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Difícil resolver a planilha do
meu coração.

Música: Love Me Like You Do.
— Ellie Goulding.

Ella

Se existe pares de possibilidades de escolhas e ter o poder para apontar o dedo em uma delas, eu posso aniquilar as duas sem medo de sair prejudicada.

Entre começar a sentir e não sentir, achar que está acontecendo alguma coisa e não achar, ouvir ruídos pequenos dentro do peito e pensar que pode ser infarte, coração acelerado ou só uma taquicardia repentina, mãos geladas por estar perto ou só o frio de Boston, pensamentos esquisitos repetitivos exclusivos a uma única pessoa ou só o fato de existir dar raiva, sonhos excitantes ou só cenas nada a ver, boca seca ou porque pode estar começando a se desidratar. Esses sintomas e outros.

Começar a pensar na hipótese de
gostar ou estar apaixonada, é assustador. Eu poço exterminar esses pares de possibilidades, e ficar com a parte de como minha vida era linda e perfeita antes de conhecer Nickolas Blackburn. Ele é só um cara presunçoso, idolatrado por todas as garotas da escola. É tão básico, que se ver isso em livros clichês como na comédia romântica Sete Dias Para se Apaixonar da autora brasileira Bruna Priscila; isso tem em todo canto.

Nickolas Henzo Evans Blackburn, é o oposto do tipo específico de caras que me atrai. Ele não causa nenhuma asinha de borboleta no meu estômago, e nem se quer um gelo ao te ver. Posso começar a procurar os históricos salvos em meu coração, e ver em quais horários teve cada ocorrido. Se for ruim o que aconteceu eu posso deixar de lado, e se for bom algo que pode me prejudicar futuramente, eu deleto com um click. É um bom desfecho.

De longe vejo um grande grupo de pessoas. Normalmente, isso não acontece logo no início das aulas. Me aproximo. Tem alguém dançando, parecendo um louco. Alguns alunos gritam como se estivessem desesperados. Nunca vi algo parecido, está uma loucura aqui. Essa pessoa sabe como chamar atenção. Me aproximo mais, quero ver o doido.

Am? Não, não pode ser.

Amanhã tem mais. — Concerta a sua roupa preta, e pega a mochila com um garoto. — Ellinha! — Grita assim que me ver. Coloca a mão na barriga, tentando recuperar o fôlego.

Estou... Em choque. O que está acontecendo aqui?

— Margô?

— Oi, Ellinha. Não disse que viria estudar aqui? Então, eu vim estudar aqui. — Me abraça rápido. — Entrei ontem.

Estou confusa.

— Você não me avisou. — Franzo a testa. Andamos um pouco, até chegarmos na lanchonete.

— Uma amiga me abandou domingo. Então, vim sozinha mesmo sem avisar.

— Você tem celular, podia ter me falado.

— Eu liguei, mas fui mal atendida.

— Você dança em. — Um garoto de cabelo cacheado bate em seu ombro.

— Eu sei cabelinho. Vai lá dente. — Ela ri. — Ai, esse povo me ama.

O que está acontecendo aqui?

Eu não sabia que conhecesse alguém daqui — falo.

— E não conheço.

Ela está fria, estou sentindo isso. E por um motivo sem cabimento. Margô está com uma expressão estranha e vazia ao mesmo tempo.

— Está chateada comigo, Margô?

Ela prende seu cabelo.

— Eu não estou, Ellinha. — Segura minha mão direita. — Só não queria que você quebrasse o nosso encontro de amigas. Há semanas planejamos isso, e em cima da hora você não vai. Então, chamei Poyo pra ficar comigo. Você sabe, estou sozinha esses dias.

Uma Única VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora