Aquele em, como isso aconteceu.

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– Isso não pode estar acontecendo, ou será que pode? – Perguntou Matthew visivelmente confuso.

– Eu não faço ideia. Vai dizer que não está feliz em me ver, Matt? – Questionou Jiwoo com um pequeno sorriso nos lábios. Havia voltado, mesmo que de algum jeito desconhecido por si, estava ali.

– Pelo contrário, Woo. Eu estou e muito mas o que me preocupa é como isso pode estar acontecendo, e qual será o preço disso. Você sabe que sempre há um preço. – O coreano disse calmamente, a loira se virou para poder olhar o namorado mais uma vez. – O que fazemos agora? – Jiwoo sorriu ao ouvir tal pergunta.

– Vivemos.

– Não podemos nos tocar. – Lembrou ele em um fio de voz.

– Ossos do ofício. – A coreana falou isso de uma forma quase que casual, não poderia fazer nada, não adiantaria ficar reclamando. Pelo menos estava ali, ao lado de sua alma gêmea.

– O que isso significa? – Bm sorriu, amava o jeito descontraído de Jiwoo nos momentos errados, situações constrangedoras e também de quando ela debocha de tudo que podia.

Típica Jeon Jiwoo. Aquela que Matthew ama com cada célula do seu corpo.

– Não sei, mas é o que as pessoas sempre falam. – Lançou um sorriso envergonhado para o moreno que riu.

– Ah, não. – Exclamou Jiwoo de repente assustando Bm. – Somin unnie.

Matthew arregalou os olhos, como contaria para Somin que Jiwoo morreu, e sem uma explicação plausível voltou como um espírito que, até então, apenas o moreno podia ver?

– Estamos ferrados. – Conclui ele com um suspiro cansado.

– Errado, você é quem está na merda, eu estou morta. – O homem loiro demorou pra entender o que havia acabado de acontecer, estava sozinho nessa, Jiwoo não poderia o ajudar, não do jeito que sempre ajudava.

Matthew se levantou do sofá, girou seu corpo andando vagarosamente para a cozinha, onde abriu a geladeira pegando uma jarra de água. Colocou a jarra em cima da pia de mármore, pegou um copo de vidro e despejou o líquido transparente que estava no recipiente dentro do copo para logo em seguida dar um belo gole.

– Hum... Você quer água? Eu não sei como esse negócio de espírito funciona ainda. – Falou se sentindo envergonhado.

– Desde que eu voltei não sinto mais necessidades humanas.

– Então você não come mais nada? – O mais alto perguntou sorrindo ladino.

– Não. – Resmungou Jiwoo formando um bico com seus lábios. Comer era uma de suas coisas preferidas de fazer, infelizmente agora não seria mais possível fazer tal tarefa.

– Acho que nossa conta no mercado vai ser mais barata por agora. – Falou distraidamente na intenção de brincar com a namorada.

– Sem graça. – Jiwoo soltou um suspiro, negando levemente com a cabeça.

Em algum lugar daquela cidade, em um beco qualquer havia um homem, já se passavam da meia-noite, as lâmpadas acendiam e apagavam em intervalos curtos criando um ambiente estranho naquele momento. O homem tremia e suava sem parar, era notável que estava com medo, parecia estar sendo perseguido por algo, mas nada além dele estava naquele lugar.

O desconhecido olhou para os lados, porém não havia ninguém nas ruas, chegou a pensar que por ter bebido demais estaria ficando louco a ponto de ver coisas.

Após engolir em seco e dar alguns passos para frente, um barulho ecoou a suas costas derrubando o lixo. O homem caiu assustado, mas quando teve coragem para olhar reparou que era apenas um gato. Com um suspiro de alívio o desconhecido se levantou e ao olhar novamente para o beco, aqueles olhos vermelhos o encarava, não era mais o gato o encarando.

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