Fragman 57.2 (Único)

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Ilgaz saiu do restaurante puxando Ceylin pela mão e sob os olhares atentos de Omer, que havia sido deixado sozinho na mesa. Assim que chegarem próximos ao carro da advogada ela tentou se desvencilhar da mão do marido que a segurava com força.

— Me solta, Ilgaz! Você tá me machucando, chega! — Ele soltou a mão dela imediatamente — Você não pode me tratar como se eu fosse uma criança, isso foi ridículo da sua parte. — Ilgaz seguiu sem falar uma palavra e sentou atrás do voltando do carro de Ceylin, que logo ocupou o espaço do carona. — Eu sei muito bem o que estou fazen...

— Ahhhhh Ceylin ahhhhh — Ilgaz interrompeu a fala de Ceylin e desferiu seguidos socos no voltante, essa reação explosiva fez com que ela se assustasse e encolhesse no banco — Você não sabe o que está fazendo. Eu te disse várias vezes pra se afastar desse cara, ele é perigoso, Ceylin! Mas parece que você ama viver na borda. — Ele abaixou a cabeça e penteou o cabelo com os dedos, de forma exasperada. Ceylin permanecia encolhida e olhando para o exterior do carro.

Ilgaz dirigiu até em casa em silêncio, pisou no acelerador e cortou o trânsito de Istambul. Ao seu lado Ceylin se mantinha calada, os olhos cerrados com força e as mãos segurando as laterais do banco, os nós de seus dedos estavam esbranquiçados com o vigor que ela fazia. Assim que o carro parou no exterior da casa do casal, Ceylin saiu do carro como uma tempestade e não esperou que Ilgaz a acompanhasse, estava colocando o pé no primeiro degrau quando foi surpreendida por Defne.

— Ceylin abla? — Ceylin recuou ao ouvir a voz da cunhada e desfez a cara de raiva para olhar a menina.

— Oi meu amor, como você está? — A voz de Ceylin estava serena. — Fiquei sabendo que ganhou uma bicicleta. — Alisou as bochechas da menina com os polegares e depois deu um beijo em cada lado.

— Sim, ganhei. Podemos andar no parque final de semana? — A menina se movia de um pé para o outro, demonstrando sua agitação.

— Claro que sim!

— Oba!! — Defne bateu palmas. — O papai disse que você e meu irmão não vão mais se separar. É verdade? — Ilgaz estava se aproximando quando ouviu a irmã indagar Ceylin, por este motivo preferiu se manter fora do alcance de visão das duas. — Você está morando aqui novamente? Eu senti tanto sua falta. — A menina abraçou a cintura da cunha e não demonstrava intenção de soltá-la.

— Sim, meu bem. Eu e seu irmão não vamos nos separar. E sim, voltei a morar aqui. — Ceylin acariciava os cabelos de Defne.

— Janta com a gente essa noite? — Assim que Defne perguntou, Ilgaz entrou no pequeno rol, desviando a atenção das duas. A pequena soltou Ceylin e pulou nos braços do irmão. — Eu to tão feliz! Janta com a gente essa noite, irmão? — Ilgaz olhou para Ceylin e percebeu que jantar com sua família naquele momento não seria a melhor opção.

— Princesa, hoje não, ok? — A menina fez biquinho para o irmão. — Eu e Ceylin estamos cansados, mas amanhã jantamos com você, tá bom?

— Vocês vão brigar novamente?

— Não, princesa, não vamos. — Ilgaz beijou o topo da cabeça de Defne e após a menina se despedir dos dois, eles subiram para casa.

Ceylin deixou os sapatos de qualquer jeito no rol de entrada e largou seu casaco pelo chão. Passou pela sala acendendo as luzes e foi em direção ao quarto. Ilgaz ajeitou os sapatos da esposa e eu seguida pendurou o caso no gancho preso à parede, desabotoou as mangas da blusa e afrouxou o nó da gravata, depois foi até a cozinha pegar água e quando se virou, observou Ceylin passando com suas roupas para o banheiro e foi atrás. Na hora que ela ameaçou fechar a porta, ele impediu com o braço e se escorou no portal.

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