𝐒𝐡𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐨𝐟 𝐛𝐥𝐚𝐜𝐤 | 𝐉𝐞𝐨𝐧 𝐉𝐞𝐨𝐧𝐠𝐠𝐮𝐤

𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 05

Girl, this ain't how it's supposed to be
Dancing between someone else's sheets
I can't believe that this is really happening
Your guilty conscious is gon' be the death of me
You got so caught up in the moment
But he'll only love you when he's lonely
This ain't no game, you better tell me where you at
No, girl, you fucked up, and there's no taking it back

(Love You Like Me)  William Singe

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Tudo está em silêncio, as luzes estão apagadas. Estou muito confortável e aquecida nesta cama. Humm… isso é muito bom. Abro meus olhos, por um momento estou tranquila e serena, desfrutando do ambiente, que não conheço. Não tenho nenhuma ideia de onde estou. O travesseiro da cama tem a forma de um sol enorme. Parece-me estranhamente familiar. O quarto é grande e está luxuosamente decorado em tons marrons, dourados e bege. Já a vi isso antes. Onde? Meu ofuscado cérebro procura entre suas lembranças recentes.

Droga! Estou no hotel, em Heathman... em uma suíte. Estive em uma parecida junto com Min-jin. Esta parece maior. Oh, droga. Estou na suíte de Jeongguk. Como cheguei até aqui? Pouco a pouco, as imagens fragmentadas da noite começam a me torturar. A bebedeira. — OH, não, a bebedeira. A ligação. — OH, não, a ligação, meu vômito. — Puta merda, eu vomitei... Jun-ho e depois Jeongguk. Não, não. Isso só pode ser um pesadelo. Estou tomada pela vergonha. Não me recordo como cheguei até aqui. 

Estou usando uma blusa, sutiã e a calcinha. Droga. Observo uma mesinha do quarto. Há um copo de suco de laranja e dois comprimidos. Ibuprofeno. Sua obsessão por controle está em todos os lugares. Levanto-me da cama e tomo os comprimidos. A verdade é que não me sinto tão mal, certamente estou muito melhor do que mereço. O suco de laranja está delicioso. Tira-me a sede e me refresca. 

Ouço uns golpes na porta. Meu coração bate tão rápido e minha voz quase não sai por minha boca, mas mesmo assim, Jeongguk abre a porta e entra. Ah, ele estava fazendo exercício. Veste uma calça de moletom cinza que lhe cai ligeiramente sobre os quadris e uma camiseta térmica cinza que mostra todos os músculos de seu tronco, empapada de suor, assim como seu cabelo. Jeongguk estava suado. Isso me traz pensamentos e sensações muito estranhas. Eu respiro profundamente e fecho os olhos. Sinto-me como uma menina de doze anos. 

---— Bom dia, Dianna. Como se sente? 

---— Melhor do que mereço — eu murmuro. Levanto o olhar para ele. Ele larga uma bolsa grande, de uma loja de roupas, em um divã e pega ambos os extremos da toalha que tem ao redor dos ombros. Seus impenetráveis olhos me observam fixamente. Não tenho nem ideia do que está pensando, como sempre. Ele sabe esconder o que pensa e o que sente. 

---— Como cheguei até aqui? — pergunto em voz baixa, constrangida. Ele senta num lado da cama. Está tão perto de mim que poderia tocá-lo, poderia cheirá-lo. Minha nossa... Suor, sabonete e Jeongguk. Um coquetel embriagador, muito melhor que as margaritas, agora sei por experiência.

---— Depois que você desmaiou não quis pôr em perigo o tapete de pele do meu carro te levando para a sua casa, assim te trouxe para este local. — Respondeu-me sem se alterar. 

---— Você me colocou na cama? 

---— Sim. — ele respondeu impassível. 

---— Voltei a vomitar? — pergunto-lhe em voz mais baixa. 

---— Não. 

---— Tirou a minha roupa? — eu sussurro.

---— Sim. — Ele me olha elevando uma sobrancelha e me ponho mais vermelha que nunca. 

---— Não fizemos...? — Eu sussurro, com a boca seca, de vergonha, mas não consigo terminar a frase. Eu olho para as minhas mãos. 

---— Dianna, você estava quase em coma. Necrofilia não é a minha área. Eu gosto que minhas mulheres estejam conscientes e sejam receptivas,— ele me responde secamente.