diz com tom nervoso 

— Você ficou nervoso porque o Hopper chegou? -digo rindo.

— Sei lá, vai que ele não goste de mim também.

— E provavelmente não vai, o melhor amigo dele disse que não gosta de você, então já viu.

Henry se levanta para ir embora, mas antes que ele possa sair correndo como um garotinho assustado, Hopper está atrás dele em pé na escada nos encarando.

— Boa noite.

— Boa noite, tio.

— E você é?

Henry não responde, vejo a cor de seu rosto sumir, nunca imaginei que ele iria agir tão estranho perto do Hopper

— Henry, ele é o Henry que eu te disse tio.

— E então Henry, o gato comeu sua língua?

— Na-não me desculpa senhor Hopper, boa noite.

— Senhor Hopper... Gostei disso.

— Eu já estava de saída, só passei para ver como Denna estava depois de tudo isso.

O silêncio cai entre todos nós, Hopper continua o encarnado atentamente, observando cada centímetro de seu rosto como se estivesse procurando por algo que eu não consigo entender.

— Eu não te conheço de algum lugar, Henry?

Henry me olha pedindo socorro, meu deus do céu, quando eu vou passar a ter homens na minha vida que não se mijem toda vez que o Hopper chegue perto?

— Acho difícil Hopper, Henry voltou para cidade a pouco tempo.

Jim acena com a cabeça sinalizando que entendeu, porém, continua o encarnado.

— Bom eu já vou indo. Boa noite querida, se precisar de mim sabe onde me achar. Boa noite, senhor Hopper, prazer em conhecê-lo.

Henry sai da varanda o mais rápido que ele pode me deixando sozinha com Hopper olhando para o nada, ele está agindo estranho, por que hoje todo mundo está agindo estranho? Assim que entramos na casa, Hopper finalmente fala.

— Não gostei dele

Era como eu esperava

— Óbvio que não, seu novo melhor amigo disse que não gosta e então você confia nele.

— Não Denna, alguma coisa nele me incomoda, eu só não sei oque... Ainda

— Tio? -me sento sofá.

— Sim?

— Você acha que meu irmão pode ter matado meus pais?

— O quê? De onde veio isso menina?

— Eu não sei, eu tenho pensado muito sobre isso, eu ia amar ter ele por perto, sabe? Ter alguém para conversar 

— Você tem a mim, Denna

— Arran Jim, claro, vou contar tudo o que eu faço para você. -digo rindo.

— Olha, sinceramente nos descartamos ele como suspeito, não tem motivo e já se passou muito tempo.

Apenas aceno com a cabeça sem dizer uma palavra, não quero demonstrar o quão feliz com isso eu estou, claro, existem muitas perguntas as quais eu vou conseguir respostas, mas não quero que Hopper perceba que eu quero descobrir quem quer que seja meu irmão por conta própria.

Como se não fosse a primeira vez - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora