Capítulo 1- Os estranhos olhos do rosado.

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Era mais uma noite, no qual eu vestia aquele vestido preto colado, os saltos chiques e as meias brancas altas, o cabelo solto e as delicadas luvas de plástico.

Trabalhava na boate Aquiles Keisu, como garçonete, ficava ali até pelo menos até às 5 da manhã.

A porta foi aberta e pela falta de educação de não bater, já até mesmo sabia quem era.

Kakucho- Quer que eu te dê uma carona, Nami?- Me encarou segurando na maçaneta da porta.

Nami- Quando você vai aprender a bater na porra dessa porta? E se eu estivesse com os peitos de fora?!- Revirei os olhos.

Kakucho- É só você trancar, ué.- Cruzou os braços sorrindo.- Vai querer ou não?

Nami- Tá, beleza.- Sorri e notei sua gravata amarrotada.- Vem cá.

Kakucho- Pra que?- Ele se aproximou e eu arrumei sua gravata, em seguida arrumei seu cabelo.- Eu não tenho mais 15 anos, Nami.

Nami- Mas desde dos 15, não consegue nem mesmo arrumar sua gravata.- Ri.- Aonde você vai?

Kakucho- Ah, eu vou arrumar algumas coisas na empresa.- Desviou o olhar.

Kakucho trabalhava em um escritório, com marketing, ele fazia ligações e de vez em quando era secretário de sua chefe.

Meus olhos desceram até os ferimentos de sua mão, fiz uma expressão desconfiada e ele as escondeu dentro dos bolsos.

Nami- Foi o cachorro da sua chefe de novo?- Ele não sabia mentir.

Kakucho- Não, eu tive que arrumar o banheiro da empresa e acabei me machucando.- Sorriu.- Bem, já podemos ir?

Nami- Aham, vou pegar minha bolsa.- Peguei a bolsa e saímos de casa.

Eu e Kakucho temos um relacionamento bem saudável, na verdade acho que nunca o vi gritar comigo ou me desrespeitar.

O mesmo vive com machucados nas mãos, uma vez chegou todo arrebentado em casa e disse ter sido assaltado e eu resolvi apenas acreditar na sua história.

No passado, o mesmo foi de uma gangue e em luta chegou a levar um tiro, eu quase vi meu irmão morrer e por conta disso, o fiz prometer que nunca mais se envolveria em assuntos de gangues.

O mais velho abriu a porta pra mim e eu entrei, em seguida ele entrou no carro e saímos dali.

Kakucho- Sabe que eu ainda odeio a idéia de você trabalhar naquele lugar, não é?- Ele mantinha sua atenção no trânsito.

Nami- É, eu sei.- Ri baixo.- Mas você não pode fazer nada contra isso, precisamos do dinheiro.

Kakucho- Não, nós não precimos, só o meu emprego já cobre todas as despesas da casa.- Me encarou.

Nami- Mas eu não quero que você se esforce sozinho, Kakucho, não é justo, eu também já sou maior de idade.

Kakucho- Você deveria estar fazendo uma faculdade, Nami, não trabalhando em uma boate cheia de drogas, bebidas e sexo.

Ele tinha razão, aliás, eu só tinha 19 anos.

Nami- Não quero jogar tanta responsabilidade em cima de você, Kaku.- Suspirei.- Estamos aqui um pro outro, você sabe disso.

Kakucho- Eu posso pagar sua faculdade, você só iria precisar estudar, não tem porque você trabalhar naquele lugar, eu me garanto sozinho em pagar tudo.

Nami- Não, eu já disse! Eu não tenho coragem de fazer uma coisa dessas com você, Kaku, apenas não!- Cruzei os braços emburrada.

Ele suspirou estacionando de frente pra boate, ele cutucou a minha bochecha, assim como fazia quando eu tinha 6 anos, era a forma que ele pedia desculpas.

Dark Red- Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora