PRÓLOGO 🎸

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Havia algo mágico e louco em ir embora.
Quando me perguntam sobre o momento da partida  de Pitsburgh, digo sobre a ânsia de cair na estrada e tocar onde os grandes tocaram, pisar nas mesmas calçadas que todos os astros um dia pisaram.
Para fazer sucesso no mundo do rock, você tem que ir onde as gravadora estão, na Califórnia. Especificamente em Los Angeles, a cidade dos anjos.
O céu estava caindo naquela manhã, era como se Deus não quisesse nos deixar ir, mas éramos desobedientes. A Kombi do Warren podia ser um pedaço de lata velha, mas tinha que ser o suficiente para chegar lá. Sobrou para mim prender as malas no bagageiro em cima da van. Eu estava enrolado com os nós e laços enquanto a chuva caia pesadamente. Não conseguia enxergar um palmo a minha frente, mas mesmo assim eu olhava no outro lado da rua. Esperando ver se alguém apareceria.
A espera interminável corroía meu estômago, queria fumar um cigarro, mas a chuva não deixaria.
- Estamos pronto? - questionou Graham Dunne sentando no banco da frente.
O filho da puta não quis sair para prender as malas e agora ficava apressando.
- Estou terminando, porra!
É mentira.
Quero dar mais tempo a ela, quero que ela venha com a gente. Ela só precisa aparecer...
Olho pra o fim da rua e nada de alguém.
Não temos mais tempo, precisamos ir.
É o fim, ela não virá...
- Esperem por mim!
A voz dela chega e sinto um alívio tomar meu corpo, ela veio. Como um riff, sinto as batidas do meu  coração aumentando quando ela aproxima com a mala nas mãos e o cabelo molhados. Ela está linda, molhadamente linda.
Ela se jogou nos meus braços como se eles fossem seu destino e eu quis acreditar nessa bela mentira. Mas não sou idiota a esse ponto.
- Que bom que você veio - digo contra seus cabelos.
Ela se afasta e sorri para mim.
- Eu também estou feliz por vir - ela diz afastando dos meus braços e pulando pra dentro da kombi.
A chuva cai sobre mim e não me importo. Olho para dentro e a vejo pular no colo de Billy Dunne, beija-lo com paixão e amor...
- Eu te amo - Billy diz à ela.
E o filho da puta faz mais uma vez a garota mais incrível do mundo sorrir.
Fecho a porta e deixo a sua mala no fundo da Kombi. Me acomodo ao lado deles, acendo um cigarro e trago a nicotina, quem sabe ela pode esquentar o frio que a chuva deixou ou que ela causou.

Tanto faz.

Como não se apaixonar por ela? [Daisy Jones and The Six] (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora