Nova Era

Queda de Rapina

Sua mente desperta, mas seu corpo não, você vê uma grande imensidão coberta por estrelas, ao olhar para baixo vê um terreno sem luz, sem forma definida, sem cores, você vê o vazio. Desse vazio pequenas formas começam a se tornar visíveis por seus olhos brilhantes em meio a escuridão, ao olhar em vossa direção fazem um sinal de referência ao sua divindade, são tão pequenos essas criaturas comparadas ao seu grandioso tamanho. Elas pegam as estrelas e começam a moldar de formas diferentes, cada uma desempenha sua função nesse mar infinito, colocando suas criações sobre minúsculas esferas que giram uma ao redor da outra com um pequeno sol em seu centro, algo familiar vem a sua mente quando olha para a pedra azul e verde, algp lhe diz como um sussurro em sua mente "Casa".

Olhando mais de perto, sua visão vê vida, morte, nascimento, amor, ganância, tristeza, sofrimento, felicidade, em bilhares de existências e formatos diferentes, então você percebe o que é a imensidão, o que são as estrelas, o que são as criaturas que moldam as pedras e os sóis. Você é... Shhh... nós não queremos estragar a surpresa, somos criados e somos a criação feita por páginas digitadas, memórias e sonhos, não precisamos de nomes, nos chamem de deuses, dinheiro, sistemas ou o infinito ao olhar nos olhos de quem ama, já perdemos tempo demais, acorde.

Seu corpo dá um pulo o que faz com quase caia de seu banco, mas por sorte a forma que havia se posicionando ontem fez com que colocasse seu pé no chão rápido o bastante para não se machucar. Olhando para seus ferimentos, você percebe que começaram a cicatrizar enquanto dormia consigo levantar com facilidade até a cozinha para preparar algo para seu café da manhã e o do mago.

Indo até a cozinha, encontra nas prateleiras de cima alguns potes com alimentos difíceis de ver no escuro da noite anterior, em um deles havia vários biscoitos em forma de humanos, em outro havia uma tigela com frutas pequenas enrugadas que nunca haviam sido vistas antes por seus olhos, um pote com nozes torradas, um repolho e pepinos. A sopa de ontem pode ser reaquecida para servir como uma boa refeição, você pega o pote das frutas e nozes e põe sobre a mesa, pega algumas nozes para comer enquanto tenta acender o fogo com as pedras lascadas, mas consegue perceber algo descansando em um compartimento abaixo da lenha, abrindo a gaveta você encontra uma torta de cereja quentinha, o compartimento deve servir para manter o calor da torta abaixo das chamas sem queimar no processo, parece estar com uma cara ótima para levar para viagem.

Alguns minutos se passam enquanto espera a sopa produzir bolhas em sua superfície, você aproveita para arrumar um pouco a mesa e separar as tigelas para a comida. Quando o som de água fervendo começa a ficar mais alto você apaga as chamas da fogueira e serve com uma grande colher de madeira e coloca nas tigelas as sobras de ontem, as colocando sobre a mesa, seus pés se voltam para o quarto onde o mago repousa, talvez ainda esteja dormindo por causa dos ferimentos.

Ao abrir a porta a figura de um grande gato se espreguiçando no chão não era uma cena que esperava ver logo de manhã, parece ter descido da cama e deitado no tapete que agora possui algumas marcas de garras do felino ainda dormindo. Se aproximando de Jahan, sua mão esquerda tenta mexer em seu ombro para que acorde, como não teve o resultado desejado, você se aproxima e diz com um sussurro enquanto mexe mais uma vez em seu ombro:

- Vamos acordar Jah...

O movimento de vermelho foi tão rápido que não deu tempo de defender com seu braço, a mão com garras segurando em seu pescoço com um olhar de raiva fazendo com machuque sua garganta o que te faz colocar as mãos sobre o braço. Após alguns segundos a expressão de Jahan se acalma, seus dedos conseguem soltar a mão aos poucos com sangue nas garras do mago, parece estar tão assustado quanto você ao dizer desviando o olhar:

- Eu... o quê... como...

Olhando para as próprias mãos o mago vê o que fez e olha novamente em sua direção com certa preocupação, apenas uma coisa passa por sua cabeça mas não acha que seja a hora certa de perguntar "O que aconteceu com você?", então sua próxima decisão é se levantar estender a mão para vermelho e dizer: