Nova Era

Memórias em Ruínas

Algum tempo se passa até vocês atravessarem a floresta, uma grande campina começa a aparecer através dos galhos, algo passa por sua cabeça e acaba por escapar por sua boca:

- É isso.

- O que foi?

Seus pensamentos ocuparam tanto sua mente que você havia esquecido que tinha companhia nessa viagem:

- Se eu der mais um passo será o mais distante que já estive de casa.

- Deixe de bobagem garoto.

- Mas é verdade... sempre tem que...

- Olhar onde pisa.

- Não, controlar seus...

- Vai ficar falando essas besteiras o caminho inteiro ou o quê?

Sua reação foi desistir de falar, então resolveu mudar de assunto:

- Você pelo menos sabe onde é esse lugar?

- Sim, eu sei.

- E onde fica exatamente?

- É só virar na esquina de não enche meu saco.

- Mas eu só perguntei onde...

- O MOLEQUE! A gente vai chegar lá quando chegar lá, se não tiver mais o que dizer segue meu conselho... FICA QUIETO!

Prestando mais atenção no tom que o mago está usando e a repentina mudança de humor parece que a ressaca das bebidas bateram em algum momento durante o caminho, a melhor decisão é ficar em silêncio. Mais alguns minutos se passam de um adorável passeio nesse campo aberto com, vegetação verde e várias flores, a floresta e a vila parecem já distantes de onde vocês se encontram, o mago faz várias curvas no caminho, subindo e descendo por lugares confusos, em certo momento passar por um riacho foi necessário para seguir em frente.

Após muita caminhada com suas montarias, algo começa a surgir a distância, por conta do sol estar contra sua visão, ver ela de longe é uma tarefa difícil, olhando para o mago, que bebeu bastante água durante a viajem, parece estar se dirigindo exatamente para onde a grande sombra parece surgir. Se aproximando você consegue distinguir o que de fato é a sombra, uma ruína de um forte com vinhas crescendo em suas paredes, várias raízes e árvores cresceram com o passar dos anos, se lhe dissessem que um dia esse lugar tinha uma aparência que não fosse devastada você dificilmente acreditaria nisso.

Estando mais próximo a cada passo uma energia pesada parece emanar do ambiente, o mago parece não perceber quando coloca seu cavalo amarrado em uma árvore próximo da estrutura, um ruído alto percorre por seus ouvidos que faz você tapar seus ouvidos por reflexo, Corita está seguindo o burro do mago enquanto você se recupera do susto. Desce de sua égua e a amarra em um galho na árvore, o som que havia escutado foi rápido mas incomodou bastante seus pensamentos e por alguma razão parecia familiar, o mago faz um carinho em seu burro antes de dizer:

- É aqui.

E começa a seguir caminho para entrada da ruína, sua voz escapa o que estava tentando dizer ao descer de Corita até ele:

- Sr. Zargo...

O mago se vira pra você, parece estar mais sensato do que anteriormente com um olhar de certa preocupação:

- Que foi?

- Não ouviu isso?

- Ouviu o que?

- Um ruído... essa sensação... tem algo de errado com esse lugar...

- Algo de.... se tiver com medo é só me dizer.