015

25 3 3
                                    

THEO LIAC

O acampamento já tinha acabado. Estava dentro do avião voltando para casa.

Meu coração batia forte. Ivy dormia calmamente do meu lado.

Parecia um voo tranquilo

— Atenção passageiros! Peço que afivelem seus cintos, pois iremos passar agora por uma turbulência! — o copiloto pronunciou.

Essas coisas só acontecem comigo.

Fechei meus olhos e pude sentir o avião começar a tremer.

Se depois de tudo isso eu não voltar a enxergar nem que seja só um olho eu pulo de paraquedas sem paraquedas.

Parecia que a Turbulência não iria acabar nunca e a Ivy continuava dormindo plenamente.

Aos poucos a turbulência passou e eu abri os meus olhos, Eu senti algo diferente na minha visão, era como se antes eu via apenas um preto muito escuro mas agora parecia estar clareando.

Fala sério? Deve ser macumba essa cegueira psicológica, não é possível.

...

3 dias haviam se passado desde quando eu cheguei do acampamento.

Férias finalmente!

Meus pais já chegaram de viagem e agradeço por estarem vivos.

Minha visão realmente estava ficando mais clara. MACUMBA.

Hoje eu tenho terapia e consulta com minha psicóloga. Não tenho todas as esperanças do mundo de que vou voltar a enxergar mas, talvez em 99% de chance de ficar cego pra sempre me resta 1% de que talvez eu volte a enxergar. Pelo menos um olho.

Eu e Ivy estávamos na tentativa de fazer um bolo de cenoura.

— Theo me passa a Farinha de trigo. — Ivy diz.

— Quando eu voltar a enxergar eu te passo. — Eu digo.

— Então fica mechendo aqui a massa. Vou colocar a farinha e você continua mechendo. — Ela fala e eu obedeço.

Eu enfio o meu dedo com cuidado dentro da massa para tentar sujar Ivy.

— TIRA O DEDO DAI THEODORO! — Ivy fala e eu passo meu dedo sujo no seu rosto. Pelo menos eu acho que é o rosto.

— Idiota! — ela fala novamente e eu rio.

Acho que acertei seu rosto.

Rapidamente sinto algo gelado se espalhando pelo meu rosto.

— Idiotaa! — Eu digo com uma voz fina.

— Eu vou pegar a forma para colocar a massa do bolo. — Ivy diz me ignorando.

— Você unto a forma? — pergunto.

— Claro que, NÃO. FUDEU!

Depois de meia hora de enrolação finalmente o bolo é colocado no forno.

Ivy limpa a bagunça e nós dois nos sentamos no chão encostados no armário.

— Olha...eu sei que parece estranho, que é do nada e não faz o menor sentido mas...Eu quero muito te beijar de novo Theo. Eu posso? — Ela pergunta e eu assinto.

IVY WILLONS

Eu queria muito beija-lo. Eu não sei o porquê disso mas desde o beijo no acampamento eu sempre quis beijá-lo de novo.

Theo entre abriu a sua boca e eu coloquei a minha língua. Esses beijos de língua com o Theo fazia com que borboletas alvoroçadas surgissem no meu estômago.

Meu ponto fraco. Theo colocou uma de suas mãos em meu pescoço e a outra apertava a minha cintura.

Eu senti um misto de emoções. O batimento cardíaco do meu melhor amigo estava totalmente sincronizado com o meu.

Eu mataria a pessoa que ousasse nos atrapalhar.

— THEO?

INFERNO!

— Theo? — o pai de Theo pergunta novamente.

Me separo de Theo com falta de ar e falo para o mesmo ficar quieto e então me levanto e fico em pé atrás do armário.

— Oi Ivy, cadê o Theo? — ele pergunta.

— Tá no banheiro. — falo depressa.

— Ahh ok, você viu a garrafa de água da Carine? — ele diz novamente.

— Não.

— Obrigado assim mesmo. — o Pai de Theo fala por fim e sai da cozinha.

suspiro de alívio.

Me abaixo e dou um selinho em Theo que está totalmente disperso e vou olhar o bolo.

— Amizade Colorida Ivy Willons? — Theo pergunta ainda sentado no chão.

— Não sei. — falo.

---------------------------------
NOTA

Se gostar não esqueça de votar e comentar. Obrigado!


Simplesmente AlbinoOnde histórias criam vida. Descubra agora