Eu conheci a Camila muito antes dela estar com Billy Dunne ou os The Six ser uma banda. Eu a conheci no fundamental, quando o seu sorriso era grande e ela aprendeu a usar uma câmera.
Ninguém se lembra que antes dela ser a "garota do Billy", ela era a minha amiga.Os primeiros dias na Califórnia foram ao mesmo tempo inebriante como assustador. Levamos uma mala com poucas roupas e muita coragem. Alugamos uma casa que o preço abaixou muito em uma semana devido a morte de uma senhora. De vez em quando penso de me lembrar da cadeira da varanda balançando sem ninguém por perto...
Não era a melhor casa daquele bairro, mas tenho boas lembranças lá. De nós na sala fumando um baseado e curtindo discos de algumas bandas. De correr pelos corredores até o primeiro quarto que encontrar porque não tinha muitos quartos. Da chegada da Karen Karen e o olhar de cachorro de Graham sobre ela...
Foram bons tempos...
Camila estava em todas as lembranças, em todos os shows e noitadas. Ela filmava cada show nosso dizendo "Quando vocês fizerem sucesso irei vender as filmagens", todos nós ria e sentia grato pela sua fé.
Queríamos o sucesso, mas sabíamos o caminho árduo que teríamos que seguir. Noites e noites tocando nas casas na Strip, esperando o momento que seríamos vistos.
Camila tomava conta das finanças e do nosso café da manhã, não teve uma manhã que consegui comer um hambúrguer de manhã. A mulher logo aparecia com os ovos e bacon, ela tinha uma estranha mania de equilibrar a vida noturna com a vida normal durante o dia.
Em uma manhã após uma noite na farra, lembro de ter levantado mais cedo, não sei porquê. A casa estava silenciosa, sai do quarto no sótão e desci as escadas, as portas dos corredores estavam fechadas e todos estavam dormindo.
Pensei em tomar uma cerveja de manhã, quem sabe, curar a ressaca com mais álcool. Desci para a cozinha e a encontrei sentada na mesa encarando a janela, Camila segurava a xícara de café quente na frente do rosto, não estava tomando. Ela estava pensando.
Pensei em dar meia volta e não atrapalhar o seu momento, não tive coragem de sair. Fiquei ali, de pé, olhando para aquela mulher, os cabelos escuros soltos e o rosto limpo de maquiagem e a camisola branca que usava debaixo do robe aberto.
Havia algo em torno de Camila que trazia segurança e confiança, uma energia ou áurea, chame do que quiser. Lembrava à lar.
Camila trazia a sensação de casa.
— Pare de ser idiota, Eddie — ela disse sem me olhar. — Não fique parado, venha tomar café comigo.
Sai do transe e me arrastei pela cozinha. Fui até a cafeteira e peguei uma xícara de café, a cerveja vai ter que ficar para outra hora.
Sentei de frente para ela, queria poder olhar para ela.
— Eles estão dormindo?
— Sim.
Ela balançou a cabeça.
Eu não disse nada. Não sabia o que dizer ou como dizer. Tinha tantas coisas que eu queria contar para ela, mas nenhuma eu tinha o direito de contar. Não sem acabar com The Six. Eu sabia que se eles descobrissem, daria muita merda, mas quem é que manda no coração?
— Você se arrepende? — eu pergunto quebrando o silêncio.
Camila vira para mim e me olha, apenas olha. Penso que não irá me responder.
— Do que, exatamente?
— Não sei. De tudo, eu acho. De deixar seus pais, a faculdade... De seguir Billy para cá.
— Não.
Camila nunca foi de meia palavra, quando ela dizia algo falava com a certeza de sua resposta.
— Eu amo Billy e acredito no sonho de vocês. Eu acredito na The Six.
Eu queria dizer que a sua fé em mim foi algo importante, mas não. Minha mente ficou rodando o amor dela por Billy. Havia certeza em suas palavras, não tinha como contrariar ou questionar.
Camila era uma mulher incrível e Billy sabia disso. Eu sabia.
Como alguém não poderia se apaixonar por ela?
Eu me apaixonei.
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Como não se apaixonar por ela? [Daisy Jones and The Six] (REVISANDO)
FanfictionA década de 70 foi marcada pelas lendas de Rock in roll, Daisy Jones and The Six, com o álbum mais vendido e turnê arrebentando todas as cidades e com Daisy Jones e Billy Dunne, cantando e sentindo todas as músicas de amor e ódio, arrependimentos e...