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THEO LIAC

Eu ainda estou aqui, sentado na areia da praia apenas sentindo a brisa do vento se chocar com o meu corpo.

Não sei quanto tempo eu estou aqui mas concerteza já faz um bom tempo.

Meu coração ainda está apertado e minhas mãos suam frias.

Eu ouvi passos se aproximarem de mim e por um segundo pensei que fosse Ivy vindo falar sobre os meus pais.

— Oii. — um garoto que não sei quem é se pronunciou.

— Oii, te conheço? — pergunto.

— Acho que não, entrei no colégio esse ano, mas Prazer, Nathan, sou do 3 ano B, acho que você é do A né? — ele diz.

— Prazer, Theo. Eu sou do A. — digo.

— Você tá aqui sozinho, aconteceu alguma coisa?

— Não, problemas pessoais.

— Entendi, mas e aí você vai participar do jogo da discordia mais tarde?

— Acho que não tenho muito o que falar, mas o pessoal concerteza tem o que falar de mim.

— Por que?

— Eles fazem bullying comigo ou pelos menos estão dando uma tregua por enquanto aqui no acampamento. Eles devem ter muito o que me zoar ou criticar. Falar o quanto eu sou branco e cego. — digo dando de ombros.

— Bullying é algo serio, você já falou com a diretora sobre isso?...e desculpa a pergunta mas, Você é cego?

— Eu não meu importo com o bullying, isso não me afeta. E sim, eu sou cego.

— Desde de que você nasceu?

Esse garoto só sabe fazer pergunta?! Não que ele seja chato mas, hoje não é o meu dia.

— Não, sou cego a 7 meses, tenho cegueira psicológica.

— Entendi. Você deve tá achando que eu só sei fazer perguntas, desculpa mas prometo que vou fazer a última pergunta. A Penélope, a garota da sua sala, ela tá solteira?

Mal conheço a Penélope, não sei da vida dela mas nunca ouvi ninguém falando que ela namora ou algo do tipo.

— Acho que sim. — respondo.

— NATHAN! — Escuto a voz de um garoto chamando Nathan.

— Tenho que ir, obrigado pela conversa e desculpa pelas milhares de perguntas. Até mais! — Ele diz por fim e escuto seus passos se afastando.

Parece ser um garoto gente boa.

— Amor da minha vida, vim te buscar! — Escuto a voz de Ivy se aproximando.

Sempre que eu tô meio pra baixo a Ivy me chama assim. De alguma forma isso me traz conforto.

— Oi amor da minha vida! — a respondo e a mesma me ajuda a levantar da areia e entrelaça nossos braços.

— Vim te buscar pra comer, os monitores arrumaram uma mesa cheia de coisas gostosas. Tá se sentindo melhor? — ela pergunta e eu apenas assinto.

IVY WILLONS Já

Queria de alguma forma poder distrair a cabeça do Theo. Ele já estava a quase 2 horas sentado naquela areia sozinho.

Nada melhor do que comer, ainda melhor do que comer é saber que tem CEREAL COM LEITE para o café da manhã, AMO!

— Vem Theo, vamos comer! O que você quer? Tem maçã, banana, cereal com leite, sanduíches, TEM COOKIES que você ama, suco de laranja e pêssego, tem... — Theo me interrompe.

— Eu não tô com fome. — ele diz e eu fecho a cara.

— Fodasse! Você vai comer sim. Mesmo não querendo você tem que comer. Depois desmaia, abaixa pressão,  tem um trosso aí e não sabe o motivo. Cookies?

— Tá bom, pode ser! — ele fala e eu abro um sorriso.

Deixo Theo sentado em um banquinho perto da mesa e vou pegar as comidas.

Pego três cookies, um pote com muito cereal e leite porque eu AMO e mesmo Theo não pedindo eu peguei um chocolate quente pra ele também.

— Aqui! Três cookies e chocolate quente. — falo entregando a comida para Theo.

— Obrigado! —ele responde.

— Depois daqui vamos assistir e ouvir o jogo da discordia. Mais tarde tem passeio pra conhecer um museu. — falo empolgada.

— Legal. — Theo diz sem animo algum.

— O voo deles é de tarde. Vamos nos distrair um pouco e não pensar no pior. — Digo e dou um beijo na bochecha de Theo e então volto a comer meu cereal.

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