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Harry nunca se estressou tanto como naquela manhã, seu celular caiu no chão nas primeiras horas da manhã, sua câmera estava descarregada, seu computador não quis ligar. Hoje é um daqueles dias que aparentemente tudo pode e vai dar errado.

— Inferno!— o moreno reclamou pela sexta vez, batendo os pés no chão com força para descontar a raiva e não jogar toda a comida que estava fazendo, no fogão.

— Amor? — a voz suave do grávido foi escutada pelo moreno irritado.

— Na cozinha meu bem.— respondeu se apoiando no balcão.

O loiro estava na metade do oitavo mês, a barriga continuava a crescer se é que isso era possível, por isso andar ficava cada vez mais difícil, entretanto este era teimoso e se forçava a andar pra esticar as pernas grossas, e movimentar o corpo mesmo que de forma lenta.
Demorou alguns poucos minutos para que o grávido chegasse a cozinha e quando estava no cômodo, o marido rapidamente puxou uma cadeira para o outro sentar.

— Hum, o que está fazendo?— perguntou vendo que o outro parecia carrancudo demais.

— Hoje não deu nada certo! Meu celular está com a tela trincada, minha câmera estava descarregada e não pude passar as fotos para o computador, e bom, nem o computador ajudou já que nem ligou.— bufou irritado e o loiro, que ainda estava com os cabelos bagunçados visto que acabou de acordar, acabou rindo baixo.

— Eu desliguei ontem da tomada, desculpe não avisar, mas eu usei a tomada e esqueci de ligar. — citou calmo e o marido o fitou, em seguida soltou um suspiro cansado.

— Quase joguei o computador no chão, e tudo porque a merda da tomada não estava ligada? — exclamou bufando e passou as mãos nos cabelos encarando o fogão.— A comida...eu acabei estragando, deixei salgado demais. — disse e coçou um dos olhos.— Desculpa amor. — sua fala foi baixa, quase triste.

Ao ver como o marido estava o loiro sentiu o coração apertar, e um bico se formou nos lábios fartos, e os olhos quiseram marejar mas o loiro não permitiu, primeiramente levantou e foi até o marido, com os pesinhos descalços e gordinhos tocando o piso gelado, com a barriga grande o fazendo ficar levemente curvado, e com os braços erguidos e esticados para tocar o moreno e quando tocou, primeiro ocorreu da barriga grande o tocar, em seguida as mãos curiosas.

— Não fica assim.— sussurrou tentando confortar o moreno que fazia de tudo para o deixar feliz sempre.

— Tá...– o marido sussurrou e fungou baixinho, abraçando o loiro com cuidado.

— Você é o melhor marido do mundo.– disse baixo e beijou o ombro do mesmo devagar.— Agora deixe a comida aí, depois eu ajeito tá?— falou calmo acariciando as costas largas e fortes do moreno.

— Tá.– respondeu com um sussurro e beijou a testa do outro.

— Agora vamos pro sofá, eu vou te fazer um cafuné gostoso, e cantar pra você.— disse calmo quebrando o contato enquanto sorria levemente para o maior.

— Vou poder falar com nosso filho?— questionou curioso, os olhos verdes brilhando, pois só a menção de falar com aquele serzinho o deixava todo encantado e feliz.

— Vai.— riu baixo e segurou a mão do marido o puxando levemente para que pudessem ir pra sala.

Quando chegaram no cômodo o loiro sentou e o marido sentou do lado, deitando no sofá, apoiando a cabeça nas coxas fartas do outro, ficando de frente para o barrigão.

— Oi pinguinho de gente... – Sussurrou para o barrigão, esperando fielmente que a criança lá dentro o ouvisse.— Sabia que eu estou ansioso para sua chegada? É, eu fico pensando se você vai ser chorão, dramático, quieto e calmo...– Citou levando a mão grande até a área elevada, acariciando ali.

— Ele é nosso filho, com certeza quieto é a última coisa que vai ser.– o esposo respondeu rindo baixo e fraco.

— Shiu, eu era quieto quando criança, passei a ser bagunceiro depois dos sete anos.– Harry respondeu, abraçando a barriga do mesmo.— Como eu ia dizendo...hoje eu estou na merda filho, nada está dando certo, acho que acordei com azar...sim, isso mesmo. – respondeu a barriga como se de fato tivesse uma resposta por parte do filho.

Bom, o bebê que estava quieto dentro do barriga do loiro, realmente ouvia seu papai, porém não podia o responder mesmo se quisesse, pelo menos não com palavras e foi por isso que chutou, mexeu uma das pernas chutando o loiro que ofegou sorrindo.

Era sempre tão bom sentir o bebê mexer.

— Ele respondeu amor.– disse sorrindo para Harry que assentiu também sorrindo.

— Então está me ouvindo meu pedaço de gente? — perguntou baixo, invadindo a camisa do esposo com a mão para acariciar a barrigona.

Um chute foi a resposta, e o melhor foi que o chute foi exatamente na mão grande do moreno, que faltou pular de alegria, ele amava ter esses contatos com o filho, se seria mais próximo dele, se sentia um pai de verdade.

— Eu sempre soube, você não tem pra onde correr, por isso precisa escutar o papai.— soltou um risinho, se jogando do sofá pro chão, indo para o meio das pernas do loiro, e ali sentando de frente pra ele, o abraçando pela barriga.— Você é muito amado sabia? Eu nunca quis uma criança, na verdade, antes eu não queria uma criança, mas agora eu quero, eu quero você meu filho...Você é uma parte de nós, do nossos amor, e eu mal posso esperar para o pegar no colo, o papai te ama.– confessou beijando a barriga grande, recebendo como resposta uma chute suave, quase imperceptível, como se o bebê estivesse falando que também ama o pai.

Draco que observava toda a cena somente sorria com os olhinhos marejadinhos, afinal a idéia de ter um filho partiu de si, e ele sabe que fez mal em passar por cima das vontade do marido por um mero desejo de querer ter um filho, só que poxa, ele queria tanto um filho e sabia que Harry sempre o negaria, afinal ele disse uma vez que só queria ter um filho quando eles estivessem já meio velhinhos. Ah, Draco nunca iria esperar envelhecer pra poder ter um filho, ele queria logo, e mesmo tendo passado por cima das vontades do outro, ele não se arrependia, afinal, aquele bebê os uniu mais, aumentou o amor deles, a confiança e os demais sentimentos.
No fundo Draco sempre soube que Harry apenas tinha medo demais, e que no primeiro contato com o filho já se sentiria diferente, e mudaria sua opinião.

E este não estava errado.

Por isso o loiro deixou que o marido ficasse por uma hora conversando com o bebê, que reagia com chutes, fazendo ambos ter a certeza que ele estava animado com a conversa, entretanto, isso não demorou pois eles tiveram que voltar ao afazeres, e um dos afazeres incluía a comida deles, está estava muito mais salgada do que o esperado pelo loiro, mas não foi um problema pra deixar no ponto certo, o grávido precisou apenas de batatas e cebolas.
Horas mais tarde, ambos estavam na sala, assistiam um filme de comédia romântica enquanto comiam pipoca e chocolate. Harry estava encostado no sofá enquanto tinha o esposo entre suas pernas, comendo com vontade cada besteirinha presente ali, mesmo que seu médico tivesse o proibido de comer tantas besteiras, ainda mais sendo em grandes quantidades, mas como diz Harry: "é só uma vez, não vai fazer mal", e é exatamente por isso que Draco não estava tendo dó e comendo mesmo, tendo em mente que passaria o resto dos meses sem comer essas besteiras, afinal, era pro bem de seu primeiro filho.

— Amor, Ronald mandou mensagem, vai ter uma festa depois de amanhã na casa dele, parece que vai ser algo íntimo, e a festa vai ser pra comemorar a compra do carro novo dele. – o moreno citou após checar o celular.

— Carro novo? Ele vendeu o antigo? Por quê?

— Bom, isso são coisas que se deve perguntar a ele, eu não sei de nada. – respondeu calmo.— Mas eai, vai querer ir?

— Óbvio que sim, eu amo uma festa! – soltou um risinho.

— Ótimo, então iremos.

O que ambos não sabiam é que nessa festa, nem tudo seria mil maravilhas.

Two Man and a BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora